A Hiato vêm chamando atenção dos amantes da música eletrônica. Criada por Blancah e Binaryh, a gravadora está desenvolvendo um trabalho muito interessante e autentico, além de dar um grande suporte para a cena nacional e buscar novos talentos, como é o caso do Chappier, que já conta com suporte de grandes artistas internacionais.
Recentemente você provavelmente ouviu falar da Hiato em um de seus lançamentos recentes, quando Binaryh lançou o EP “Apus” , que causou grande repercussão e que já conta com o suporte do Tale of Us, uma prova do trabalho bem feito que faz a gravadora.
Em entrevista exclusiva com Blancah e Binaryh, conheça um pouco mais sobre a gravadora e o que podemos esperar para esse ano. Confira:
WiR: Como surgiu essa relação entre BLANCAh e Binaryh até a criação da ‘Hiato’?
Hiato: “Foi em 2015 mais ou menos. O Stefano, naquela ocasião booker da BLANCAh e amigo do Renê, foi quem apresentou um set gravado dela no youtube para ele. Na hora o Renê se interessou pela sonoridade e ficou curioso. Na primeira oportunidade que tiveram o casal foi ver a BLANCAh tocar na D-Edge. Ficaram da pista curtindo e absorvendo o som cheio de melodia. Naquela época não haviam muitos representantes do que hoje chamam de Techno Melódico no Brasil, além da BLANCAh. Esse teor de novidade foi o que motivou o Rene a entrar em contato com a BLANCAh e querer se aproximar. Em uma segunda oportunidade, também quando ela se apresentava na D-edge, BLANCAh e Renê puderam trocar uma idéia melhor sobre música. Desde este dia nunca mais os três se desgrudaram. Uma amizade que vai além da música, criamos uma irmandade.”
WiR: Qual o conceito musical da ‘Hiato’?
Hiato: “Não criamos a HIATO pensando em business, e sim na idéia de termos uma ” casa” onde possamos mostrar e lançar artistas que a principio representam o nosso próprio gosto musical.
Nosso olhar é muito artístico e emotivo na hora de selecionar os artistas a serem lançados. Não estamos focados unicamente em Techno Melódico, ou techno. Estamos abertos a tudo o que nos surpreenda e toque nossa alma.”
WiR: Quais os planos da gravadora que estão por vir? O que podemos esperar para os próximos lançamentos?
Hiato: “A principio estamos valorizando artistas brasileiros para compor o catalogo de lançamentos. Além disso Binaryh está trabalhando em seu primeiro album e estamos desenvolvendo uns projetos internos, esquentando os motores para quando retomarmos a vida “normal”.”
WiR: A Hiato começou muito bem! Já tem suporte de grandes nomes da cena eletrônica mundial, como Tale Of Us. Como é ver que a gravadora já tem esse tipo de suporte?
Hiato: “Vemos isso como resultado de um trabalho bem feito e que não começou com a HIATO. Antes mesmo da gravadora nascer, os nomes de BLANCAh e Binaryh já eram conhecidos e respeitados internacionalmente. O suporte que a gravadora recebe vem a principio desta credibilidade que ambos os artistas conquistaram com seus trabalhos. É claro que nos dedicamos bastante ao projeto da gravadora para manter essa credibilidade com uma curadoria e uma série de lançamentos consistentes.”
WiR: Falando em Tale Of Us, outro artista que teve suporte dos italianos foi o Chappier, que lançou recentemente pela gravadora. O quão difícil é achar novos talentos para a Hiato?
Hiato: “Vemos o Brasil como uma incubadora de talentos. São inúmeros artistas novos se dedicando a produção e aos estudos. Alguns chegam a nós por indicação, alguns nos enviam suas demos, outros nós “cavucamos”. Temos nosso jeito de pesquisar.
Além da questão criativa em termos de produção, procuramos encontrar artistas os quais percebemos que realmente se dedicam à carreira como nós. Muitas pessoas acham que essa profissão é só entrar no estúdio, criar a música e lançar, mas vai muito além. Queremos essas pessoas, que enxergam esse além, com a gente.”
WiR: Muitas pessoas falam que esse veremos uma onda de novos e talentosos artistas que puderam desenvolver seus talentos musicais durante esse período da pandemia. Vocês concordam com essa afirmativa? Quais as expectativas com relação a novos produtores?
Hiato: “Concordamos sim. Nós mesmo estudamos muito durante esse período para nos aprimorarmos, então é certo que muitos artistas fizeram o mesmo e veremos muita produção sendo entregue nessa retomada. Mas temos muito claro também que encontrar uma gravadora, lançar uma música, tocar em um clube, não faz de você um artista ou te coloca no circuito. Isso só acontece com consistência e constância. Então não estamos tão interessados em “quem vai surgir”, mas sim em “quem vai permanecer”, em outras palavras, quem vai mostrar qualidades e maturidade de um verdadeiro artista.”
WiR: Sabemos o quanto é difícil esse começo para artistas que estão iniciando, mas qual mensagem passar para esses artistas?
Hiato: “Faça da música a sua prioridade. Viver de arte não é um passeio, é uma jornada sem fim.”
WiR: O que fazer para ser parte da Hiato?
Hiato: “Seja autêntico. Definitivamente não estamos de olho em artistas os quais ouvimos a música e conseguimos enxergar outro alguém ali. Não nos interessa uma cópia de nós mesmos ou de outros artistas consolidados do mercado.
Queremos alguém que seja criativo, bem fora da casinha, e que a gente perceba que trabalha sua carreira como um todo. Como dissemos antes, ser artista vai muito além do estúdio.”