Do Minimal ao Psy-Trance, conversamos com Sidewave sobre sua trajetória

Sidewave é um dos nomes promissores do Psy-Trance brasileiro, atua como professor de mixagem, DJ e Produtor e vai conquistando espaço na cena com seus sucessos, atraindo a atenção de diversos produtores e públicos em variados eventos até então.

Com isso, chamamos para bater um papo conosco e conhecer a sua trajetória e inspirações e como a paixão da música eletrônica o fez despertar para ajudar dezenas de outros novatos a entrarem e seguir carreira no país.

Influenciado pelos pais, Otávio aos 13 anos, já despertava o interesse de mexer nos decks. O olhar atento em festas que ele frequentava, o deixava curioso. Mostrando que realmente servia para isso: “Sempre gostei de música eletrônica, a maior influência veio dos meus pais e quando tinha uns 13 anos, um amigo meu perguntou se eu queria aprender a tocar e falou que estava disposto a me ensinar. Fui pegando paixão pela coisa e falei, quero fazer isso e é isso que eu quero pro meu futuro”.

O jovem Otávio seguia buscando mais e procurava vídeos, praticava com seus amigos e conheceu um pouco mais de como ser um DJ. Daí, iniciou a tocar em pequenas festas e a cada evento que tocava mais ele queria mostrar sua paixão de estar nos palcos e fazendo o que gostava.

Sem curso e aprendendo “na marra”, Sidewave aproveitou oportunidades para se dedicar e tornar mais profissional a carreira que já estava iniciando: “no decorrer do tempo, eu conheci um pessoal que já organizavam festas na época. Eles chegavam para mim e falavam ‘tenho festa tal festa, tá a fim de tocar?’ e eles me colocavam pra fazer o evento, aí eu chegava tudo nervoso pra fazer, até porque eu não sabia o que era ali, saca? Eu tocava na CDJ-200, eu fui indo errava umas coisas, mas nunca desisti de nada sempre corri atrás. Os amigos também começaram a ver evolução falavam ‘cara cê tem potencial cê pode seguir que vai dar muito certo’ e em 2014 para 2015 eu comecei a me envolver na produção”, comenta o produtor.

Com o nome inicial do projeto de Vini Oliveira, o artista foi crescendo tocando em lugares como o Easy Club e no Clash Club, em São Paulo. Tocando Minimal, Vinícius foi crescendo, porém, veio a oportunidade de migrar para o Psy Trance. Com a queda de público do Minimal tech, o Dj foi transferindo seu estilo e se encontrou no estilo.

“No final de 2017, eu toquei em Santa Catarina no Natural Forest, é um baita club. Foi ali que comecei a fazer a transição do minimal para o Psy-Trance, porque eu passo a pista pra um amigo meu e ele já tocava na pista. Nessa festa eu arrisquei e aí eu falei: ‘cara, gostei pra caramba de tocar’. Comecei tocando minimal, aí fui subindo, fazendo a transição porque você vem de um estilo que é 130 BPM, cê tem que aumentar a velocidade até chegar mais ou menos a 138 ali e eu falei: ‘cara gostei pra caramba vou me jogar mais e vou deixar o projeto com mais identidade de Psy-Trance.”

Após esse evento, veio a mudança de nome para Sidewave. O nome veio inspirado no filme Transformers, a mistura veio do nome de dois robôs: Sideswipe e Shockwave. O DJ juntou os dois nomes e deu o resultado que deu certo, a pista recebeu bem a nova virada de mesa de Otávio Vinícius.

Produzindo inúmeras colaborações, Sidewave foi evoluindo e tocando em vários clubes e festivais. Seu auge foi um remix da música-tema do Super Mário, um personagem altamente conhecido no mundo dos games. Nisso, o artista foi tendo mais visibilidade na cena e tocando em novos lugares e comentários nas redes sociais de pessoas do país inteiro.

Com o tempo, veio a pandemia e acabou afetando o produtor. Segundo Sidewave, tinham várias músicas para finalizar, mas mesmo com o tempo sobrando da pandemia e o cancelamento dos eventos, o DJ não conseguia produzir por conta do bloqueio criativo. Isso acabou piorando com a morte de sua cadelinha, e nessa ele juntou forças para produzir o remix da música “Heroes” de Alesso.

A ideia do produtor era motivar o público na volta dos eventos, dar um sentimento de que “passamos desse tempo ruim e que sobrevivemos desta pandemia”.

Para divulgar a música, Sidewave tornou mais ativo em suas redes sociais mostrando como estavam as suas produções e isso foi garantindo mais visibilidade ao projeto.

“Eu curti demais! Produzi essa música e migrei pra esse tipo de som, eu tava doido pra tocar, não tinha lugar nenhum pra tocar, comecei a pensar como que eu ia fazer pra tocar ela, como que eu ia fazer pra lançar, então eu comecei a mostrar uns do som que eu estava fazendo e aí eu curti pra caramba fazer esse tipo de som, era algo que me representava mais e mostrava um pouco de mim para o meu público”.

O DJ e Produtor ainda comentou sobre como o Psy-Trance é tão influente no Brasil: “Sempre teve por aqui, né? Por mais que tipo no Brasil há um tempo, ele não era tão forte como passeio hoje, hoje em dia a gente tem Psy em grandes festivais Rock in Rio e entre outros, saca? com grandes artistas brasileiros que hoje em dia são referência mundial, a gente tem o Vegas, o Aura Vortex, Blazy e outros que vão conquistando espaço e representando nosso país e nossa cena.”

Além da carreira musical, Sidewave também é professor de mixagem e produção musical. Com o aprimoramento do conhecimento através de cursos feitos na DJ Ban, surgiu o efeito de ensinar as pessoas a entrarem na música eletrônica. “Então quando a pessoa fala, ah cê dá aula de produção, cara eu dou aula de produção sim e aí tipo muita gente querendo me perguntar eu falei acabei pensando, por que não ajudar os outros? Sabe? Dar oportunidade pra galera e aí foi quando eu comecei a ajudar bastante galera”.

Sidewave e Azzura tem um grupo nas redes sociais pra ajudar e criar uma rede de produtores ajudando novos produtores, fazendo crescer cada vez mais o conhecimento e expandir para outras pessoas que tenham vontade de produzir música eletrônica. Além disso, o artista convida diversas pessoas do ramo para auxiliar as pessoas a como iniciar a carreira.

Com a retomada gradual dos eventos e o avanço da vacinação, Sidewave promete evolução e muita música nova pela frente: “Eu tô bastante animado e confiante pra voltar a tocar, né? Porque a gente vê a evolução da vacinação aí é mais rápido, tá cada vez mais perto e as novas músicas tão vindo com minha identidade, agora que eu consegui chegar no ponto, tá me deixando mais animado ainda com o tempo de que eu comecei a produzir, do jeito que eu tava pensando, que eu tô chegando aonde eu quero estar, no meu show e a galera pode esperar tipo um novo aí, mas com bastante evolução, bastante identidade, porém sem perder o carisma que eu que eu tenho, que eu sou um cara muito carismático”.

Otávio Vinícius aka Sidewave demonstra evolução e compaixão ao demonstrar suas músicas e sua carreira que será promissora e cheia de sucessos. Confira a última música do artista:

Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.