Kolombo e Fran Bortolossi falam sobre o trabalho com a sua label Otherwise Records

A amizade de longa data entre o belga Kolombo e o gaúcho Fran Bortolossi já marca mais de uma década. Em entrevista exclusiva, a dupla comentou sobre gestão de carreira, curadoria da label e mais.

Entre diversos projetos e parcerias que eles materializaram juntos até aqui, a Otherwise Records é um tema que merece destaque. Entre lançamentos de singles e EP’s, os label heads também estiveram envolvidos na curadoria de uma coletânea com vários artistas e em ações de remix contest, dando oportunidade para nomes emergentes na cena.

Apresentando faixas voltadas para as nuances do Tech House e Minimal/Deep Tech do cenário mundial, a gravadora já completa quase dois anos de atuação no mercado fonográfico e uma constância significativa nos lançamentos. Entre os nomes que já passaram por ali Zoo Brasil, Andreas Henneberg, Carloz e Stefan Amara podem ser alguns dos destaques que apresentarem sons contemporâneos ao selo, além de seus idealizadores, claro.

Convidamos os idealizadores do projeto para nos contar sobre os próximos passos e como funciona o workflow entre eles.

Fran, Kolombo! Tudo bem? Legal falar com vocês. Fran, a gente sabe que você e o Kolombo possuem uma amizade de tempo já, mas como foi que vocês chegaram nessa ideia de ter uma gravadora juntos? Quais foram as motivações?

Kolombo: Há tempos conversamos sobre isso, da nossa vontade de ter uma gravadora que pudéssemos lançar mais músicas nossas e de talentos que acreditamos e gostamos. Então foi simplesmente essa a motivação!

Kolombo, o que a Otherwise tem buscado atualmente em termos musicais? E como rola o processo de curadoria? Vocês aprovam tudo juntos ou cada um tem carta branca para fluir?

Kolombo: Procuramos o som que nos identificamos, seja ele house, techno, progressive house, etc. A curadoria é geralmente feita por mim e pelo Fran e aprovamos juntos com a Gabi Lorensatto, que também faz parte do label com a gente.

Diante de um mercado tão dinâmico, para vocês é mais importante ter uma identidade sonora bem estabelecida ou melhor abrir o leque para sonoridades “próximas”? Quais seriam as vertentes que encaixam na gravadora?

Kolombo: Com certeza, trabalhamos com uma variedade de sonoridades sem rótulos, mas que giram em torno do house e techno que são as vertentes que mais tocamos e curtimos.

Sabemos que ter um selo envolve diversas etapas que vão desde o planejamento, comunicação, curadoria musical, marketing e toda a parte técnica ao redor da finalização das tracks. Além disso, vocês possuem suas carreiras artísticas. Com tantas coisas na agenda, como vocês fazem para manter os negócios fluindo na gravadora?

Fran Bortolossi: A gravadora faz parte de tudo isso, temos a Gabi, nossa manager, que também faz o gerenciamento burocrático da gravadora e também contato com as equipes de marketing, social media e relacionamento com os artistas. Mas sempre trabalhamos juntos em tudo que se trata da Otherwise.

O mundo hoje tem se mostrado rápido e mutável. Como fazer uma gravadora se manter consistente em seus lançamentos, mas também acompanhar as tendências e se colocar na vanguarda para se tornar uma referência no mercado?

Fran Bortolossi: A gente procura lançar música boa e de talentos promissores, principalmente o que a gente se vê tocando, é essa a essência da gravadora, ainda estamos no início e temos um pequeno porte, mas não estamos diretamente ligados a tendências e sim no que acreditamos.

E os planos para este ano? Como vocês estão de agenda para os próximos lançamentos? Alguma novidade que já podem no antecipar? Obrigada!

Kolombo: Estamos com a agenda de lançamentos mais coesa esse ano depois do final de 2021 que tivemos 2 lançamentos por mês. Temos alguns planos em mente de artistas e outros projetos que ainda estão em desenvolvimento, mas não podemos abrir!

O que vocês já podem fazer é conferir o meu próximo EP, Take Me Home, que chega pela gravadora oficialmente no dia 20, mas já está no Beatport!

Fran Bortolossi, Kolombo e Otherwise Records estão no Instagram.

Entrevista por: Maria Angélica Parmigiani