No ultimo dia 29 de Maio estivemos no UP CLUB – BH para fazer uma entrevista exclusiva com o Alok, nosso objetivo era proporcionar um certo conforto para o mesmo, a fim de realizar uma entrevista bem diferente e proporcionando um ambiente agradável para ambos. Em meio a várias perguntas para apresentar resolvemos escolher os assuntos mais comentados da atualidade da carreira do top DJ, a fim de tirar todas as dúvidas e apresentar sua opinião sobre algumas polêmicas que surgiram nos últimos meses envolvendo seu nome. No fim do evento Alok nos recebeu super bem no camarim, estava realmente muito interessado e totalmente receptivo para uma conversa franca.
Fizemos um total de 5 perguntas, na qual você pode conferir a seguir:
EquipeWiR: Após sua apresentação memorável no mainstage da edição brasileira do Tomorrowland, não se falava outra coisa a não ser sobre uma suposta confirmação de uma apresentação sua na edição belga do festival, no dia seguinte no Dreamville (acampamento) no jornal diário havia uma entrevista sua com Armin Van Buuren que reforçava ainda mais essa especulação. Em meio a grandes rumores queremos saber: É realmente verdade? Alok está confirmado na edição do Tomorrowland Belga??
Na verdade essa informação do Armin Van Buuren não fui eu que falei que ia tocar, foi uma coisa meio que já forçada. Eu não sei se vou tocar, a expectativa é que eu toque, mas eu não sei, eu não posso confirmar. O que eu sei é que minha agência disse que vai rolar, não me passou mais informação nenhuma ainda e honestamente não sei se vai rolar. Se realmente for rolar eu aviso vocês rsrs.
EquipeWiR: Recentemente saiu em um portal uma nota sobre uma possível parceria entre Guimê e Alok, como você ja deve ter percebido a notícia percorreu por todo Brasil fazendo com o que surgisse vários comentários sobre o assunto. Gostaríamos de saber o que você tem a dizer sobre essa noticia sensacionalista e essa proporção que tudo tomou. Vai rolar o Techno Ostentação?
É o seguinte, eu vou te dar minha opinião, a galera hoje em dia, só precisa de uma brecha para falar mal de mim, tipo assim… eu nunca fiz mal a ninguém, nunca maltratei fã, contratante, nunca fiz nada de errado sacou? Misturar Funk com meu som não iria combinar, se eu fosse fazer algo com o Guime, se rolasse mais pro futuro, seria alguma coisa totalmente diferente, não adianta querer empurrar eletrônico com funk porque as pessoas não iriam aceitar, não seria conceituável, o pessoal não é bobo, tem que ser real, inclusive eu até fiquei chateado com o tanto de critica que eu tive depois dessa noticia com o Guime, o tamanho da responsabilidade que as pessoas colocaram na minha mão, como se eu fosse decidir o futuro da cena. E claro, todos podem ficar tranquilos pois eu jamais farei um techno ostentação!!
EquipeWiR: Nos últimos anos podemos perceber que você cada vez mais tem chegado onde poucos Djs brasileiros conseguiram chegar, grandes gigs como Rock In Rio Las Vegas, Tomorrowland entre outras na qual você se apresentou para um numero bem alto de fãs. Você chegou onde gostaria de estar? Tem algum objetivo para o futuro? Você esperava essa grande aceitação do publico?
É realmente as coisas aconteceram muito rápido… O incrível do Tomorrowland é que foi aquela parada, eu fiquei pensando assim “eu to indo pro mainstage do Tomorrowland, o que eu devo fazer? Eu devo seguir meu som ou devo seguir uma musica que todo mundo vai conhecer e ter belas imagens? Não, vou manter a personalidade ” e esse é exatamente o ponto de tudo, eu mantive minha personalidade desde o começo, independente da festa que seja eu tenho que manter minha personalidade, a minha identidade, foi por isso que cheguei até onde eu cheguei. Rock in Rio a mesma coisa, cheguei lá fora e pensei ” tô f***** “, e o pessoal me recebeu super bem, foi inesperável, eu falei ” mano, como assim? ” então é esse o ponto. Eu tô vivendo hoje um sonho realmente, acho que tem muitas coisas por vir ainda, eu não sabia que ia ser tão rápido, mas eu sempre trabalhei muito, eu toco faz 10 anos, então eu sempre almejei, sempre quis esse tipo de coisa, porque a gente consegue ver artistas tocando nesses eventos, então porque a gente não pode, sacou? Eu ainda tenho muitos sonhos pela frente e é aquilo velho, independente de onde eu esteja, minha personalidade eu mantenho sempre!
EquipeWiR: Você poderia falar um pouco mais da sua recente gravadora (UP Club Records) e nos dizer o que podemos esperar dela para o futuro? Por último, que recado você diria para quem está começando?
Eu senti muita dificuldade em lançar músicas em gravadoras estrangeiras, ninguém aceitava minha linha de som. As pessoas falam: “Mas o Volkoder lançou..” Tá, mas o som dele não é o que eu faço, não quero lançar por aquela gravadora porquê eu quero fazer o som deles, quero fazer o meu e se não está batendo com o som de nenhuma gravadora, o problema não é meu. Eu não vou me submeter a trocar meu som, eu vou fazer o meu próprio. Não to falando que você não é capaz, muito pelo contrário, mas você não tem que se adaptar à gravadora para você poder lançar sua própria música.
A verdade é que eu acho um grande erro você querer se adaptar à gravadora, pois com isso você vai sempre manter a mesma camada, a mesma forma, se você quiser almejar algo diferente, então você tem que fazer algo diferente, eles que devem aceitar o seu som. Eu nunca fui feliz com a Beatport na minha vida, só no Trance onde já peguei TOP #1 #2 #3, mas no meu House eu nunca fui. Nunca cheguei a depender de Beatport, mas eu vejo que realmente é uma ferramente de publicação muito boa, especialmente lá pra fora.
Com a minha gravadora, eu quero criar algo na qual você possa acreditar no seu som, não quero que você ninguém faça nada para agradar ou não a label, apenas quero que você faça o seu som. Quero que as pessoas sejam autenticas, precisamos disso no brasil, sabe?
EquipeWiR: Como você conheceu o Dazzo e como vocês começaram essa parceria que só tem dado certo?
O Dazzo era de um projeto de EDM “The Kickstarts”, mas ele estava um pouco perdido e não sabia o que fazer na EDM. Então convidei ele para ir para Brasília e falei: “Venha livre, com cabeça aberta, vou tentar te ajudar a fazer um som novo.” Quando ele chegou aqui em Brasília tentamos fazer um som, mas não saiu nada de EDM, saiu uma coisa totalmente mais do meu estilo.
Há alguns anos atrás ele era Ghost Producer de muitos artistas, só que ele sempre terceirizava o som das pessoas, ou seja, ele que era o talento por trás das pessoas. Eu vi que ele tava querendo fazer aquilo, mas alguma coisa tava segurando ele. Então eu falei para ele fazer aquilo que ele acreditava, que ele produzia muito bem, pra ter fé no som dele.
Alguns dias depois que foi embora, ele me mandou umas três músicas que fizemos e eu falei: “Pu** que Pa*** esse cara é muito foda”, eu só falei que ele era bom e ele aceitou isso. Ás vezes só basta você chegar e reconhecer a pessoa, eu vejo que nós seres humanos temos dois tipos de alimento: O alimento, necessidade fisiológica; e alimento tão importante quanto, que é o reconhecimento. Ás vezes você tem sua família e você faria de tudo para não deixar faltar comida na mesa, mas muitas vezes esquece de alimentar seu filho ou alguém com reconhecimento, sabe? Não é só você simplesmente apontar a crítica, você tem que trazer o ponto positivo. É isso que eu tenho feito não só com o Dazzo, mas com outras pessoas, incentivar. Ele é um talento nato e tava preso no seu próprio ciclo de “paranoia”, a partir daí ele começou a fazer muitas músicas iradas e nossa parceria dava muito certo.