Malive e Victor Lou jogam um pôquer diferenciado no clipe de “Laurinha”

Os DJs e produtores Malive e Victor Lou uniram-se para um lançamento interessantíssimo em vários aspectos. A parceria faz todo sentido se levarmos em conta a relevância que ambos conquistaram no cenário nacional; Malive, formado em Berkeley e tendo lançado por selos importantes (como o Confessions, de Tchami e Malaa), e Victor Lou um dos mais incansáveis produtores do cenário desde 2015 — seus 5 principais lançamentos somam mais de 30 milhões de plays no Spotify, apenas.

Ao ler o nome “Laurinha”, pensamos imediatamente que se trataria de uma música falando sobre algum personagem brasileiro. Mas a verdade é que a menção honrosa é para Lauryn Hill, lendária cantora norte-americana que fez parte do grupo Fugees ao lado de Wyclef Jean e Pras Michel nos anos 90, e que agora figura a capa deste single de Malive e Lou, desenhada brilhantemente por Henrique Ricardi, do HOOD Coletivo.

“Killing Me Softly With His Song” é a música do Fugees que foi sampleada neste trabalho de Malive e Victor Lou. Os vocais de Lauryn são distribuídos ao longo da faixa, mas não exatamente o famoso refrão. Este, Malive e Victor Lou deixaram estrategicamente para o final, entendendo que para se fazer uma música de impacto, devemos guardar a melhor parte para construir um clímax no momento certo.

Com essas batidas de “tech-bass” já muito conhecidas do arsenal artístico tanto de Malive quanto de Victor Lou, a dupla fez questão de celebrar a ocasião deste single com um clipe meio pirado e muito bem produzido pelo pessoal da NEXT Management.

Na história, que faz referência à série Peaky Blinders (Netflix), os dois DJs são personagens do século passado jogando cartas, mas possuem também um certo artefato que os leva para algo que se pode interpretar como uma viagem no tempo, um sonho ou uma visão do futuro até 2035 — tudo dando certo, o que mais teremos até lá serão as raves.

Este som é impossível de passar despercebido. Propondo uma fusão de beats tech atuais com o sabor sonoro que só um clássico como este dos Fugees poderia proporcionar, é apostando as fichas em trabalhos como este (bem além do poker) que DJs brasileiros conseguem inovar.

 

Head of Social Media da WiR e amante de música eletrônica.