Carola se apresenta no domingo, dia 26, no Perry’s by Johnny Walker Blonde, e acaba de ser anunciada na edição de Chicago
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Foi um ciclo brilhante. Desde o começo da pandemia, quando passou a intensificar os estudos em produção musical e gestão de carreira e a lançar as primeiras músicas, Carola viveu uma trajetória dos sonhos: caiu nas graças de nomes como David Guetta e Martin Garrix, assinou com Armada Music e STMPD e tocou em eventos como Rock in Rio, Só Track Boa, Ushuaïa Ibiza e Tomorrowland (onde repete a dose neste ano, agora como a primeira mulher brasileira no Mainstage).
Para 2023, a DJ e produtora gaúcha ousou em sair de sua zona de conforto e começar uma nova fase, cujo primeiro e único exemplar até então é “Move For Me” — single lançado em 31 de janeiro, pela In / Rotation (gravadora do Insomniac Music Group).
Embora a música não seja definitiva para entendermos o que a “nova Carola” representa em sua totalidade, ela traz alguns marcadores importantes: aquele som mais pop pelo qual ela consolidou sua reputação foi substituído por um tech house com elementos de bass house, em uma estética mais crua e de estrutura experimental (três breaks e três drops).
“Completei uma década como DJ, e estou perto de fazer 30 anos. Sigo em busca de mostrar quem sou através da minha arte, e acho que esse amadurecimento sonoro é algo natural. Ainda é difícil definir o futuro das próximas produções, mas os elementos de tech house, melodic e progressive vão estar cada vez mais presentes na nova sonoridade”, explicou.
Carola tem uma trajetória bastante especial. Antes de explodir em 2020, foram muitos anos de luta, dedicação e superação. Descobriu o universo eletrônico em 2006, aos 14 anos de idade, quando foi levada a uma rave por um primo. Se apaixonou e, em pouco tempo, já estava trabalhando como promoter. Três anos depois, decidiu ser DJ, por amor à música.
Uma menina preta, da periferia de Porto Alegre, que sonhava não chegar ao topo de um cenário majoritariamente composto por homens brancos, contrariando todos ao seu redor, que achavam que não era para ela. Mas ela conseguiu.
É por isso que sua coragem em iniciar um novo ciclo não surpreende. Para quem vem de onde ela vem e enfrentou o que ela enfrentou, desapegar-se de uma “fórmula” que a levou a tantas conquistas para recomeçar com novas bases é mais do que fácil — é até desejável.
Quem for ao palco eletrônico do Lollapalooza Brasil (o Perry’s by Johnnie Walker Blonde) no domingo, 26, às 14h30, vai ter a oportunidade de não apenas ver a DJ riscar mais um grande evento de sua lista de sonhos, como também poderá assistir, em primeira mão, a essa nova faceta da “Luchadora” em ação.
Além da estreia na filial brasileira do Lollapalooza, Carola agora foi a única artista brasileira anunciada como atração da matriz, que rola no Grant Park, em Chicago, entre os dias 03 e 06 de agosto.
Mais sobre Carola
Se 2020 foi o ano que consolidou Carola como uma estrela em território brasileiro, 2021 a fez começar sua escalada internacional. Impulsionada pelo suporte de ninguém menos que David Guetta — que incluiu a collab da artista com Kohen, “FKGO”, lançada em novembro do ano passado pela Braslive, em seu radioshow —, a DJ se tornou em março a primeira mulher do planeta a lançar pela STMPD RCRDS, gravadora do super astro Martin Garrix, com a faixa “What They Want” (collab com Gabzy). Alcançar a STMPD era justamente um de seus principais objetivos da carreira.
A divulgação da track fez com que ela se aproximasse da Beck’s (uma das cervejas carros-chefes da AMBEV), patrocinadora oficial da última edição do Tomorrowland. Em junho, a marca organizou uma live especial de after party do festival para o Brasil, e Carola foi escalada para o evento, junto com Bhaskar e KVSH. Menos de um ano depois, era anunciada para a edição principal do evento belga, realizando mais um sonho de longa data.
Com o suporte de nomes como Tiësto, SOFI TUKKER, Don Diablo, Fedde Le Grand, Morgan Page, Mike Williams e Alok, mais de 27 milhões de plays apenas no Spotify e parte do roster de gravadoras como STMPD, Atlantic, HUB Records e Armada Music — por onde lançou faixas como “Come With Me”, que ultrapassou cinco milhões de plays no Spotify e rendeu convite para uma masterclass; e “Luchadora”, que resultou em seu primeiro videoclipe —, Carola é hoje um dos maiores expoentes da música eletrônica brasileira.
Nada mal para a menina preta e periférica que teve que enfrentar olhares tortos, desconfiança e obstáculos enormes quando decidiu trilhar o seu caminho.
