Zac, o DJ residente da Laroc e Ame Club fala sobre carreira e particularidades

Nesta entrevista, conversamos com Zac, DJ número 1 de alternative music no ranking da House Mag. Zac comenta sobre a sensação de ter alcançado o primeiro lugar em uma lista com tantos talentos, e como ele não se considera o melhor, mas sim respeita as pessoas que votaram nele e tenta usá-lo de maneira positiva.

Ele fala sobre como a pandemia foi um período importante para o desenvolvimento de sua carreira, quando criou o Movimento Fluxo, dedicando-se muito à música e à cena. Ele se sente realizado como professor ao ver que muitos DJs que passaram pelo Movimento Fluxo e pela Warung School estão alcançando sucesso em suas carreiras. Zac também comenta sobre sua música “Hold the Dust”, que alcançou o topo da categoria Hype no Beatport, e como essa conquista não foi apenas sua, mas de toda a gravadora. Por fim, ele fala sobre sua capacidade de tocar em diferentes palcos e horários, especialmente na Laroc e na Ame Club.


WIR: Sabemos que ranquear pessoas em uma lista é algo complicado, mas alcançar o primeiro lugar dentro de uma lista com tantas pessoas extremamente talentosas não ocorre sem motivo, né Zac. Qual foi a sensação de ser escolhido dj numero 1 de alternative music no ranking da housemag?

Zac: Eu acho que tem dezenas de artistas que estavam naquela lista que poderiam estar em primeiro lugar, foi bem inesperado pra mim, mas ao mesmo tempo eu fiquei feliz, pois eu sei que foi uma disputa aditável, então ao mesmo tempo que eu não me considero o primeiro eu preciso respeitar essas pessoas que votaram e me colocaram nesta colocação e tentar usar isso de uma maneira positiva, sendo um bom exemplo para os mais jovens, e fazer com que isso não seja um título onde eu exponha, eu até acabo não falando muito disso, eu fiz um post agradecendo principalmente a minha família que me deu condições de chegar até aqui e aos fãs que votaram em mim, mas é isso.

WIR: A pandemia foi um período muito difícil para nossa cena, porém nesse momento você acaba criando o Movimento Fluxo e esses dois anos acabam sendo muito importantes para o desenvolvimento da sua carreira certo?

Zac: Esses dois anos de pandemia eu me dediquei muito pela música, pela cena e principalmente em colaborar com as outras pessoas, foi um trabalho semanal muitas vezes diário, tinha momentos que a gente chegou a realizar 21 dias seguidos de aula, então durante 2 anos foi um período que trabalhei muito e não pensava em parar também, pois eu estava me divertindo muito, a felicidade de poder ajudar outras pessoas a realizar o sonho delas seja com um lançamento em uma label ou apenas de poder passar conhecimento. Acho que muita parte desse trabalho na pandemia, do fato de eu ter sido um dos DJ’s que mais tocaram após a pandemia de norte a sul do país também foi um dos motivos que criou essa legião de fãs que votaram em mim e me colocaram nesse top 1.

Wir: Você vai se apresentar agora no Ame Laroc Festival , como é para você ver nomes no line como o Riko e Gugga que foram 2 dj’s que passaram pelo movimento fluxo e também pelo Warung School, já se sente realizado como professor?

Zac: É muito realizador isso, não só eles mas são dezenas de artistas espalhados por todo Brasil, eles ainda são um ponto fora da curva que já estão lançando por grandes labels e tocando nos maiores clubes, existem centenas de outros artistas espalhados por todos os estados do Brasil que tem uma música muito boa, mas as vezes a pessoa está longe de um grande centro e poder ajudar esses DJ’s a realizarem os sonhos de poder soltar uma track isso é muito bom, meus pais são professores e eu sinto uma felicidade enorme cada vez que eu posso ajudar alguém, é uma frase que eu sempre falo: eu não sabia que eu sabia ensinar.

WIR: Ano passado você alcançou o top 1 da categoria Hype no beatport com a “Hold The Dust” junto com o weekend heroes, como foi a sensação de alcançar esse feito ainda mais sendo o primeiro da Ame Records.

Zac: O Félix, que é um dos meninos do Weekend Heroes me chamou, pois ele tem um projeto de psy e estávamos conversando sobre alguns elementos que gostaria de trazer pro meu som, ele acabou me enviando uma ideia e disse pra eu dar uma olhada, eu gostei muito, trabalhei nela um pouco e devolvi pra ele e ele deu um tapa final bem dado! Mas quando a gente lançou eu realmente não esperava nada, a gente lançou a música mais pelo amor ao clube, eu quero muito que a gravadora cresça, e a gente acabou ficando no top 2 por muitos dias e eu já tinha aceitado isso, ficar no top2 é muito bom também. Mas quando conseguimos eu fiquei muito feliz, não só por mim mas por toda gravadora, ninguém faz nada sozinho desde o designer que fez o flyer, o Silvio todo mundo que trabalha lá, essa é uma vitória em equipe.

WIR: Eu sempre admirei a sua capacidade de conseguir tocar tanto no mainstage quanto no underground, não é a toa que você faz parte de um seleto grupo de DJ’s que já tocou tanto na Laroc quanto na Ame Club. Eu gostaria de saber o que é mais marcante em cada palco e se você tem um preferido.

Zac: Olha eu nunca vou me esquecer da primeira vez que eu fui chamado para tocar na Laroc, no caso foi pra fechar a noite do Boris (no sábado) e o meu som tecnicamente está numa velocidade um pouco menor do que a do Boris, então foi muito desafiador pra mim, mas eu me preparei muito bem e o Silvio gostou muito então pra mim foi ali que ganhei a vaga de residente. Desde então, eu já toquei nos dois clubes nos mais diversos horários, e creio que é nessa parte que entra o feeling do DJ, saber qual é a sua função warm-up ou fechamento e toda vez que eu vejo meu slot eu me preparo muito, eu estudo o line, e procuro musicas para criar uma conexão na line.

WIR: Você passou quase uma década como residente no Amazon Club em Chapecó, esse período foi importante para esse “feeling do DJ” que você adquiriu?

Zac: Completamente, em toda minha historia lá aconteceu varias situações como avião do headliner atrasar, ou o DJ passar mal e eu ter que assumir em cima da hora, então é necessário muita experiência pra você conseguir ficar tranquilo num momento desses e, pra mim, esse mérito vem da preparação, eu sempre pesquiso muita nova, eu escuto música nova todo dia de manhã, tenho sempre pastas separadas no meu pen drive pra cada situação e eu entendo que eu como DJ eu me adapto. O meu trabalho é sempre tocar uma música boa e tocar o que é melhor para o clube.

WIR: O seu single “Outer Space” foi lançado agora dia 3 de fevereiro junto com o duo Silver Panda, como foi que surgiu o contato com o duo e como foi o processo de criação da track ?

Zac: Cara quando eu conheci o Silver Panda eu me apaixonei pelo som deles logo de cara, eu comecei a tocar imediatamente nos meus sets, pois para mim o som deles tem uma pegada muito pista, ela funciona, as vezes você esta ali e quer tocar um som para reanimar a galera, pode tocar um Silver Panda. Então quando surgiu a conversa de gravar um som com eles eu mandei uma base que eu já tinha feito com a Eleonora e eles colocaram essa pegada deles em cima e tava pronto.

WIR: E pra terminar, quais artistas são as principais inspirações do Zac?
Zac: Para o Zac produtor seria Eric Prydz e o Deadmau5, pois sou fã da maneira de como eles desenvolvem suas produções e como conseguem construir uma história, tocar as pessoas sem precisar de vocais, para citar alguns outros que me influenciam são Sasha, Bodzin que por mais que seja techno eu admiro muito sua paixão pela música. E como DJ seria o Hernan Cattaneo que para mim é o melhor DJ do mundo sem duvidas, e o Carl Cox que contém uma técnica incrível e por ultimo seria o Laurent Garnier que transita entre as vertentes com uma facilidade incrível, house techno e deep.

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not your average bald and bearded clubber.