Falamos exclusivamente com Purple Disco Machine sobre o Álbum “Exotica”

Após sua ascensão meteórica na pandemia com seu hit “Hypnotized“, que atingiu 200 milhões de streams no Spotify, recebeu Disco de Platina na Itália e Disco de Ouro em Berlim, Purple Disco Machine lançou seu novo Álbum “Exotica“.

Em uma conversa por zoom, ele nos contou mais sobre:

Purple Disco Machine – Imagem: Philipp Gladsome.

WiR: Sua música chega a ouvintes de diferentes faixas etárias, como pessoas que foram a festas disco nos anos 70 e jovens fãs de house music. Como você se sente sobre isso?

Purple Disco Machine: “É muito legal, porque alguns anos atrás a idade média no meu show era entre 30 e 35, mas nos últimos anos sinto que novas gerações estão ouvindo mais essas músicas e mais interessadas por elas. Para mim é ótimo ver isso porque esse tipo de música conecta de diferentes idades e lugares. Eu gosto muito disso, ver os mais novos e os mais velhos dançando juntos. Esse som une muitas gerações.”

WiR: Suas tracks tem sons clássicos de house, disco e funky. Quais são suas influências ao fazer música?

Purple Disco Machine: “Basicamente tudo que ouvi nos últimos 25/30 anos. Quando eu era jovem ouvia Rock, Funk e Soul de Peter Gabriel e Phil Collins. Depois explorei Disco como Prince, Michael Jackson e coisas mais Funky. Já nos anos 90 Daft Punk e French House/Disco House. Eu tento combinar tudo no meu som, tudo que me influenciou nos últimos 25 anos.”

WiR: Seu som tem muitos ouvintes LGBT. Quanto e como essa comunidade influenciou em sua ascensão na indústria musical?

Purple Disco Machine: “Pra ser honesto, sem essa comunidade nem haveria Disco,Funk ou Soul, porque eles começaram tudo isso. O verdadeiro motivo de eu amar Disco é que na pista de dança todos são iguais, não há distinção entre pessoas e todos compartilham da mesma paixão pela música. Isso é a o mais importante para mim quando estou fazendo um show, é isso o que eu verdadeiramente gosto no Disco e nessa comunidade que fez isso ser possível nos últimos 30 anos.”

WiR: Neste novo álbum, podemos ouvir algumas influências do Daft Punk e também a clássica assinatura sonora do PDM. Como foi fazer este álbum na pandemia? Qual é a mensagem por trás disso?

Purple Disco Machine: “Eu pensei que a pandemia iria afetar meu processo de trabalho, mas agora, após 1 ano e meio, vejo que não foi assim. Não tive falta de criatividade. Eu tive meu melhor momento fazendo música, porque não tinha pressão, não tinha prazos, então eu podia fazer música todo dia, como uma jornada de trabalho diária. Antigamente eu tinha 2 ou 3 dias entre meu tour para finalizar uma música e um remix e tinha que fazer as músicas. Mas nesse tempo de pandemia eu pude explorar novos sons e me diverti muito fazendo o álbum, fiz 50% dele antes da pandemia e o restante na pandemia.”

WiR: Qual é a maior diferença entre seu álbum Soulmatic e Exotica?

Purple Disco Machine: “Há 4 anos entre eles, quase 5. Há uma evolução no meu som definitivamente, Soulmatic era mais Disco dos anos 70 e atualmente é mais anos 80 com energia lá em cima e bateria 4 to the floor. Ainda é groovy e 100% Purple Disco Machine, mas com mais energia e com mais influência do Disco Italiano.

WiR: Da última vez você veio ao Brasil para o BOMA e tivemos a honra de entrevistá-lo algumas vezes antes! Portanto, é um grande prazer falar com você novamente! Você planeja voltar ao Brasil no próximo ano?

Purple Disco Machine: “Claro, não posso esperar para voltar pro Brasil. Já toquei em muitos shows na Europa e vou voltar pro México mês que vem e espero voltar logo pro Brasil, talvez no começo do ano que vem. A América do Sul é meu lugar favorito, porque as pessoas realmente entendem essa sonoridade, no começo 90% dos meus fãs eram desse continente, então é uma vibe diferente que eu gosto muito.”

WiR: Quando você começa a fazer uma nova faixa, o que geralmente é a primeira coisa que você faz?

Purple Disco Machine: “Depende, às vezes com um sample, às vezes escuto várias músicas para me inspirar e começo a fazer a música. Eu sempre começo com a bateria e o baixo, isso é o mais importante pra mim, porque preciso me sentir confortável com o groove para começar a ser criativo. Quando eu tenho esse groove eu começo a dançar no meu estúdio e começo a criar mais coisas. Certamente o groove é o mais importante.”

Purple Disco Machine e Eyelar fizeram a faixa “Dopamine” para o álbum “Exotica” – Imagem: Assessoria/Purple Disco Machine

WiR: Você pode citar algumas gravadoras que fizeram a diferença na sua carreira?

Purple Disco Machine: “Tudo começou com a Off Recordings, eles assinaram minha música em 2012/13 chamada “My House”, depois a Defected e a Glitterbox que do início até hoje trabalham comigo, me dão suporte, lançam minhas músicas, me contratam para shows, amo trabalhar com eles. A Sweat It Out também, que lançaram meu primeiro álbum Soulmatic e agora lançaram a Exotica junto com a Sony. Essas 3 gravadoras são as principais na minha carreira.

WiR: Você tem alguma dica para produtores de música eletrônica que pretendem fazer um álbum?

Purple Disco Machine: “O único conselho que tenho é: Não siga nenhum Hype, siga seu coração e faça a música que você ama. O que aprendi anos depois de carreira é que não dá pra deixar todo mundo feliz, é sem sentido tentar fazer músicas para todos, porque sempre haverá alguém que não vai gostar. Se você gosta da sua música, mesmo que ninguém goste além de você, é isso o que importa. Assim os comentários negativos não terão efeitos, sei que é difícil hoje com as redes sociais é muito complicado para os músicos, mas faça o que você gosta e deixe seu coração te guiar.”

Você já pode ouvir o novo Álbum em todas as plataformas de streaming!