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sexta-feira, dezembro 19, 2025

Aurory: identidade, imersão e evolução dentro do Melodic Techno

Aurory traz uma nova perspectiva ao Melodic Techno, combinando grooves hipnóticos com paisagens sonoras imersivas e etéreas. Inspirado pela magia das luzes da aurora, ele estreou com Space Dates, conquistando rapidamente o público e criando um espaço próprio dentro da cena global do Techno. Já dividiu o palco com artistas renomados como Bedouin, Francis Mercier, Guy Gerber e Giolì & Assia, consolidando-se como um nome promissor que segue expandindo fronteiras e transportando audiências para novas dimensões sensoriais.


Você pode nos contar um pouco sobre como o projeto Aurory começou e o que o inspirou?

Galera, tudo bem?

Falo português também, pois morei no Brasil quando estava na universidade. Atualmente estou em Barcelona para focar totalmente na produção musical e nos planos para 2026.

Aurory é um projeto novo, iniciado há cerca de um ano. Depois de muitos anos produzindo música em outro gênero, senti a necessidade de uma mudança criativa e decidi explorar um caminho mais melódico e voltado ao Techno. Existem tantos italianos produzindo nesse estilo — por que não eu?

Este é um projeto solo, e o nome é inspirado nas luzes da aurora. Ele vem de dois motivos especiais:

  • Minha irmã deu à luz sua filha durante uma noite imersiva sob as luzes da aurora
  • A conexão entre energia, música e natureza sempre me inspirou, tanto musical quanto criativamente

Isso me ajudou a moldar uma atmosfera única durante meus sets, onde busco entregar não apenas música, mas também uma forte identidade visual através do design de luzes.

Procuro criar uma experiência verdadeiramente imersiva para o público, muitas vezes me apresentando com o apoio de lasers e elementos visuais que elevam todo o ambiente. A partir dessa visão nasceu Lucentia, um conceito de evento mensal que atualmente realizo em Milão, construído em torno de luz e som.


O que te atraiu inicialmente para a música eletrônica?

Acho que isso já estava no meu DNA. Lembro de pedir à minha família, quando tinha 12 anos, um setup de DJ com mixer e vinis — foi quando comecei a tocar sozinho.

Também me recordo de ir à casa de um amigo cujo irmão, um DJ local bastante conhecido em Roma (onde nasci), havia literalmente construído um pequeno clube dentro de casa. Ouvir ele tocar “música eletrônica” foi algo que achei incrivelmente incrível. Foi um dos primeiros momentos que realmente despertaram minha paixão.


Como é, normalmente, o seu processo de criação de uma faixa?

Não tenho um método fixo, porque costumo seguir o que estou sentindo no momento. Às vezes sou mais lógico e organizado, outras vezes começo a partir do puro caos.

Geralmente, tento criar primeiro a parte principal da faixa, trabalhando nos graves, melodias principais e vocais, antes de partir para detalhes mais específicos como efeitos ou camadas adicionais.

Tenho meus próprios templates para kick e bass, mas também gosto de experimentar — especialmente com melodias e sintetizadores. Explorar novas ideias me ajuda a levar meu som adiante e criar faixas que realmente fogem do comum.


Existem ferramentas, softwares ou instrumentos dos quais você não abre mão?

Prefiro não citar os mais óbvios, como FabFilter, Diva ou Serum — e claro, também não posso revelar todos os meus segredos.


Como você descreveria o som do Aurory para alguém que nunca ouviu seu trabalho?

Um Melodic Techno que mistura sintetizadores analógicos e digitais para criar texturas que não são facilmente encontradas em outras faixas. O sound design é extremamente importante para mim, porque ele permite não seguir um caminho pré-definido — você pode experimentar e descobrir para onde o som te leva. Você nunca sabe exatamente onde vai chegar até tentar.


Qual foi a performance mais marcante da sua carreira até agora?

Sem dúvida, a mais recente. Toquei em um evento chamado Dystopia Milano, em Milão — que organizo todos os anos no Halloween e no Carnaval junto com meu amigo Federico — com mais de 2.500 pessoas no Sanctuary Milan.

Foi muito especial fazer parte de toda a produção e convidar DJs relevantes da cena Melodic Techno. Foi intenso cuidar de tudo internamente, sem apoio de agências externas, tomando conta de cada detalhe: desde o “sangue falso” nos banheiros até as mesas do restaurante com garrafas pretas e cera derretida, criando uma atmosfera típica de Halloween.

A maioria dos meus amigos estava lá me apoiando, o que tornou a noite ainda mais especial. Teremos outra edição durante o Carnaval, no dia 22 de fevereiro, em Milão (data ainda a confirmar).


Qual é o aspecto mais desafiador de tocar sua música ao vivo?

Nesse dia foi especialmente intenso porque eu não era apenas o DJ, mas também o organizador. Você precisa garantir que seus amigos estejam confortáveis e, ao mesmo tempo, lidar com detalhes de última hora — como adicionar pessoas à lista de convidados cinco minutos antes de começar o set.

Do ponto de vista da performance, fico totalmente relaxado depois dos primeiros dois minutos. Assim que sinto os decks, é como se eles se tornassem parte de mim. O ruído desaparece e fico completamente focado. Só depois desse momento consigo realmente me entregar e sentir a música.

É fundamental saber controlar as emoções, porque um erro pode fazer toda a diferença. Mas a verdade é que você não erra se permanece focado e aproveita o momento sem se levar excessivamente a sério. Esse é o meu mantra: levar o que faço a sério, mas não a mim mesmo o tempo todo.


Existem projetos ou colaborações futuras que te empolgam especialmente?

Agora, com o apoio da minha nova agência MCPR, que me acompanha de forma completa, estou muito mais estruturado e organizado em relação aos meus planos e produções.

Atualmente estou trabalhando em dois EPs: um inspirado em sonoridades do Oriente Médio e outro muito mais voltado para o clube. Acredito que esse equilíbrio é essencial.


Onde você vê o Aurory evoluindo nos próximos anos?

Vejo coisas muito boas pela frente. Estou extremamente motivado com o que está por vir. Espero uma grande evolução no meu som e uma abordagem mais “menos é mais” nas próximas produções.

No próximo ano, quero focar em criar de 6 a 7 faixas que realmente definam minha identidade, seguindo uma estratégia mais estruturada de lançamentos e promoção.

E em alguns anos… vocês vão me ver muito mais no Brasil, gente!


Com cada faixa e performance, Aurory segue expandindo os limites do Melodic Techno, conectando tanto o público underground quanto o mainstream. À medida que sua carreira evolui, ele prova que inovação, paixão e uma dose de inspiração etérea são capazes de criar jornadas musicais verdadeiramente inesquecíveis.

Yohan Augusto
Yohan Augustohttp://www.wonderlandinrave.com
☁️ Behind everyone's favorite song, there is an untold story.

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