KVSH fala sobre os desafios de ser Open Format, novas produções e o futuro

Por mais que possamos dispensar apresentações para falar do DJ e produtor KVSH, vale a pena destacarmos o seu grande protagonismo na cena da música eletrônica nacional. Isso não só pelos hits e remixes que colam na cabeça dos fãs, mas sim pela sua versatilidade de estar em diversos eventos que não predominam apenas o eletrônico.

Mesmo com o projeto advindo de uma banda, a proposta de agradar diversos públicos ainda é uma das características principais. KVSH não se limita e trás a diversidade da música nacional, dos clássicos e dos hits que marcaram épocas e o transforma na modernidade que a música pede para hoje com uma geração que produz, compartilha e mostra para diversas outras comunidades virtuais através das redes sociais.

E isso é mais que evidente, como em remixes de faixas de Tim Maia, Gilsons, Lagum, Orochi e outros que ocuparam posições em diversas playlists e paradas de sucesso em diversas plataformas. Mas também fez colaborações importantes na cena eletrônica com artistas relevantes que com certeza você já ouviu falar, faixas recentes com DJs como Carola, Sandeville, Sevek, Maz, The Otherz, Pontifexx, Öwnboss e muitos outros.

E é com essa apresentação que vamos introduzir a nossa entrevista com o retorno de KVSH aos palcos da Wonderland in Rave.

O DJ e produtor mineiro que ficou famoso com faixas como “Can’t Get Over You”, “Sede pra te ver”, o famigerado remix de Tokyo Drift retorna ao nosso portal.

Em um papo descontraído, o DJ não escondeu os seus anseios e falou sobre o seu trabalho, relação com o público, além das novas músicas e que ainda tem sonhos para serem realizados. Sigam com a entrevista:

Olá, KVSH. Eu te vi pela primeira vez em 2019 na Game XP no Rio de Janeiro e vi que você tinha muitos frutos e muita história para contar dali para frente. Creio que você também deve olhar e refletir um pouco do lá pra cá”, veio muitos acontecimentos e o que isso está representando para você hoje?

– Sim! Muitas reflexões surgem quando penso em tudo que aconteceu de 2019 pra cá. Agora me sinto vivendo uma nova fase da minha carreira, diferente de tudo que fiz até o momento. E com certeza está representando algo muito importante, quebrar barreiras e chegar em lugares desconhecidos é uma grande aventura.

Você é um artista muito versátil e nos comprova isso com seus shows em qualquer tipo de festa no Brasil. Era um desejo desde o início estar tocando em todos os lugares, ou você queria se aventurar em um nicho só?

– Na verdade, desde quando comecei a produzir nunca fui “amarrado” a um nicho. Antes do KVSH ser o projeto que vocês conhecem hoje, eu produzia de tudo. Desde música eletrônica até trap. O projeto se consolidou na música eletrônica, mas eu sempre busquei trazer o máximo de diversidade de estilos para as minhas produções. Hoje poder tocar em eventos que não são exclusivamente eletrônicos é uma grande conquista e também uma grande missão.

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O fato de você não se limitar nos palcos, faz você ter mais popularidade. A versatilidade de ser Open Format te deu muitos caminhos se popularizando no Brasil. Você crê que esse caminho pode ser um dos que te deram mais diferencial na sua carreira?

– Sem dúvidas. E não é apenas uma questão de “fama a qualquer custo”, mas sim de fazer a música eletrônica brasileira chegar em públicos que ela não chegaria naturalmente aqui no nosso país.

Você adquiriu fãs de todos os estilos com seus remixes de faixas brasileiras famosas. Você possui uma certa aproximação com isso, o que acha que isso pode diferenciar você e o tornar um artista único?

– Eu sempre gostei de explorar novas possibilidades para músicas brasileiras. Foi o caso da “Várias Queixas” com o Gilsons, “Ninguém Me Ensinou” com a Lagum e tantos outros remixes que fiz para bandas consagradas do Brasil. Com certeza isso gerou uma diferenciação no mercado de música eletrônica e levou meu trabalho para outros nichos.

Ainda seguindo nessa linha, você posta de vez em quando alguns mashups em reels nas suas redes sociais. Teve postagens em que houveram alguns comentários sobre as suas produções. Esses comentários falavam que aquilo não era música eletrônica e que você mudou muito, que não produz mais como antes. Como você se porta diante disso, você acha que está se desviando da música eletrônica?

– A música eletrônica é ampla. Existem diversos estilos de música eletrônica e diversas possibilidades dentro do gênero. Os mashups que faço nas redes sociais são uma forma de descontração e de testar possibilidades diferentes dentro da música. Criar pra mim é isso, é se aventurar nos estilos, gêneros e sonoridades.

Mudando de assunto, vamos falar de performances. Neste último Lollapalooza Brasil você fez um b2b interessante e que caiu bem nas graças do público com Dubdogz. Já havia um interesse antes? Como foi o início dessa parceria até o show no Lolla?

– O b2b com Dubdogz foi irado! Nós sempre fomos próximos e a oportunidade de tocarmos juntos no Lolla veio no momento certo. Conseguimos fazer uma entrega incrível, ainda melhor do que o esperado!

Outro b2b” interessante que veio através de uma collab foi o Best You Ever Had, penúltima faixa lançada por vocês. Houve um set de gravações com Sandeville que você postou em seus stories no Instagram, o que você anda aprontando para nós?

– O Sandeville, assim como eu, é um artista que gosta de movimentar ações. Pensamos juntos numa maneira de gravar um clipe, fazer uma festa de lançamento e reunir os amigos em um mesmo dia. O resultado vocês verão em breve!

Para encerrar, veio trabalho novo por aí com a faixa My Neck My Back” com o carioca Reezer. Como foi o processo de criação e o que a faixa pode transmitir para nós?

– A My Neck, My Back é uma track muito especial que produzimos durante a pandemia e conseguimos lançar agora em 2023. Ela tem o vocal da Khia, lançado em 2001 e conseguimos trazer para uma vibe bem atual, do som que tá rolando na música eletrônica hoje em dia.

Agradeço a sua disponibilidade e participação! Espero que nos encontremos mais, não só nas pistas, mas em nosso portal também. A última pergunta, você ainda tem um sonho ainda não alcançado mesmo com essa trajetória toda?

– Muitos sonhos. Não importa onde a gente esteja, sempre precisamos ter novas ambições para a vida valer a pena. O meu maior sonho atualmente é levar minha música para os 4 cantos do Brasil e romper as barreiras que existem entre a música eletrônica e a música popular aqui.

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Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.