MNFST Festival mostra boa experiência que deve se consolidar em próximas edições

O MNFST Festival estreou no Rio de Janeiro com uma proposta nova para o mercado eletrônico. Com um line que prioriza exclusividade em um formato diferente, o evento aplicou o conceito na sua forma perfeita mas ainda precisa solidificar a mensagem para os fãs que virão em próximas edições.

Localizado na Marina da Glória, o MNFST uniu todos os conceitos em um lugar: Sustentabilidade, música e arte. Ambos harmonizados em dois palcos construídos com uma proposta que remete o reaproveitamento de materiais que podem ser utilizados em eventos futuros. Haviam dançarinos que representavam os elementos da natureza e dava mais imersão à festa, eles percorriam todo o evento com vários tipos de apresentações e performances.

Uma das ativações no entorno do festival, tinham 3 bonecos feitos de materiais reaproveitáveis – Foto: David Barbosa.

O line possuía nomes reconhecidos da cena eletrônica nacional e internacional: Âme b2b Dixon, Antdot b2b Maz, Due b2b Eli Iwasa, Leo Janeiro b2b Nepal, From House To Disco b2b Valentina Luz e mais. Nesse intuito de trazer sets diferentes e vibrantes, o festival acertou bastante pois continha realmente uma diversidade de estilos entres os artistas.

Cheguei pontualmente no evento que obteve atraso de pouco mais de 1 hora. Ao entrar, ganhei um copo e uma cerveja de “boas-vindas” para entrar no clima da festa. Havia praça de alimentação com opções veganas, vegetarianas, hambúrgueres, pizzas e batata frita; os preços variam entre R $15 e R $50 reais e um ponto positivo pela variedade de alimentos disponíveis.

Apesar da seleção de artistas ser muito boa, boa parte do público parecia estar lá apenas por estar, eram poucos momentos em que todo mundo explodia durante os sets dos artistas. Haviam influenciadores digitais que produziam conteúdo do evento e o público começou a ficar mais presente durante a apresentação de 4 horas dos DJs Âme e Dixon.

Brinde dado aos primeiros que entraram no MNFST Festival – Foto: David Barbosa.

A estrutura era perfeita para um evento ao ar livre, havia assentos na praça de alimentação e no palco 2 para descanso durante a jornada de pouco mais de 11 horas de festa. Não tinha áreas premium ou área VIP, era todo mundo junto e misturado. Mas tinha algo previsto para o dia que poderia atrapalhar a festa: a chuva.

O Palco 1 (palco principal) era parcialmente coberto mas não o suficiente para abrigar o público presente, a chuva iniciou no final do set das principais atrações daquela noite: Âme b2b Dixon. No decorrer o palco 2 que era descoberto parou as apresentações devido a chuva e ventania mas a música continuava com as apresentações das DJs Due b2b Eli Iwasa e, posteriormente, Antdot b2b Maz.

Apesar do festival ter fluído na medida do possível, parte do público optou por ir embora pois a cobertura do palco 1 não amenizava a chuva que caía. No palco a dificuldade era sentida quando em alguns momentos a música parava, um tapume de madeira foi utilizado para proteger os artistas e os equipamentos enquanto tocavam.

Público se dispersou para o galpão da Marina enquanto outros ainda dançavam na pista do palco 1 – Foto: David Barbosa.

Em geral, o festival possui um movimento positivo na experiência proposta mas creio que seja processo de solidificação da marca na cidade para que haja mais adeptos do estilo “underground” e house music. É ousado começar um evento tão único quanto o MNFST Festival, porém a expectativa é positiva para que mais amantes da música eletrônica possam desfrutar das próximas edições.

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Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.