Kelner conta sua vida de DJ, experiências e próximos passos

Ser DJ não é uma tarefa fácil, ainda mais para quem está iniciando. Mas, muitos vão conquistando o público conforme o tempo, não é diferente para o DJ e produtor Kelner. O artista carioca já conquistou muitas pistas pelo Brasil em diversos eventos, mostrando que não se prende a rótulos e toca em qualquer lugar.

Iniciando como um integrante da área de eventos mas foi se apaixonando pelo mundo da música, Kelner foi buscando mais interesse no mundo de ouro da música eletrônica na época em que Skrillex chocava o mundo com o Diplo com o projeto Jack Ü.

“Eu comecei trabalhando na área do entretenimento como promoter, tinha alguns eventos mais alternativos e comecei a frequentar e curti bastante. Comecei a levar bastante gente para essas festas, vendi bastante ingresso e fui crescendo até produzir eventos. Em 2015, quando vi Jack Ü, projeto do Skrillex e Diplo, pensei: caramba, quero fazer isso aí.”, conta Kelner.

Meses foram passando e o carioca foi se interessando cada vez mais pela arte do DJ e da música eletrônica e suas vertentes, até que iniciou a tocar em eventos de clubes onde prestava serviços como promoter.

“Fui me interessando e praticando, peguei a controladora emprestada de um amigo e fui praticando por alguns meses. Em alguns momentos, conversava com meus amigos e perguntava se podia tocar por algumas horas antes de abrir o clube. Eu me senti confortável, fiz uma festa minha mas nunca tive uma obsessão. Comecei tocando trap e dubstep, só tocava em rolês assim. Estava em quase todas as festas, não ganhava nada ali mas estava presente.”

Após isso, foi só garantindo popularidade e começando a explorar outros mundos da música. Com a chegada dos megaeventos, como a Olimpíadas do Rio em 2016, Kelner foi vendo a oportunidade de aparecer mais e firmar seu nome na cena carioca.

“Por um ano fiquei tocando nas festas, até que vieram as Olimpíadas do Rio e surgiram bastantes festas. Comecei a fazer festas para um som mais comercial. Fui meio que adepto ao formato open format e fui tocando em festas de vários estilos, que nem hip hop, eletrônica comercial, festas underground… Fui me adequando a cada evento. Atualmente eu toco em festas mais comerciais, então eu misturo o eletrônico, faço mashups de funks com batidas de eletrônico. Estou criando uma identidade musical nesse sentido.”

Nessa trajetória, Kelner foi demonstrando mais de que sabe conduzir uma pista e foi conquistando espaço em grandes eventos do país como Réveillon Amoré (Pernambuco), Réveillon do Gostoso (Rio Grande do Norte), Noronha Weekend (Fernando de Noronha), Nosso Camarote (Sapucaí), Resenha do Mumu (Criada por Mumuzinho) e Numanice (Projeto de Ludmilla). E contou para nós, os desafios de se adaptar em cada festa que se apresenta.

“No réveillon de Amoré, foi uma virada chave pra mim porque foi um dos eventos mais famosos do país. Estava preparando um set eletrônico, fiz um set crescente. Tocou eu, Bruno Be e Pedro Sampaio. Foi perfeito, a galera super amou. O desafio é entender aonde eu vou tocar, para quem eu vou tocar e quando eu vou tocar. Já fiz produções e mashups de funk com eletrônico e sigo mantendo essa linha, é o que o público anda gostando e é o que eu curto fazer também. Então, tô criando uma linha musical mais nessa pegada.”

Durante o crescimento como DJ, Kelner também iniciou nas produções musicais. Isso foi agregando mais nos sets e criando mais vínculo com a pista, e isso fez com que criasse mais desafios para ele: “É um desafio, cara. Tem que ter criatividade. O que vou botar aqui, o que vou botar ali. Às vezes a ideia surge na hora e vou criando e adaptando. Vou testando na pista e vou adaptando a cada momento.”

Apesar de ser um DJ que toca em todos os tipos de festas, adotando o estilo Open Format. O DJ e produtor relata qual o sentimento que tem ao adotar esse estilo mais livre.

“A liberdade de conseguir agradar vários públicos diferentes, independente do nicho da festa que eu esteja. Uma vez toquei em uma festa que era no estilo eletrônico, eu ia abrir. Montei um set mais disco, mais sunset. Um produtor me viu em uma festa anterior e me pediu depois para que eu, em vez de abrir, tocasse mais no final da festa. Ele queria que eu tocasse depois do Vintage Culture e depois Pontifexx. Aí fiz um long set, coloquei uns techno, um repertório mais pesado. Então é realmente adaptar essa apresentação e conseguir manter esse público no auge. É um desafio e um prazer também.”

Outro detalhe interessante é que Kelner também atua no Marketing Digital e nos contou como concilia a vida de marketeiro e, também de artista: “No início foquei 100% no marketing digital, que era na pandemia. Naquele tempo fiquei desesperado e sem renda, me adaptei ao mercado digital e fui crescendo em 2021. Chegou 2022, voltei a focar na música. Aí veio um combo de copa, natal, réveillon e carnaval, pedi para o meu sócio segurar o bastão por enquanto. Mas, hoje em dia consigo me organizar mais com os processos empresariais e os processos da música. É difícil, mas tenho apoio da minha equipe e vamos fazendo isso com organização.”

No longo de nossa conversa, perguntei para ele quais são os próximos passos de sua carreira pela frente.

“Quero investir em mais músicas nas pistas, quero lançar mais música e investir nisso junto com minhas redes sociais. Trabalhar e explorar essa mídia digital para que eu consiga crescer e investir mais nessa área. Seja no soundcloud, seja no Spotify, meu foco é criar música, reproduzir nas pistas e lançar pra galera. Assim, acredito que vou ganhando visibilidade com o tempo. É um processo de me consolidar lá na frente.”

Além disso, não é só de ação que vive o DJ carioca e sim de inspiração. Kelner nos contou artistas que o inspiram e como se imagina no futuro: ”Daqui uns 10 anos vou estar com bastante hit na pista, se Deus quiser. Um dos caras que eu vejo como referência é o Dennis DJ que está sempre presente, sempre com coisa nova. Outro também é o Alok, até mandei mensagem pra ele um dia desse. Sei que ele não vai ver, mas acho que ele é tendência tanto no mercado musical, como também no conteúdo e com seu estilo de vida. É algo que eu quero seguir na minha vida e me vejo bastante nesses dois caras.”

Siga Kelner aqui e acompanhe mais do trabalho do DJ e produtor carioca.

Créditos foto: Felipe Archer
Créditos vídeo: Produtora Sand/Égon Marzullo

Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.