Residentes do 9.º melhor club do mundo, o SIRENA, em Maresias, a dupla é presença garantida nos melhores clubs, festas de agências e festas universitárias de São Paulo.
Com passagens por Porto Alegre, Rio de Janeiro e interior do Estado de São Paulo, Marc Zmile vem ganhando espaço com apresentações marcantes, através de interação com o público, muita animação e com sets vibrantes e dinâmicos.
O ano de 2016 marca o ano de lançamento das tracks originais da dupla que já emplacou lançamentos em gravadores nacionais e internacionais, conquistado as pistas e críticas! Recebendo atenção da mídia especializada como YourEDM, We Rave You, Phouse, Wonderland In Rave, Play EDM, EDM Nations e Mixmag, além da maior rádio de música eletrônica do Brasil: Energia 97 fm.
“Genesis”, o EP. de estréia no Beatport, alcançou o TOP 2 de lançamentos do gênero Electro House e TOP 10 geral de lançamentos de todos os estilos.
WIR: Quando e como surgiu o projeto de vocês? E o porque desse nome?
Marczmile (Marcel): O sonho de viver de música era antigo a nós dois. Eu já tocava há alguns anos, o Dani estava no início, mas aprendendo rápido, muito empenhado e com vasto repertório por ser amante de eletrônica desde sempre, os dois tinham visões muito parecidas quanto ao Mercado, ao futuro e também em relação ao gosto musical e nós já tínhamos muita afinidade desde o início, e acreditamos que duas cabeças pensam melhor do que uma, então resolvemos nos juntar para a criação do projeto. A ideia era criar um projeto com o qual as pessoas se identificassem, e não somente com o show ou com a música, mas com a energia e identidade que nós dois tinhamos dentro de nós, e com essa característica de sempre passar energia positiva. Queríamos um símbolo de fácil identificação dessa característica de energia positiva, felicidade, respeito, harmonia e alta intensidade e que também pudesse ser trabalhado de diversas maneiras durante shows e também no design e na fabricação de produtos. Após alguns meses de estudo e insight de que nós estávamos sempre sorrindo e felizes no palco, chegamos a conclusão de que o Smile era um símbolo que representaria bem essa nossa vibe e que tinha tudo a ver com a energia dos festivais de música eletrônica e também tudo a ver com o nosso público.
Marczmile (Dani): Tendo isto em vista, queríamos criar um nome que representasse o projeto, que fosse possível criar um personagem (que ainda não foi criado, mas em breve será), o Z na frente do Zmile é uma alegoria para criar uma referência ao “nosso” Zmile e não ao “smile” padrão. O Número de Mach ou velocidade Mach (Ma) é uma medida adimensional de velocidade. O Mach diz respeito à velocidade de um objeto em movimento através do ar, dividido pela velocidade do som, é comumente utilizado para representar a velocidade de um objeto quando ele está viajando próximo ou acima da velocidade do som. Um avião hipersônico voa a pelo menos MACH 5 (6.130 km/h)! Mach Smile ou Sorriso Supersônico! Hahaha Mas não era algo tão sonoro, ai veio a ideia do Marc baseado no nome do Marcel, que é DJ a 10 anos e também meu mentor.
WIR: Qual a maior dificuldade que vocês encontraram no início e como foi para superar?
Marczmile: Como qualquer negócio todo começo é complicado. No Brasil quando se trata de um empreendedorismo o cenário sempre é difícil. O contexto brasileiro é extremamente imprevisível e árduo, e quando você conta para sua família que não vai ser médico, advogado e nem engenheiro, já recebe de volta algumas caras de estranhamento! Se você diz que aos 20 anos quer abrir uma empresa, seja do que for, dificilmente vai encontrar apoio, pois a cultura no brasil não é essa, a cultura é de buscar uma grande empresa nacional ou internacional e fazer uma longa e duradoura carreira, trazendo uma falsa sensação de segurança. E quando esse empreendedorismo está relacionado com a esfera artística, a situação é ainda mais complexa e exigente. O apoio da família e amigos demora a chegar, deve ser ganho, conquistado, a insegurança é grande durante toda a caminhadas e a decisão de deixar para trás e abrir mão de muitas coisas em busca de um sonho não é simples. O projeto Marc Zmile foi criado com uma identidade de som específica, que é música de intensidade e alta energia, e isso no começo foi difícil, porque queríamos tocar nosso som, porém como não tínhamos uma marca forte, nem base de fans, nem contato de donos de festas e baladas começamos praticamente do zero e no começo recebíamos ajuda de custo para abrir ou fechar a festa ou em pistas secundárias em que fomos atrás para tentar tocar, muitas vezes tomando calote, gigs canceladas de última hora, mudança de horários, falta de estrutura de palco e equipamentos, enfim, tendo muito pouco espaço para mostrar o nosso trabalho e engolindo muitos e muitos sapos. Depois de um tempo, começamos a conhecer mais pessoas do mercado e conseguimos uma boa percepção sobre o funcionamento desse mercado: ou seu nome vende ingresso ou você vende ingresso. Como qualquer outro mercado, o objetivo final é o lucro, então os contratantes/clientes estão visando resultado, ou seja, pagar um valor em um artista que vai trazer para sua balada/festa retorno financeiro sobre a forma de venda de convites e consumo nos bares. Isso é claro aliado é uma boa comunicação, marca forte com logo e nome, fotos profissionais, redes sociais ativas e material de alto nível. Organizamos o Marc Zmile como uma empresa, com áreas, tarefas, funções, planejamentos semanais, mensais e semestrais, e contemplando tudo que julgamos importante nos cercamos de pessoas competentes. Felizmente pouco tempo depois de iniciarmos todo este movimento começaram a aparecer as primeiras oportunidades em festas maiores e em horários de pico da festa, e sempre buscando entregar o máximo para contratante e público fomos criando nosso espaço dentro do mercado. Então no começo as dificuldades são inúmeras, em vários sentidos e momentos, e para superá-las, se você não tem dinheiro para investir ou contatos que te levem junto, é na base do trabalho do dia-a-dia, pensando no DJ como uma empresa que tem suas áreas bem definidas e que devem ser bem desenvolvidas para o funcionamento do negócio, trabalhar muito na sua identidade de som e set, trabalhar na fidelização do seu público e que eles tem acompanhem nas gigs, porque isso chamará atenção do contratantes, trabalhar forte no seu marketing, trabalhar forte na sua imagem, exercer trabalho comercial de venda do seu projeto e ter material para realizar essa venda. É preciso prestar atenção em tudo o que circunda o seu projeto, e trabalhar em TODAS as áreas ao mesmo tempo, por isso é tão importante trazer pessoas que acreditem na sua missão e visão para trabalhar com você o quanto antes for possível. E por último, porém o mais importante de tudo, é e sempre será a música! Esse trabalho todo se sustenta, e faz sentido, se existir CONTEÚDO de qualidade, e assim se forma o seu produto final. Não adianta ter músicas ótimas, mas não faz com que elas cheguem no publico certo e cada vez maior, você ficará a vida inteira esperando que alguém “encontre” o seu talento e talvez nunca seja encontrado.
WIR: Como vocês enxergam a música eletrônica no Brasil atualmente?
Marczmile: A cena eletrônica no Brasil vem crescendo cada vez mais, porém ainda tem muito espaço a ser explorado e também espaço para novos estilos e outros estilos que ainda não estão estabelecidos no Brasil. A música eletrônica invadiu de vez estilos que antes não tinham essa ligação e isso está fazendo com que o mercado sofra uma transição e até descentralização (no caso mundo), ou seja, muitas pessoas estão conhecendo e migrando para novos estilos, enquanto ao mesmo tempo a música eletrônica está ser tornando cada vez mais popular, fazendo com que a grande massa comece a ser ouvinte. Lá fora, os festivais estão cada vez mais conhecidos e frequentes, enormes, as músicas estão presentes no rádio, cinema, TV, obtendo reconhecimento e prêmios. No Brasil ainda temos um extenso caminho a ser percorrido até atingirmos esse patamar, o que também é muito bacana porque apresenta enorme oportunidade essa lacuna de crescimento. No Brasil também temos uma peculiaridade ainda que é, quando um estilo está em alta, parece que cria-se um preconceito com outros estilos, ou seja, apenas aquilo é legal agora, e tudo que não for isso não é mais legal, e odiar as outras coisas também é legal! Acreditamos que isso é muito ruim no longo prazo para a cena eletrônica nacional, porque quando surge algo novo e que cai no gosto do público, todo mundo começa fazer a mesma coisa até saturar, então não se criam tanto as identidades artísticas. Falta amadurecimento da música eletrônica no Brasil, onde existe espaço e público para todos os estilos e não somente para um estilo especifico por vez. Mas o mercado está em pleno crescimento com cada vez mais artistas nacionais evoluindo e apresentando trabalhos que são valorizados aqui e também lá fora, o que é muito importante. Uma coisa que sentimos falta no mercado nacional é a maior união entre os artistas, ainda existe uma enorme sensação de “Se esse cara fizer sucesso eu não vou conseguir fazer sucesso também”, o que é um pensamento ultrapassado e muito corrosivo para uma cena eletrônica como a nossa, que está ainda em fase de desenvolvimento. Praticamente TODOS os cases de sucesso que temos nos Estados Unidos e na Europa tem união ou apadrinhamento envolvido, ou seja, um que lança o outro, ou um que faz música com o outro, ou um que toca num festival e chama o outro para estreiar a música, e assim por diante, isso aumenta o espaço amostral total de pessoas que gostam e consomem a música eletrônica, existe sinergia, apoio, impulsionamento, ou seja, aumenta-se o número TOTAL de fãs de música eletrônica, além de possibilitar carreiras muito mais longas e sólidas, umas apoiadas nas outras. Sempre tentamos na medida do possível agir dessa maneira aqui, e pedir para que todos os DJ’s e produtores que conhecemos entendam essa ideia hahaha e mesmo que de diferentes estilos, trabalhem para que a cena cresça como um todo e para que exista maior respeito e união.
WIR: Qual festa vcs tocaram que foi inesquecível para vocês? Porque?
Marczmile: Tivemos algumas que foram muito marcantes e especiais, como a primeira vez que tocamos no Sirena, nos tornando residentes logo em seguida, o Bota-Fora do Mackenzie também foi sensacional assumindo a pista principal logo após Felguk e para 10 mil pessoas, no carnaval do Rio de Janeiro que tocamos no Maracanã em uma festa incrível e foi uma emoção única tocar em um lugar tão histórico e mais recentemente tivemos um stage só nosso em um show da Ivete Sangalo em Araraquara, onde não sabíamos o que esperar do público, tocamos durante 6 horas e foi realmente impressionante a recepção e energia da galera. Mas ainda tiveram muitas outras marcantes em diferentes fases da carreira.
WIR: Quais são os projetos do Marc Zmile para o fim do ano?
Marczmile: Estamos trabalhando no lançamento de um remix junto com o nosso amigasso Iccarus de uma música pop que está entre as mais tocadas do mundo hoje, além disso trabalhando no lançamento de uma track original em que a letra escrita e cantada pela Pri (Priscilla Pach) ficaram incríveis e também terá participação do nosso grande amigo Le Dib que vai incluir linhas de guitarra e violão na música, essa tem o foco mais pop comercial. Também existe a possibilidade de uma collab com um dos maiores nomes da eletrônica no Brasil para lançamento no ano que vem, mas já iniciamos o processo, então foco muito forte no lançamento de músicas neste final de ano e cada vez mais na criação da nossa identidade sonora. Como somos muito ecléticos em nossos sets, ainda estamos buscando uma identidade de produção, mas não queremos ficar presos em um determinado estilo ou outro, queremos fazer músicas boas, com bastante energia, que funcionem na pista e poder mostrar nossa diversidade. Mas enquanto isso podem esperar mais uns 4 ou 5 remixes até o final do ano.
WIR: O remix de “Monday” que vocês fizeram alcançou milhares de plays no soundcloud em pouquíssimo tempo, como foi produzir esse remix e qual a expectativa para os próximos?
Marczmile: Sentimos que hoje existe um movimento de buscar os clássicos da eletrônica e traze-los para uma sonoridade mais moderna, e já estávamos com vontade de fazer alguns remixes. Quando conhecemos o Carlo Dall anese e ele nos disse que queria abrir um remix pack de Monday e pediu que fizéssemos um também. Essa foi um dos maiores hits da música eletrônica brasileira, uma grande inspiração e ficamos bastante animados com o desafio, mexer com um clássico é sempre perigoso, porque a musica já foi um sucesso. A primeira decisão foi em relação ao estilo e pegada da musica, o que caberia e faria sentindo para resgatar o sentimento da música mas que mantivesse a pegada do Zmile de música com alta intensidade e energia. Depois decidimos quais elementos da original seriam mantidos e qual parte seria criada por nós. Gostamos muito do resultado, pois conseguimos manter elementos que trazem a nostalgia e boas memórias da música, mas com uma pegada bem animada, bem pra cima que era a intenção inicial.
Confira o remix de Monday:
WIR: Alguma novidade para os leitores da Wonderland in Rave?
Marczmile: Primeiramente agradecer a WIR pela oportunidade e trabalho realizado, e aos leitores e ouvintes que nos acompanham e são a principal fonte da nossa motivação. Estamos estudando bastante para evoluir musicalmente e tecnicamente, e cada vez mais também definindo a nossa identidade sonora e caminho a seguir com as produções, então nesse final de ano devemos soltar mais uns 4 ou 5 remixes e talvez mais 2 ou 3 originais que já estamos trabalhando, para o ano que vem algumas collabs importantes que estão por vir e provavelmente para o segundo semestre um novo EP. Estamos analisando a possibilidade de fazer um show áudio visual para o ano que vem, o que seria uma experiência nova e completamente diferente. Estamos bem animados também com as datas do final de ano, algumas gigs incríveis. Fiquem ligados que muita coisa está por vir!
Adquirida a remix de “Monday” pelo Beatport: http://bit.ly/BuyMondayRemix