O que podemos aprender com o show do Alok em Copacabana?

O DJ e produtor Alok fez história com o “show do século” na Praia de Copacabana, neste último sábado (26). Com uma estrutura impecável, o artista montou uma lista de faixas que percorreram diversas culturas musicais e fizeram o público curtir do início ao fim.

Show com tudo que há direito

A apresentação do DJ brasileiro foi surpreendente, trazendo um show de luzes, lasers, fogos de artifício e até escolas de samba, um verdadeiro show que mostrou a força da música do início ao fim.

Apesar da chuva incansável na capital carioca, Alok não desanimou e propôs algo diferente em nosso país. Em um país com culturas enraizadas e extremamente populares, misturar elas e apresentá-las juntamente com a música eletrônica em uma praia para todos os públicos, não é para qualquer artista simples.

O que Alok trouxe ao público do Brasil inteiro é que a música eletrônica é um estilo do povo, tanto quanto os outros, e que trás a alegria independente de momentos nebulosos ou radiantes. A força que o artista tem em nosso país comprova que ele consegue expandir seus horizontes com um estilo, que por muitas vezes, é mal visto pela sociedade.

Misturar estilos? Porque não?

Trazer um set eletrônico para um público diversificado requer muita responsabilidade e um DJ tem que saber disso. Ser plural e dinâmico em suas apresentações o faz ser reconhecido pela grande massa que se diverte com seus diversos hits que explodem desde o início da carreira de Alok.

E a música eletrônica também se mistura com o funk, estilo muito escutado em diversas playlists de Spotify, Deezer e Tidal da vida. Há quem condene o funk ao ser misturado com música eletrônica, porém isso só demonstra desconhecimento por parte do ouvinte que não entende que ambos os estilos se misturam ou se misturaram da sua origem até aqui.

Alok na Praia de Copacabana.

Imagem:: Facebook/@filipemiranda

E não foi só com o funk, Alok explorou o samba que é tão popular no Brasil e no mundo e que se mistura em diversas faixas que já ouvimos em pistas de danças em várias apresentações de DJs gringos pelo mundo.

Esse combo de estilos demonstra que isso só enriquece a nossa cultura e destaca que podemos ir além das tendências internacionais, podemos ser plurais e ser referências em um diferencial de estilo só pela nossa vasta cultura nacional.

Podemos compartilhar mais apenas com a força da cena

O “show do século” não veio só para comemorar os 100 anos do Copacabana Palace e sim mostrar, através do Alok, que a música eletrônica abraça tudo e a criatividade é um dos pontos mais abrangentes para um artista e produtor que quer, um dia, se tornar gigante como ele.

Espero que tenhamos mais iniciativas desse tipo, e não vale só para mega shows como este. Você pode contribuir com a cena indo em coletivos, eventos de múltiplos estilos pouco visados, mas ricos em música, comunidades e muito mais.

A cena é plural, basta com que você faça que ela seja também.

O show do Alok está disponível no Globoplay, você pode assistir clicando aqui.

*Esta coluna é de opinião do autor e não se trata, necessariamente da opinião integral da Wonderland in Rave.

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Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.