A pandemia da COVID-19 trouxe diversas mudanças em diversos setores da econômicos, e na indústria do entretenimento isso não será diferente. O descontrole da pandemia no Brasil somado à crise econômica, principalmente quanto a alta do dólar afeta, e muito, a cena eletrônica.
É muito difícil fazer qualquer tipo de previsão para um cenário tão instável, porém já sabemos que a tendência é termos menos atrações internacionais no país, dado a alta dólar somado a diferença gritante dos cachês das atrações internacionais para as nacionais.
Deve-se levar em consideração também a alta vivida pelos DJs nacionais, até o momento esse pode ser o melhor momento vivido na cena eletrônica nacional. São diversos DJs brasileiros que são capazes de dar sold outs em grandes eventos sem depender de atrações internacionais. Hoje à música eletrônica brasileira está mais rica, tem-se um roll maior de DJs com mais visibilidade do que antigamente, o que vale tanto para o mainstream e para o underground.
Além de ser uma tendência ver mais DJs nacionais nos line ups, é uma tendência também apostar em novos talentos. A pandemia abriu diversas portas para DJs e produtores iniciantes, diversos nomes já renomados no mercado disponibilizaram aulas de produção e mixagem nos últimos 12 meses. Muitos DJs aproveitaram essa paralisação para focar e divulgar o seu trabalho, assim como DJs antigos no mercado procuraram por novos talentos e novas músicas afim de aperfeiçoar o próprio trabalho.
Os festivais nacionais também seguem a mesma lógica, espera-se mais eventos e festivais nacionais com a retomada de eventos. Tais festivais tem crescido bastante no Brasil e apresentado estrutura de festivais internacionais, como é o caso da Só Track Boa, em um meio mais comercial, e do Warung Day Festival, no meio mais underground. Alguns festivais internacionais ainda serão mantidos no Brasil, como é o caso do Lollapalooza, porém ainda se espera mais informações quanto a alterações no seu line up.
Outra questão delicada é a crise em que se encontra o setor do entretenimento e os clubs durante a pandemia, até o momento, alguns produtores e clubs estão há 1 ano sem receber, e em muitos casos, com despesas fixas de manutenção, aluguel, impostos, funcionários e etc. Ao que se indica pode-se esperar uma alta nos valores de ingressos e nos bares, somados à procura de DJs com cachês menores, isso já é visto em eventos que tiveram autorização para acontecer durante a pandemia.
Quanto ao valor cobrado pelos DJs existe uma tendência inicial de queda, dado a crise vivida pelos clubs somado a procura por DJs com cachês menores, pois será difícil investir valores altos na retomada dos eventos. Essa queda inicial pode não durar muito, algum tempo após a flexibilização total do comércio e com a vacinação em sua fase final, se espera uma alta na indústria do entretenimento, o que aumentará a procura pelos DJs mais “requisitados”.
Ainda neste ano se espera uma retomada forte para a indústria do entretenimento, porém isso vai depender de como o Governo conduzirá a pandemia, principalmente no quesito da vacinação. Um dos pontos positivos é que teremos muita música nova e novos talentos para os próximos anos, o que nos resta agora é esperar e apoiar artistas e clubs locais até que tudo volte ao normal.
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