Com mais de 4 álbuns e uma extensa historia com a cultura clubber de São Paulo, o NoPorn foi uma das atrações no segundo dia do New Dance Order, palco da música eletrônica no The Town. Após o show, o duo separou um tempo para conversar com a gente, confira nosso bate papo!
WIR: Boa Tarde Liana, Lucas, é um prazer poder estar conversando com vocês hoje. Levando em consideração que o New Dance Order estava celebrando a cena Underground de São Paulo, acho que seria um crime vocês não estarem presentes aqui né.
Lucas Freire: Foi muito legal estar aqui e esse palco com essa pegada da nossa noite, do som que a gente sempre está escutando foi muito legal.
Liana Padilha: Sim e teve uma coisa que a gente acabou não conseguindo encaixar no show que foi a presença da Noite Gay, que sempre apoiou a gente, porque desde quando eu era DJ e falava alguma coisinha ou outra em cima de uma batida do Vitalic, ou de outra pessoa, por que o NoPorn nasceu disso, de uma necessidade de falar com o público que tava na pista dançando. E as histórias tem a ver com isso, com a solidão, a melancolia, a alegria, essas situações que como eu era DJ eu via na pista, eu escrevo muito sobre isso, enquanto o Lucas faz as batidas.
WIR: E o que eu acho muito legal é que, para mim, quando eu escutava NoPorn com 13 anos porque o meu Irmão ouvia eu não conseguia entender, eu tive que participar dessa vida Clubber, amadurecer para conseguir entender e desfrutar
Liana Padilha: É porque tem a a ver com sexo, não tem a ver com pornografia tem a ver com coisas que você sente quando você está apaixonado, e você vive na noite, é sobre a necessidade que o clubber sente de se arrumar, e ir para noite. A gente começou tocando para esse público, talvez seja por isso que eu não me sinta tão à vontade no palco. Palco pede uma atitude mais pop, a gente tenta trazer essa coisa mais da noite, clubber, para o palco.
Lucas Freire: Mas, eu acho assim que a cada incursão dessas que a gente faz passando por palco a gente abre mais essa visão e vai amadurecendo mais outras ideias.
Liana Padilha: Eu estava calmíssima até ontem, aí hoje eu acordei nervosa, porque eu sou clubber, o palco é um ser que a gente ainda não domina né, eu sou de clubinho, escuro, fumaça… é uma outra poética e aí quando a gente viu esse palco e esse sol, aí ficou tudo mais sunset, eu sou acostumada com a cabine de DJ.
WIR: E vocês acabaram de voltar de uma turnê europeia, tiveram festivais lá também? Ou a maioria foram clubes?
Liana Padilha: Tocamos em festivais também, mas a maioria com aquele clima de música eletrônica europeia, não são festivais tão grandes como o The Town, com essa estrutura, a gente tocou no Fusion, no Psicotrópico que é um festival Brasileiro que tem em Berlim, que ainda é mais MPB do que eletrônico, e a gente tocou no Holy também que é sensacional, mas que era uma balada.
Lucas Freire: Mas é isso, a nossa turnê foram vários clubes e a nossa tendência aqui em São Paulo também é tocar mais em clubes normalmente, então realmente a gente realmente está hoje jogando no campo do adversário.
WIR: E por ser uma data tão importante hoje a participação do Luca se torna mais especial ainda?
Lucas Freire: Claro, o Luca sempre esteve no radar né, e desmentindo esse boato que a Liana brigou com ele, esses boatos de internet (risos) isso nunca aconteceu.
Liana Padilha: O Luca Lauri ele é um cara incrível, ele é professor, ele estudou, faz mestrado, ele tem um interesse acadêmico muito grande. Em 2018, ele pediu para sair, mas que não era legal sair e me deixar sozinha né, então ele falou para eu tentar fazer o NoPorn junto com o projeto do teto e o Lucas aceitou na hora. Então sim, deixou tudo muito mais especial essa participação dele.
WIR: Muito obrigado Liana, Muito obrigado Lucas, e parabéns pelo show foi incrível!
Não deixe de seguir NoPorn no instagram, clicando aqui.