O duo SUBB fala sobre as últimas produções e as principais conquistas até aqui

Todo esforço e trabalho dedicado de SUBB em 2021 trouxe frutos importantes que o duo vem colhendo desde o começo do ano: faixas na 1001Tracklists, retorno ao ranking “State of Dance Music”, indicação ao Future House Music Awards e um lançamento que representa bastante a nova fase musical do projeto.

Nesta entrevista exclusiva, Fred Vieira e Rafael Noronha contam os processos por trás de cada track e como se sentiram com todo esse reconhecimento nacional e internacional, além de suas apostas e planejamento para 2022. Leia:

Sabemos que a produção do remix de “No Turning Back” foi super rápida. Como foi esse processo? Qual a sensação de verem outra faixa de vocês na 1001Tracklists?

Foi rápido sim, porque como foi um remix que a Spinnin’ Records e o próprio artista solicitaram para gente, já tinham uma data de lançamento na cabeça. Eles escutaram uma música nossa chamada “Like You Like It” e gostaram pra caramba. Então, falaram: “pô, a gente queria uma coisa nessa linha que vocês fizeram e tal”. A partir disso, a gente fez em alguns poucos dias e aí eles já aprovaram. Fizemos alguns ajustes, um aqui outro ali, e aí já rolou.

Cara, ver a música no 1001Tracklists assim é importante, mas o mais relevante para gente foi o fato dela ter entrado no State of Dance Music, que é esse estudo que os caras fazem para entender quais foram as músicas mais tocadas por DJs durante o ano inteiro. E nesse ano foram 70 mil sets. Pô, você ver que uma das suas músicas está nesse ranking, que não é um negócio de popularidade, mas que mostra que o DJ ouviu sua música, gostou e tocou. Então, a gente ficou muito feliz, é um negócio que às vezes até a gente não entende muito o tamanho do que de fato isso representa.

Para vocês existe alguma semelhança entre “No Turning Back” e “Black Out”? Vocês enxergam alguma relação entre as faixas para que elas tenham chegado ao 1001Tracklist?

Não, não tem nenhuma semelhança. São músicas bem diferentes, a “Black Out” foi uma das primeiras faixas que a gente lançou nesta linha nova do SUBB, ela é de novembro de 2020, se eu não me engano. E mesmo assim, né, isso que é muito louco, em novembro de 2020 ela entrou entre as mais tocadas do ano, com dois meses. Isso surpreendeu muito a gente, e foi aí que a gente meio que decidiu seguir fazendo músicas muito nessa linha da “Black out”, que já estávamos testando, mas quando a gente viu o sucesso que ela conquistou assim lá fora, principalmente, e a gente tocando-a no Brasil e vendo que ela funcionava, falamos: “cara, é isso aqui que a gente quer seguir”. Já estávamos ouvindo esse estilo e buscando um negócio diferente do que rolava aqui no Brasil, e ela fez sucesso.

E a “No Turning Back”, apesar da produção ter acontecido num intervalo curto até, cerca de 5 a 6 meses depois, era um processo que a gente ainda estava desenvolvendo muito desse estilo novo do SUBB, que hoje já é bem mais claro. E tinha a questão também da original ser bem mais comercial, né, então a gente acabou puxando um pouquinho… tanto que ela entrou aí como um Future House, não sei dizer se ela é um Future House ou um Tech House, ela tá no meio do caminho. Ela é um pouquinho mais gringa, vamos dizer assim.

A faixa “Look At The Sky” está concorrendo a melhor colaboração no Future House Music Awards. Como foi produzir com o FFLORA? Qual a mensagem da track?

Cara, a “Look At The Sky” é uma música que tem uma história bacana. A gente começou a produzir ela até antes da “Black Out” e da “No Turning Back”, e ela foi sair só depois, na verdade. A gente recebeu uma ideia do FFLORA, uma ideia bem melódica, assim, com um vocal bem legal. Trabalhamos bastante na música e fizemos uma versão e todo mundo ficou muito satisfeito, ela já tinha um pouco dessa onda de mais bateria que a gente está gostando e conseguimos dar uma pegada bem progressiva, mas que fizesse sentido pro SUBB na época. E não é que a música ficou encostada? A gente ficou numa questão de direitos com a vocalista que até optou por não entrar como artista, enfim, a música foi indo… e quando a gente viu, ela foi lançada só em abril de 2021. Ficamos muito felizes com o resultado, ela pegou playlist para caramba, mesmo não estando exatamente na estética do SUBB naquele momento, né, foi um negócio que a gente ficou muito feliz com o resultado. Tanto que ela entrou no Future House Music Awards como uma das melhores collabs do ano e trabalhar com o FFLORA é sempre um prazer, a gente é amigo há muito tempo,nos conhecemos há ‘milianos’, então é sempre dahora para caramba, a gente tem uma sinergia muito boa em estúdio e de amizade e tudo mais.

Como foi produzir “Feelings” com a Ali Story? Qual a mensagem da track? Descrevam um pouco dos elementos dela para a gente.

Também foi uma collab que a gente recebeu uma ideia. Só que a gente não conhecia a Ali Story, essa relação se deu através da gravadora Mith of NYX, que é o selo que a gente mais tem lançado, que gostamos muito do trabalho. É uma gravadora holandesa que é um braço da The Future House Music, um dos 15 selos mais importantes do mundo hoje, mais tocado por DJs e tudo mais. A gente tem uma relação muito boa com eles, que entraram em contato com a gente e falando: “temos essa música aqui dessa artista que está se destacando pra caramba e está fazendo vários shows legais na europa e tal”. A gente ouviu a ideia e falou: “hum, tem alguma coisa aqui!” Mexemos bastante, fizemos várias versões até chegar num consenso com a gravadora e deu super certo. Ela já é um avanço dessa linha, já é ainda mais puxada para a Tech House, de tudo que a gente tem feito, e retrata esse caminho. Logo quando terminamos, pensamos: “cara, essa é uma das músicas mais legais que a gente já fez”. E olha o que tem rolado com ela nessa primeira semana de lançamento: 100 mil plays, um monte de DJs tocando – dos mais importantes até os mais de nicho de Tech House -, Top 30 em uma semana da Beatport de Tech House, Top 2 do 1001Tracklists nesse momento… então, é uma música que a gente está muito muito feliz e que ela está bem nessa onda desse Tech House novo que a gente está acreditando para o SUBB.

Olhando para 2021 é evidente o sucesso e reconhecimento internacional que vocês alcançaram. Com isso em mente, o que planejam e esperam de 2022, com a vida voltando cada vez mais à normalidade?

A gente espera de fato uma vida voltando à normalidade. Já tivemos uma agenda de final de ano como a gente nunca teve no projeto, né. Então sentimos que colhemos um resultado desse trabalho de pandemia, dessa aposta que a gente fez de mudar completamente a cara do SUBB de ir para um outro estilo de som, de acreditar nesse Tech House com essa pitada mais comercial que a gente gosta, que estávamos ouvindo há muito tempo. Então, é um negócio que estamos consumindo há muito tempo e a gente meio que apostou nisso. É muito legal ver que lá fora hoje esse estilo de som está ocupando grande parte dos line-ups dos maiores festivais e que tem cada vez mais gente abraçando isso aqui no Brasil. A gente aposta muito nesse som para 2022 aqui no país, tem vários artistas amigos nossos, inclusive, fazendo sons muito bons nessa linha ou se inspirando em artistas dessa linha. E é legal ver que a gente fez um caminho lá atrás. Não vou dizer que a gente enxergou, só falamos: “cara, isso aqui é muito legal, a gente gosta disso e estamos a fim de mudar”, numa vibe com a pandemia com mais tempo para pesquisar coisas, de ouvir coisas diferentes e aí a gente acabou achando esse gênero e entrando nele muito cedo, inclusive, ajudando a desenvolver um pouco dele. Temos lançado muita coisa em relação a isso, então esperamos que em 2022 uma consolidação maior desse gênero que a gente acredita muito e que, com certeza, vai chegar com força no Brasil.

Ouça agora “Feelings” em colaboração com Ali Story:

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