Comemorando 10 anos de carreira e uma nova era, entrevistamos: What So Not

What So Not está volta! Trazendo à tona uma nova era e completando 10 anos de projeto, Chris Emerson soube aproveitar muito bem esse tempo em casa com muita pesquisa, inovação e renovação. O australiano, mergulhou em uma comunidade artística, absorvendo uma variedade de estímulos criativos e explorando novas formas de se expressar. Mas você sabe quem é o What So Not?

What So Not é o projeto do australiano Chris Emerson (também conhecido como Emoh Instead), fundado em 2011 como um duo, juntamente com Harley Streten (Flume). A dupla australiana conquistou grande visibilidade juntos, lançando EP, remixes e colaborações com artistas promissores na época. Em 2015, Flume, deixou o projeto seguindo carreira solo, e desde então, Chris Emerson vem trabalhando arduamente e conquistando patamares com seu estilo musical muito promissor.

Depois de dar uma pausa em sua carreira por um ano, What So Not trouxe um mega lançamento: “The Change” em colaboração com o trio DMA’s. A nova faixa traz batidas envolventes do Future Bass e Indietronica. The Change ganhou um videoclipe bem cyberpunk, o que nos deixa curiosos por essa nova fase de Chris Emerson. A primeira década do projeto girou em torno de colaborações de alto nível, turnês como atração principal e grandes festivais em todo o mundo. A segunda década de What So Not começa com reflexão, revitalização e novas inovações, já que o DJ e produtor está em constante mudança – vide até seu cabelo! Conversamos recentemente com o australiano, leia a seguir:

WiR: Como anda sua vida durante este tempo doido de pandemia?

What So Not: “Minha vida está muito boa porque eu já tinha planejado tirar um ano inteiro de férias, e apenas ficar na Austrália, focar na música e sentar no estúdio. E bom, o COVID meio que deu essa oportunidade, para o melhor ou para o pior. E as coisas não foram tão ruins aqui na Austrália. Houve alguns momentos difíceis mas, não foi tão ruim depois disso. Era o que eu precisava, ter uma pausa forçada. Então, tentei simplesmente aproveitar ao máximo as coisas. Na maior parte do tempo só passava de 12 a 16 horas no estúdio todos os dias, mas comecei a estudar depois de uma maneira extrema.

WiR: Aproveitando que você falou sobre estúdio, você mencionou mesmo em suas redes sociais que passou muito tempo em seu estúdio. Quantas faixas você chegou a produzir durante este tempo?

What So Not: “Ah, eu não sei, talvez foram umas 100.

WiR: Falando sobre música agora, você postou também em suas redes sociais que é o começo de uma nova era em seu projeto. E você também está fazendo 10 anos de What So Not este ano. Então, o que podemos esperar por esta nova era?

What So Not: “Acho que tirar todo esse tempo de inatividade e ter tanto tempo no estúdio me deu muitas novas perspectivas, me permitiu reconectar, atualizar e repensar tudo o que estava fazendo. Portanto, haverá um som um pouco diferente saindo. Acho que uma nova perspectiva sobre os aspectos criativos do meu trabalho.

WiR: Então, podemos esperar um novo álbum para este ano?

What So Not: “Ah, eu não posso falar sobre isso ainda. E sim, tenho uma nova música. Acabei de lançar The Change, no qual estou muito, muito animado e um videoclipe que deu muito trabalho para ser construído em um mundo tridimensional que também me deixou muito empolgado.

WiR: Aproveitando que mencionou do videoclipe, sua colaboração com o DMA’s ficou incrível e o videoclipe ficou muito cyberpunk. Como esse conceito surgiu?

What So Not: “Eu trabalhei nesta ideia, com alguns amigos de criação no qual trabalho durante anos. Eu e Jordan, queríamos construir isso. E isso exigiu muito planejamento, pois estamos fazendo coisas como: tirar fotos dessas pessoas na vida real e, em seguida, aumentar seus rostos para a terceira dimensão, trabalhar os papéis dos personagens, escrever o roteiro na narrativa do ritmo inteiro. Eu trabalhei na direção de arte, até mesmo fazendo coisas como: ir exclusivamente para designers de roupas em 3D que nem mesmo produzem roupas na vida real e, pegar alguns dos designs e implementá-los neste clipe. E é algo que eu nem tenho certeza se já foi feito muito ainda, mas é esse tipo de coisa. É muito emocionante ver como este espaço está se desenvolvendo e fazer parte disso.

WiR: Muito legal! Além do DMA’s, há algum outro artista no qual você esteja trabalhando e possa nos contar?

What So Not: “Não posso dizer isso ainda. Tenho alguns amigos com quem trabalho. Foi muito legal estar aqui na Austrália neste último ano e meio. Fazia muito tempo que não passava tanto tempo aqui e tem muitos artistas incríveis locais que tiveram que ficar e estar aqui por causa da pandemia. Então, foi muito emocionante ter uma cena criativa florescendo aqui novamente.

WiR: Sua colaboração com o Skrillex e San Holo no seu último álbum foram grandes sucessos e todos amaram. Há planos de trabalharem juntos novamente?

What So Not: “Minha colaboração com o San Holo ainda continua rodando por aí na internet, as pessoas realmente me pedem outra música com ele e quem sabe? E Skrillex, ah eu não vejo Skrillex há um tempo. Você sabe, todo mundo está trancado em seus próprios países há um tempo. Mas tenho certeza de que trabalharemos em algo no futuro.

WiR: Sua sonoridade é muito única e quando escutamos ela, automaticamente já sabemos que é você. Como você descreveria sua música em três palavras e por quê?

What So Not: “Ah, eu não sei te dizer isso. Honestamente, eu gosto de mudar muito, e mesmo que eu a descreva em três palavras, pode ser diferente da próxima vez que eu produzir algo. Digo, essa música em particular, eu me referia aos anos 90 no Reino Unido e em toda Europa, e acabei fundindo isso tudo com um pouco de sons do submundo e The Chemical Brothers. Tentei colocar um toque moderno nisso. Então, só isso é muito diferente da última música que lancei antes e provavelmente para onde irei depois disso.

WiR: E o que você tem escutado nos últimos meses?

What So Not: “Hum, muitas músicas diferentes de artistas diferentes e não necessariamente obviamente da minha própria área. Estou muito animado com pessoas como Manu e Quiet Bison. Como também The Prodigy, Wavedash, Boys Noize e Tommy Cash, inclusive, acabei de encontrar algumas coisas dele e é muito interessante. Também estou ouvindo alguns produtores mais jovens com uma vibe mais pop space, sabe?

Foto: Reprodução Facebook | What So Not @ Lollapalooza Brasil 2018

WiR: Há algum projeto interessante em andamento no qual você já possa falar?

What So Not: “Há projetos sim em andamento, mas estamos bem no início das etapas deste ano e tudo o que estamos prestes a fazer. O que posso dizer é para ficarem atentos pois haverão novidades.

WiR: Se você pudesse mencionar 5 momentos inesquecíveis da sua carreira até o momento, quais seriam?

What So Not: “Acho que um grande momento em minha carreira provavelmente foi lançar meu álbum de estreia, Not All the Beautiful Things. Foi uma experiência bastante extática quando alcancei o Dance Album número um na América. Outro momento definitivamente eu diria que foi a primeira vez que toquei no Coachella, foi quando fui autogerenciado. Outro seria quando tive minha própria apresentação solo neste projeto pela primeira vez, foi muito louco. Até mesmo fazendo coisas como surfar e coisas simples assim, sei que isso não é uma coisa relacionada à música, mas é uma coisa tão importante para mim e principalmente mentalmente na minha vida. E acho que isso mudou e me ajudou muito na música. Digo, provavelmente são apenas três coisas que mencionei. Mas além disso, há algumas experiências incríveis que vivenciei. E provavelmente há alguns descartáveis, sabe? Mas sim, há tantos momentos especiais. Como a primeira vez que fui para a Rússia, como também quando meio que me mudei e trabalhei em um estúdio na Nicarágua, o quanto eu aprendi com tantos amigos que passaram por lá, tantas experiências diferentes que tive ao redor do mundo que eu não sei nem explicar.

WiR: Muito obrigada Chris, pelo seu tempo e por falar com a gente! Você quer deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros?

What So Not: “Claro! E muito obrigado, Amanda. Eu gostei muito de ir aí para o Lollapalooza. E tenho tentado trabalhar meu caminho de volta para a América do Sul e passar mais tempo do que antes. Espero que depois que essa coisa do COVID se acalme, eu possa passar um tempo com todos vocês e termos alguns shows incríveis. Agradeço que estejam esperando pacientemente e espero que vocês estejam gostando de ouvir minha nova música.”

Adora entrevistar DJs e é viciada em batata frita - não pode ver batata em festival que já quer!