Festival Surreal promoveu o Projeto Terra, o primeiro do novo complexo artístico Surreal Park, comandado por Renato Ratier, em Santa Catarina. O evento aconteceu nos dias 20, 21, 22 e 23 de abril, com festas memoráveis, artistas internacionais do mais alto escalão, DJs locais e grandes nomes nacionais.
Além das apresentações, o evento contou com muito conhecimento compartilhado através de palestras, aulas, atividades e workshops, um dos diferenciais do festival. Aproveitando o encerramento, confira os destaques da primeira edição.
Logo de cara, o público que marcou presença no dia de estreia do festival teve uma grata surpresa: a nova pista montada em frente a uma capela. A área aberta e a iluminação bem pensada fizeram do espaço um dos mais queridos (e comentados) por todos que dançaram por lá ao som de Jack Cheler e osgeomeos. Intimista, acolhedor, mas com uma atmosfera muito especial que conquistou todos os clubbers. Nem mesmo o frio espantou quem estava lá em frente.
Ainda no primeiro dia, não há como deixar de mencionar a palestra emocionante e motivadora de Junior C, que compartilhou um pouco da história pessoal, após vencer um câncer. Logo depois, subiu diretamente para o palco da Bells, dando o start oficial na pista. Binaryh e Nicole Moudaber também entregaram tudo na sequência, do Techno melódico ao Peak Time. Ainda pelo complexo, teve também grupos de jazz como Jazz n’ Loft e o lendário trio Azymuth, na Nomad.
O dia começou cedo para quem frequentou as palestras do segundo dia de evento. Jayboo falou sobre técnicas avançadas para DJs, tarter ensinou sobre o formato de apresentação híbrido, que mistura live act com DJ set, Victor Lapegna ajudou artistas independentes com dicas para lançamentos musicais, além de um bate-papo super especial com Gui Boratto, Waltervelt e Renato Ratier sobre evolução e desafios de uma carreira artística.
Nas pistas, Ingrid deu o start oficial na Bells, mostrando todo seu know-how e aquecendo muito bem o público para as duas estreias de peso que viriam a seguir: Josh Wink e Oxia. Os DJs arrancaram muitos elogios do público presente na Bells não só pelo repertório, mas principalmente pela técnica de mixagem apresentada, afinal, estamos falando de dois medalhões do Techno global. Na Nomad, Gui Boratto pode tocar acompanhado do inovador soundsystem Dolby Atmos, entregando uma experiência realmente singular e única no Brasil em termos de qualidade sonora, enquanto na Raw Room, Janeret e Cesare vs Disorder comandaram a cabine e fizeram a cabeça dos fãs de Minimal.
O dia mais aguardado do evento era a sexta-feira. As palestras foram sobre assuntos atuais, como Upcycling e reutilização criativa de roupas com Luana Guerra, NFT com Igor Rodrigues e Matheus B, essencialismo e a urgência da simplificação com Rodrigo Borges; e, o despertar da criatividade com André Mendes.
A partir das 22 horas, Koko abriu os trabalhos da Bells e entregou perfeitamente a pista para Anfisa Letyago, destaque da nova geração de artistas da cena techno. Para muitos, faltou fôlego na pista, já que ela flertou até mesmo com o Progressive Trance no auge do set, apresentando um set intenso, dinâmico e original que surpreendeu quem estava na pista do “galpão”, que tem design e arquitetura inspirada na série Peaky Blinders. Logo após a siberiana, o duo Pan-Pot protagonizou um set inesquecível para todos aqueles que os viam pela primeira vez.
Em um certo momento, pelas 3 horas da manhã, a Bells cedeu um pouco de seu espaço para a Nomad, mas o motivo era nobre: Mathame começava a excelente performance por lá, logo após Sarah Stenzel. Quem esperava um set lento e melancólico, se surpreendeu com a seleção musical dos irmãos italianos Amedeo e Matteo Giovanelli. Foi sério, pesado, mas não deixou de carregar a carga emocional pela qual o duo se consagrou. Memorável do começo ao fim, com o encerramento da pista feito por uma das DJs mais gabaritadas para a missão: BLANCAh, envolvendo todos aqueles que foram abraçados pelo nascer do sol de lá.
Mas a sexta-feira ainda reservava mais. Doriva, Aninha, Hector e Gabe deixaram a marca na Raw Room. Às 7 horas da manhã, a pista ainda estava cheia e o público, ao final da última música, ecoava o famoso bordão: “eu não vou embora!”.
O sábado amanheceu lindo com tempo aberto e muito sol para receber a galera a partir das 16 horas para as primeiras (e últimas) atividades do festival, começando com uma experiência diferente através do Sound Healing, com Luiz Fernando Kiniz, além de dança sensorial, aula de yoga e plantio de árvores. Enriquecedor em diversos sentidos. Para finalizar, teve ainda uma palestra com Carlos Martins sobre consciência espiritual, finalizando logo após com o showcase da Caravana Sensorial.
Diferente dos outros dias, a festa de sábado contou apenas com a nova pista da capela e a Nomad. Na capela, diversos artistas locais tiveram a oportunidade de mostrar o trabalho e conseguiram reunir muita gente ao longo de todas as apresentações, se estendendo até o nascer do sol.
Já na Nomad, além das performances de Stanccione e Diogo Accioly, o destaque ficou mesmo por conta das duas figuras que viriam a seguir: o super Anderson Noise, figura emblemática da cena techno brasileira, com mais de 30 anos de carreira, que entregou um set potente e na medida para a atração principal: o DJ sueco Christian Smith. Uma pesquisa afiada, juntamente de faixas autorais, fizeram do DJ set um recorte perfeito para o encerramento do Festival Surreal, novamente com muito Techno.
Segundo a assessoria, esta foi apenas a primeira edição de muitas outras que virão nos anos seguintes; inclusive, já há data confirmada para o festival em 2023: dias 21 e 22 de abril, com o nome: Youniverse.
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