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quinta-feira, março 13, 2025

“On a Trip”: uma análise sobre o álbum do ANOTR, que se apresentam em São Paulo no dia 13/05

por: Cainã Mello

Os holandeses Jesse Van Der Heijden e Oguzhan Guney formam o projeto ANOTR. Eles se destacaram na cena musical com uma abordagem única, combinando diferentes estilos como house, disco e jazz. O foco principal da dupla é a house music, e eles próprios afirmam em seu site: “Looking for new ways to approach house music”, ou seja, buscando novas formas de explorar o gênero. São conhecidos por suas faixas otimistas e dançantes, com muito groove e melodias envolventes.

O álbum On a Trip se aprofunda em temas como autodescoberta, conexão e a forma como a dupla enxerga o mundo. Com 14 faixas, o disco foi lançado por seu próprio selo, a No Art. As músicas trazem uma fusão de house moderno, disco e grooves atemporais. ANOTR dominou um som que mescla a psicodelia e o disco dos anos 70 com a house music contemporânea, criando faixas que soam nostálgicas e, ao mesmo tempo, inovadoras. A música deles é contagiante de forma natural—simplesmente boa.

“Depois do nosso último álbum, tentamos fazer o mesmo tipo de música, mas não parecia certo. Então, começamos cada projeto com uma tela em branco, experimentando novos tempos e quebrando limites. É sobre sair da nossa zona de conforto novamente”, compartilham.

Desde a pandemia, para conseguirem focar mais em seus projetos e no processo criativo, o duo começou a produzir música em um estúdio no meio da natureza. “Alugamos uma casa no meio do nada, nos cercamos de natureza e convidamos amigos, familiares e músicos para se conectarem. Saímos para caminhar, preparamos o jantar e conversamos muito. O estúdio está sempre lá quando temos vontade, e a música vem de um lugar de desejo, não de necessidade”, explicam.

As colaborações também são uma parte essencial do álbum. A dupla uniu forças com artistas como Leven Kali, Tyler Dali e o indicado ao Grammy Cimafunk. Faixas como “Falling Feels Like Flying”, em parceria com o Kabusa Oriental Choir, exemplificam essa disposição de sair da zona de conforto. Todas as músicas são dançantes, reforçando a identidade sonora do duo dentro do disco.

O ANOTR também é conhecido por sua identidade visual, desenvolvida ao longo dos anos junto com a gravadora No Art, que, além de selo musical, funciona como um coletivo. Com esse conceito, realizam festas ao redor do mundo. No álbum On a Trip, a parte visual tem grande importância, desde a escolha do nome até a capa e as artes promocionais. A expressão “On a Trip” pode ser traduzida como “Em uma viagem”, mas também pode remeter a “Na onda”, um trocadilho que evoca tanto uma jornada sonora quanto uma experiência psicodélica. A faixa “Bad Trip”, por exemplo, remete a um momento em que uma dessas “viagens” pode dar errado, levando a uma experiência desconfortável. Musicalmente, a faixa é bastante psicodélica.

A capa do álbum e os visuais dos lyric videos reforçam essa estética psicodélica, com um jogo intenso de cores e luzes intermitentes—sensações comuns quando se está “na onda”. Essa identidade remete à era do festival de Woodstock, um marco da contracultura que desafiava os valores tradicionais da sociedade americana. Esse espírito contracultural é perceptível na faixa “Set It On Fire”, cuja letra aborda:

“Set your phone on fire
And let it take you higher
There’s too much stimulation
That’s how they rule a nation.”

Com certeza, Janis Joplin e Grateful Dead aprovariam tanto a estética quanto o som do duo ANOTR.


Os ingressos para o “Anotr on a Trip” em São Paulo estão disponíveis pela ingresse, clicando aqui.

Vinicius Pierozan
Vinicius Pierozan
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