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Entrevista: Nicky Romero fala sobre Ultra, Miami Music Week e planos para 2022

Nicky Romero é um dos artistas mais icônicos da EDM, conhecido por ser fiel ao seu Progressive House. Dono da gravadora Protocol, Nicky alcançou grande destaque internacional ao lançar “Toulouse” e “I Could Be The One“, sendo este último, um dos seus maiores hits, ao lado do seu grande amigo Avicii. Nos tempos de ouro da EDM, Nicky Romero trabalhou diversas vezes com David Guetta, chegando até mesmo produzir um single juntos para Rihanna, posteriormente, ainda co-produziu e escreveu “It Should Be Easy” para Britney Spears.

Com pouco tempo de carreira, Nicky já estava presente nos maiores festivais de música do mundo como Tomorrowland, Coachella, Ultra Music Festival, EDC, Sensation e muitos outros. Em 2015, Romero disse que estava com problemas de ansiedade, o que afetou as suas produções, porém, em 2016, Nicky venceu os problemas de ansiedade e tem trabalhado muito nas suas produções, o que resultou até na criação do seu projeto paralelo Monocule.

Em entrevista no Miami Music Week, Nicky contou um pouco sobre os planos para 2022 e sobre novas perspectivas na sua carreira, além de ter falado um pouco sobre seu projeto Monocule, confira!

WiR: Miami Music Week é um dos momentos mais importante para a Dance Music no ano, qual a sua expectativa e planos para sua estadia em Miami?

Nicky Romero: “Eu acho que o MMW é algo muito importante para industria da musica eletrônica, ainda mais nesse ano. É um momento onde todo mundo da cena se junta, os artistas, os bookers, os agents, sabe? Todo mundo está relacionado a música, labels, donos de labels. Então acho que é muito importante para toda a indústria musical. Agora, quando falamos de Miami o que eu mais amo é o fato que há várias ‘pool parties’ que criam uns cenários informais. Não é necessariamente só negócios, mas há um jeito informal de conhecer novas pessoas e ver artistas que você nunca viu antes. Então é isso o que amo sobre toda essa semana.

WiR: Essa semana temos o Ultra Music Festival, o que você preparou para sua apresentação deste ano? Pode nos dar alguns spoilers? Quem sabe, algumas ID’s?

Nicky Romero:Bom o que eu preparei para o Ultra esse… “eu acho que é um ano incrivelmente importante para o Ultra, pois os festivais não puderam acontecer nos últimos dois anos devido a toda situação da COVID e todas as restrições. E também ao falarmos do Ultra, ele recebeu um novo destino, desde que me apresentei na sua última edição em 2019, pra mim foi um ótimo show, mas no final das contas, especialmente para os público, poderia ser uma experiencia melhor. Eu acho que o Bayfront Park é a melhor opção para o Ultra. E eu estou extremamente feliz, não apenas pelos artistas, mas para todo o festival e por acontecer de novo. E por essa razão, eu acho que foi importante para mim criar um set onde eu tenho a oportunidade de tocar músicas novas, um som novo, que está crescendo há meses. Um tempo atrás, esse som estava começando há apenas seis meses, ou um ano talvez… e o Axwell veio com um lançamento que poderia ser um novo som para um ano talvez… Mas agora slap bass… deep house… eles estão seguindo um ao outro tão rápido, que eu sinto que muitos produtores não saberão para onde ir… tipo qual qual será a tendência para o próximo ano. Então por essas razões eu tento fazer um set que é muito próximo do que faço normalmente com o Progressive House, mas também combinado com Tech House e algumas coisas mais profundas.

WiR: Este ano você lançou dois singles de House, você acha que essa pode ser uma nova fase sonora sua? Como foi “fugir um pouco” do seu clássico progressive house?

Nicky Romero: “Música está se movimentando tanto esses tempos e que manter-se fiel a um tipo único de som é bem difícil, e por isso acho que vários artistas mantém lançando músicas bem distintas uma da outra. Tem alguns artistas que você pode perceber que querem que toquem sua música em alguma playlist do Spotify e não produzem o que realmente querem, então eu acho que é uma época bem desafiadora você fazer a música que quer e ter sucesso ao mesmo tempo. Mas se você me pergunta, eu amaria fazer músicas que eu realmente sinto como fazer, e isso é um mix de música groovy e progressive house. Basicamente é o que eu estou tocando, mas necessariamente não é um som novo é só o que eu gosto de fazer.

WiR: A House Music é uma vertente que sempre está em alta, algumas vezes em mais evidência do que outras. Nesses últimos 2 anos vimos uma alta no gênero e uma explosão de vendas do House e Tech House na Beatport. Você acha que isso pode ter te influênciado a se aventurar mais no House?

Nicky Romero: “Eu acho que não. Porque se eu olhar para os meus lançamentos mais antigos, voltando a 2012 e 2011, quando eu lancei músicas com Camorra e com Nielsen e John Christian… antigamente, eu já fazia isso sons assim. E para ser honesto, eu não fui o primeiro que, já existiam artistas como Chocolate Puma e todos aqueles caras, sabe, fazendo músicas assim. Então eu esperava ser motivado por músicas, como essas no passado. Mas acho que agora, o que você vê acontecendo, é o mesmo que acontece com a moda. Por exemplo, Jeans Levi, eles continuam ficando populares novamente de vez em quando. Mas eles nunca vão realmente desaparecer. Mas a popularidade muda e muda com o tempo. É o mesmo que com a música tech house. É como uma onda que sobe e desce e sobe e desce. Mas hoje em dia, a onda pode ir muito mais rápido, se você entende o que quero dizer. Então é isso que está acontecendo. Eu acho que com o Tech House, é um grande desenvolvimento. É um som que realmente tem algo a oferecer.

WIR: Esse ano a Protocol completa 10 anos, meus parabéns! Podemos esperar alguma celebração especial?

Nicky Romero: “Sim! Nos temos algo muito especial por vir, a equipe está trabalhando trabalhando nisso neste exato momento. Pra falar a verdade, um dos donos da label está aqui na sala também, ele criou a gravadora comigo desde o seu surgimento… E nos temos algo especial para oferecer nesse aniversário de 10 anos, eu não sei se posso falar muito sobre isso agora, mas é algo limitada para um número de pessoas.”

WiR: Como anda o seu projeto “Monocule”? Podemos esperar um foco maior no seu side project?

Nicky Romero: “O motivo de eu ter o projeto Monocule é porque Nicky Romero tem uma visão muito comercial, e com Monocule eu sinto que eu não tenho nenhuma pressão de fora. Eu posso fazer o que eu quero fazer sem ser muito criticado, sabe? Se eu fizer uma música groovy como Nicky Romero a primeira coisa que vou receber é um “esse é o seu novo som?”, mas não, é só um som que eu queria lançar, então com Monocule eu tenho uma liberdade completa, posso fazer músicas mais profundas e uma intro de 2 minutos e ninguém vai se importar, e é isso que eu mais amo em side projects, você pode fazer o que quiser fazer. E Monocule é um deles, talvez venha mais um… não tenho certeza o que vai ser, mas temos projetos.

WiR: Para fechar, ouvimos que você vai lançar um novo single essa semana, “Lose My Mind”. Pode nos contar um pouco mais sobre o single?

Nicky Romero: “Então, Lose My Mind é um exemplo de produção de um acampamento de produção, onde temos nossos próprios estúdios, o que é muito bom, pois temos um ótimo time de produtores e artistas que estão trabalhando nos estúdios, para os estúdios, junto com os estúdios e de outros estúdios, que é onde está a diversão de tudo… Nos temos tipo… 5 salas de estúdio onde podemos colocar produtores, artistas, engenheiros de mixagem, vocalistas, escritores musicais… E Lose My Mind foi a primeira música que veio depois do acampamento de produção e de todas as pesquisas… Então temos uma equipe muito boa de pessoas que contribuiram com beats, samples e ideias que… As vezes algo que eu preciso para tocar, eu mando para eles e eles me mandam algo diferente de volta, que é uma dinâmica muito boa, especialmente se você viaja muito. Então Lose My Mind foi uma combinação de algo que eu amaria estar tocando…….. o que eu amo fazer…. e é algo que me inspira agora. Então é um som que eu acredito que está muito próximo do Nicky Romero, do Groove, é melódico, continua, você sabe… tipo ‘pumps’ entende!? E eu estou realmente muito ansioso para saber o que as pessoas acharam dessa música.

Vinicius Martini

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