Valeu a pena ir ao “The Belonging” São Paulo do Innellea?

Em turnê mundial, o artista alemão Innellea veio a São Paulo, no último sábado (29), mostrar pessoalmente ao público paulista o álbum “The Belonging”, lançado em fevereiro deste ano. Após passar por países da Europa e do Oriente Médio em turnê, o talentoso produtor desembarcou na América do Sul para entregar uma experiência tocante e focada nos sentimentos do público.

Nesta curta passagem pelo Brasil, Innellea tinha duas apresentações agendadas, uma no Warung, em Itajaí, Santa Catarina, e outra, em São Paulo, no Komplexo Tempo, na Mooca. Nós acompanhamos de perto a segunda, na capital paulista e trazemos todos os destaques para você.

Local

Na noite fria do dia 29, o Komplexo se mostrou uma boa escolha. Com muita música boa, a pista principal e o mezanino aumentaram a temperatura e a sensação era de conforto. Um ponto legal de ressaltar nesta minha primeira experiência no local, é a acústica. Embaixo do mezanino e na parte externa, a impressão era de que o som ficava abafado, acredito que se fossem distribuídas algumas caixas de som nesses ambientes, poderia melhorar a experiência.

Nas redes sociais, momentos antes do evento, Innellea anunciou que os fãs poderiam adquirir itens da turnê durante a festa. Procurei pela “lojinha” com os itens e os encontrei os encontrei na parte externa. Fiquei um pouco decepcionado ao saber que só haviam quatro camisetas para cada tamanho, no valor de R$ 250. Naquele friozinho, os moletons estilosos dos eps “Distorted Youth”, “Five Phases” ou até mesmo do álbum “The Belonging” iriam cair bem.

Sets

  • Tolex

Às 22h, Tolex abriu a noite com um set melódico bem divertido e dançante. O DJ soube conduzir o público que estava chegando no local, naquele momento, e foi progredindo a velocidade conforme o tempo passava. Ao final da apresentação, o público ficou muito feliz com a “recepção” e aplaudiu o DJ.

  • Juan Hansen

Na sequência, foi a vez de assistir a apresentação Live do argentino Juan Hansen. Artista de techno melódico de sons experimentais, com assinaturas de indie e rock. Hansen acrescenta sons instrumentais, como de guitarra aos sons eletrônicos, tem um vocal marcante e interage com o público o tempo todo. Foi a primeira vez que eu tive a oportunidade de acompanhar um set dele de perto e confesso que fiquei surpreso com a capacidade do artista em combinar todos esses elementos do início ao fim da apresentação com uma presença enérgica.

Juan Hansen toca guitarra durante o set | Reprodução/Redes Sociais.
Juan Hansen toca guitarra durante set e emociona o público | Reprodução/Redes Sociais.
  • Innellea

Antes de subir ao palco, a equipe já havia montado a aparelhagem utilizada por Innellea na parte superior do palco. Além das pick ups, o artista produz apresentações live com uma bateria eletrônica e teclados e trouxe uma novidade bem legal para este ano, que são os vocais. Sim, ele também canta!

Imagine como é difícil sentir a energia da pista, cuidar dos sons eletrônicos que saem da mesa, acrescentar elementos sonoros instrumentais à parte, como os sons de dois instrumentos diferentes e ainda sim, cantar com precisão. Quando olhamos para artistas como Juan Hansen e Innellea, é impossível não se surpreender com tamanha facilidade. Fazem tudo isso e ainda mantêm uma presença de palco admirável.

Innellea abriu o show com “Where Do I Belong”, uma composição representada por várias vozes falando em primeira pessoa de sentimentos, como tristeza, vazio, ansiedade, dentre outros. O novo álbum do artista transita de assuntos como fragilidades e emoções confusas para a transformação e de reencontro pessoal. É literalmente uma viagem pessoal que te leva a reflexões profundas.

Innellea comanda pick ups, bateria elétrica e teclado ao mesmo tempo | Reprodução/Redes Sociais.
Innellea comanda pick ups, bateria elétrica e teclado ao mesmo tempo | Reprodução/Redes Sociais.

O alemão traduz isso em música e levou o público nesta viagem emocionante, tocou os principais sucessos da coleção como “Downfall”, “Silence” (a minha favorita), “Shelter”, “Forward Forever”, “Deformation”, “No Gravitation”; e, “Burning Out”, com a participação de Juan Hansen, que voltou ao palco para apresentar essa música em b2b, afinal, ela é uma composição da dupla. Esse momento emocionante, você pode conferir nas redes sociais da Wonderland In Rave.

Além do álbum, Innellea apresentou o novo remix, lançado na sexta-feira (28), da música “Kiss Me Hard”, do trio WhoMadeWho com a dupla canadense Blue Hawaii. O vídeo do remix sendo tocado no Komplexo Tempo foi compartilhado pelo DJ no canal do Youtube dele e você também pode conferir. E, por último, mas não menos importante, um remix ainda não lançado da música “Promised Land”, recém-lançada pelo brasileiro Vintage Culture em parceria com Paige Cavell.

  • BINARYH

O duo paulistano BINARYH ficou com a responsabilidade de fechar a noite com chave de ouro. E vamos ser sinceros? Não é atoa que a dupla vem conquistando a moral que tem. Figurinha carimbada em festas da Afterlife ao redor do mundo, a dupla teve permissão para “amassar” até o final da festa e eles não decepcionaram. Foi a pedida perfeita para aqueles que curtem melódico e são fãs do selo mais renomado da vertente. “Other Side”, criada em collab com Eleonora; “Higher Power”, de Anyma; “Allein”, de Pryda; e, “Activated”, foram algumas das músicas que marcaram o set.

BINARYH comanda o final da festa com êxito | Reprodução/Redes Sociais.
BINARYH comanda o final da festa com êxito | Reprodução/Redes Sociais.

Marino Canal cancelou

Vale destacar que Marino Canal era um “Special Guest” (Convidado Especial) da noite e não pode comparecer. O anúncio foi feito pela Be On Entertainment, organizadora do evento, na noite da festa. Segundo a produtora, a turnê de Canal será reagendada para o segundo semestre deste ano.

Valeu a pena ir ao “The Belonging” São Paulo?

Chegamos a parte mais importante deste review, será que valeu a pena ir ao rolê? Para ser bem sincero, foi uma experiência muito boa do início ao fim. Muito diferente do que estamos habituados na capital, pelo menos, das festas que eu tive oportunidade de ir.

Sendo em um galpão pequeno, ficou a impressão de festa club, o que foi muito legal. Na mesma noite, tivemos dois sets Live, o que tornou a experiência completamente diferente, cadenciada, com maior interação e imersão. Para quem curte muito melódico, foi uma bela oportunidade de ver a evolução do Innellea como artista, o álbum “The Belonging” é um marco na trajetória dele e podemos conferir isso pessoalmente.

O line up foi bem escolhido e compôs bem a noite. A equipe de funcionários estava bem distribuída e foram muito legais o tempo todo. Posso dizer que sai do Komplexo bem satisfeito com tudo que vi. E você? Curtiu ou tem alguma crítica? Deixa nos comentários do post fixado neste link, queremos saber a sua opinião.

Vitor Gianluca
Vitor Gianluca
Vitor Gianluca tem 26 anos e é formado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), desde 2020. Curte um Techno Melódico e escreve para a WiR há mais de dois anos.
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