Felipe Fella conta como ele concilia a vida de DJ com a rotina de estúdio

Rotina organizada e estímulo à criatividade são alguns dos tópicos de destaque

Por Louise Lamin

Trabalhar com criatividade é o sonho de muitas mentes inquietas por aí. Com uma cabeça borbulhando em ideias, pode parecer fácil entrar em um ritmo de produção constante. Porém, alguns percalços no caminho podem fazer com que esse processo não seja assim tão fluido quanto se imagina. Quando falamos da carreira de produção musical e discotecagem então, o desafio se apresenta na dualidade. De um lado, o trabalho para manter uma agenda cheia de gigs, almejada por todo DJ. Do outro, a falta de tempo para continuar alimentando o repertório, principal responsável por atrair ouvintes e convites.

Quem entende bem do que estamos falando é Felipe Fella, nome que vem marcando uma forte presença no cenário da dance music nacional. O DJ e produtor carioca tem chamado a atenção de big names do circuito internacional, como Michael Bibi, Cloonee, Blackchild e Solardo, não só pela experiência de pista, mas também pela grande dedicação em estúdio. Os artistas citados são alguns medalhões do Tech House que já tocaram as tracks do brasileiro mundo afora, que está sempre surpreendendo com novidades.

Porém, ele conta que em 2022 lançou muito menos músicas do que nos anos anteriores, já que está mais focado na qualidade do que na quantidade. Segundo ele, “mais vale um release em uma label relevante do que vários em labels que não acrescentam muito na vida do produtor”. “Eu tenho enviado promos/demos mais para artistas do que para gravadoras. A maioria tem label, e acaba sendo um caminho mais curto para abrir portas nessas gravadoras. Ou até mesmo em outras gravadoras, se alguns dos artistas darem suporte na track”, conta.

Assim, sobra um pouco mais de tempo também para dedicar tempo ao seu lado como DJ, já que desde o final de setembro, as semanas de Felipe têm sido insanas. O artista já se apresentou no Rio de Janeiro, São Paulo, e agora segue com uma agenda movimentada com gigs confirmadas até o final do ano. “Ter gigs na agenda é uma coisa que só me mantém mais ativo e querendo produzir mais. Ir tocar e ouvir outros sets é sempre inspirador. A vontade e a possibilidade de poder testar as minhas tracks na pista também é um combustível. Geralmente eu me organizo para terminar o que tiver de produção no começo da semana, e a partir de quarta ou quinta eu começo a pensar somente nos sets do fim de semana”, explica sobre a rotina.

Sobre os próximos lançamentos, ele adianta que tem tracks assinadas pela Issues, Hellbent e Nervous, sendo essa última já com data confirmada para 18 de novembro, um single em collab com o Luke Drash.

Por fim, para quem está começando nessa vida on the road, Felipe Fella deixa uma dica de ouro: “Saiba organizar o seu tempo no estúdio para não deixar de ser produtivo. Essa rotina de produzir nos primeiros dias da semana e pesquisar músicas e pensar nos sets do meio pro final da semana tem funcionado bem para mim, pode ser que funcione pra você também”.

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