Quem gosta de House Music, provavelmente já ouviu falar do Martin Badder, com lançamentos em gravadoras como Defected, Toolroom e Spinnin‘, o Inglês possui uma sonoridade diferenciada que vem conquistando o mundo.
Tive a oportunidade de bater um papo com ele sobre sua trajetória e visões para o futuro:
Você começou sua carreira musical em uma banda de rock, como foi?
Era um sonho, éramos adolescentes e assinamos com uma grande gravadora!
Fazer turnês e escrever músicas com meus amigos, era realmente tudo o que eu poderia ter pedido naquela idade. Aprendi muito estando na estrada e tocando para grandes multidões. Tivemos um grande gerente que nos ensinou muitas coisas valiosas desde o início. Pensando bem, ele era bastante disciplinado, masfuncionou, já que tínhamos nosso show ao vivo totalmente acertado e passamos a fazer alguns shows enormes.
Como foi sua transição para a House Music? O que fez você querer trabalhar com isso?
Como tecladista, a música eletrônica sempre esteve na vanguarda da minha mente e, desde cedo, admirando os pioneiros Liam Howlett e Neil Barnes, era apenas uma questão de tempo até que eu me concentrasse 100% na produção de música eletrônica. Estar em bandas sempre foi legal, compartilhar experiências juntos no palco é uma coisa realmente especial e algo que espero voltar em algum momento. Mas, chegou um ponto em que decidi me concentrar apenas na minha própria música. Achei isso realmente libertador, simples e extremamente evolutivo.
Você teve lançamentos nas gravadoras mais badaladas do mundo como Defected, Toolroom, Cr2 e Spinnin’. O que você acredita que fez você se destacar e conquistar esses rótulos?
Você nunca realmente sabe, pode ser a música, pode ser que a gravadora estivesse apenas procurando uma vibe específica naquele dia. Eu acho que a sorte tem um papel neste jogo, mas no final das contas eu me sinto grato por ter algumas gravadoras realmente empolgantes colocando seu poder por trás do meu som. Especialmente as gravadoras menores que investem tempo e dinheiro no que faço.
A pandemia nos ensinou muitas coisas, você acha que o cenário pós-pandemia vai tornar a cena da E-music um lugar melhor?
Potencialmente sim, acho que todos estão prontos para a festa agora. Todos nós sentimos falta da vibe dos eventos ao vivo, então eu realmente espero que possamos voltar para a vida real, com pistas de dança cheias muito em breve. Definitivamente, deu aos DJs/produtores mais tempo no estúdio, então espero ouvir ótimas músicas sendo lançadas este ano.
O Brasil tem tantos produtores musicais talentosos. O Brasil está se preparando para se tornar uma potência House e Techno como o Reino Unido?
Oh, espero que sim, certamente tem um clima mais tolerante que o Reino Unido e potencialmente poderia abrigar alguns grandes eventos ao ar livre e festas na praia!
Martin, demonstrou pontos muito importantes, principalmente para os produtores musicais: “Eu costumava ficar chateado quando alguma gravadora recusava minha música, mas hoje vejo que nem sempre é pela música em si e algumas vezes é o momento que a gravadora está.”
A experiência dele com a banda com certeza lhe trouxe uma musicalidade diferenciada que ele explorou sozinho para fazer suas tracks com sua própria identidade, o que chamou atenção de lendas do House music como Basement Jaxx e Mark Knight.
Nesse período pós pandemia, realmente tem uma enxurrada de músicas novas muito boas e isso também se reflete no Brasil com novos talentos do Tech House e Progressive/Melodic House & Techno e muita sonzera dos produtores mais experientes.
Falando dessa nova geração, há de se tomar cuidado com essa tolerância brasileira com a música para não se iludir em relação ao seu nível musical, o público e profissionais europeus são muito mais exigentes em todos os aspectos da produção musical, portanto se você busca lançar por grandes gravadoras internacionais e ter tours na Europa, estude bastante a sonoridade das principais gravadoras de lá.
Por outro lado, vejo o Brasil com grande potencial de se tornar uma potência mundial da música eletrônica, mas precisamos amadurecer bastante para chegar lá. Mãos à obra!
Para ouvir o som do Martin Badder no Spotify, clique aqui: SPOTIFY
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