O último ritual do ano: como foi o Tantša Festival

Por Gabriel Zanucci e Maria Eduarda Pisani

No sábado, dia 10 de dezembro, rolou a segunda edição do Tantša Festival, último ritual do ano organizado pela Tantša. O local escolhido foi a Fábrica de Brinquedos, localizada na região central de São Paulo. As expectativas para o evento eram altas após a primeira edição, realizada em 2021, que contou com um line up de peso. Foram 12 horas de festa com 13 artistas responsáveis por comandar as pistas dos dois palcos: Zion e Let’s Jack.

Foto por @fernando_sigma

Organização e estrutura

Ao chegar no evento notamos que a estrutura explorava a Fábrica de Brinquedos de uma forma muito interessante, utilizando os dois galpões maiores para abrigar os palcos e, na área externa do complexo, ficaram posicionadas a praça de alimentação, loja da Tantša, área de descanso e stand de redução de danos.

Foto por @fernando_sigma

Achamos que a escolha foi interessante, pois era fácil de se localizar no evento e transitar entre os palcos. Outro ponto positivo foi o quesito da acústica, pois a separação física dos palcos evitou interferência sonora entre eles, sem comprometimento da experiência do público.

Bares e praça de alimentação

O evento contou com um total de quatro bares: um por pista e um bar exclusivo em cada uma das duas Zonas Comfort. As estruturas estavam bem sinalizadas e os serviços foram patrocinados pela cerveja Beck’s.

Área externa | Foto por @fernando_sigma

A praça de alimentação estava situada na área externa do evento, próxima à área de descanso. As opções de comida contavam com pizza, hambúrguer, açaí e sorvete, ajudando a combater o calor de dezembro. A faixa de preços variava entre R$16,00 (dezesseis reais) e R$40,00 (quarenta reais).

Outro ponto que chamou a atenção foi a área de redução de danos, situada no caminho para a praça de alimentação.

Stand de redução de danos | Foto por @fernando_sigma

Palcos e decoração

O palco Zion seguia uma estética industrial que explorava estruturas metálicas com detalhes em placas de madeira, cujos recortes remetiam ao símbolo da Tantša, reforçando a identidade estética do evento. O projeto de iluminação tinha como elemento principal um conjunto de moving heads (luzes que se movimentam livremente, mudam de cores, efeitos e, quando combinadas com fumaça, projetam um feixe luminoso).

Foto por @___raula

Achamos que essa escolha estética combinou com a linha sonora mais acelerada, introspectiva e agressiva que o palco entregou ao longo da noite. Além disso, a iluminação ressaltava os detalhes estruturais e arquitetônicos presentes no barracão industrial da Fábrica de Brinquedos.

Os artistas que conduziram o Zion foram: Peroni, RHR, Helena Hauff, Marcel Dettmann, Rødhåd, Silenzo e MCMLXXXV.

No palco Let’s Jack os elementos cenográficos centrais eram painéis piramidais suspensos que receberam projeções mapeadas. Atrás da área de projeção foram posicionadas luzes, que preenchiam o vão entre os painéis, e globos espelhados posicionados em placas de vegetação colocadas no teto da área de pista.

Foto por @fernando_sigma

Essa escolha estética trazia uma atmosfera alegre, festiva e com um ar nostálgico que conversava diretamente com a sonoridade do palco voltada para as vertentes do House.

Os nomes que se apresentaram no Let’s Jack foram: DJ Nega Nervous, Lycra Preta, Moretz, Red Axes, Denis Sulta e DJ Marky.

Artistas em destaque

Dos artistas que conseguimos prestigiar no palco Zion, podemos destacar alguns que mais nos chamaram atenção.

RHR entregou um set repleto de suas influências, mesclando ritmos quebrados e cheios de groove com batidas 4/4 dançantes e percussivas.

RHR | Foto: divulgação

Helena Hauff entrou logo em seguida com toda sua classe, levantando a energia da pista através de um set cheio de personalidade, energia e força.

Helena Hauff | Foto: divulgação

Marcel Dettmann trouxe para o público um set denso, com timbres agressivos e sequências psicodélicas que, somadas às percussões das tracks, faziam a pista dançar em uma viagem mental.

Marcel Dettmann | Foto por @___raula

Rødhåd entregou um set cheio de groove e energia com momentos de tensão antes de drops massivos e dançantes, era impossível ficar parado.

Rødhåd | Foto por: @eudig_

Já no palco Let’s Jack, os xamãs da noite conduziram a pista por uma viagem única explorando o house e suas vertentes com muita maestria. Alguns merecem menção honrosa.

Red Axes assumiu o comando dos decks no auge da noite e colocou a pista para dançar com seus sons recheados de synths, cordas e muita energia. O set mostrou que não existem fronteiras para a música, trazendo referências dos mais variados estilos.

Red Axes | Foto por @___raula

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Denis Sulta entrou em seguida, trazendo hits dançantes característicos de seu set. O DJ desenvolveu sua apresentação com beats irreverentes do house e explorando influências do UK house.

Denis Sulta | Foto por @fernando_sigma

O ritual se encerrou com um dos patronos da cena eletrônica brasileira, DJ Marky. Conhecido pelo drum’n’bass, o maestro guiou o público no final da jornada misturando suas diversas influências e mostrando toda sua técnica atrás dos toca discos.

DJ Marky | Foto por @eudig_

Conclusão

Em conclusão, o Tantša Festival foi uma experiência muito boa. O aproveitamento do espaço da Fábrica de Brinquedos foi muito interessante, fugindo do que estamos acostumados a ver. A ambientação dos palcos e pistas estava alinhada com suas propostas. Os artistas que guiaram o último ritual do ano, chamados pela Tantša de Xamãs, entregaram ao público apresentações únicas e coesas para a construção de uma jornada ao longo da noite. As diferentes sonoridades em ambos os palcos proporcionou uma noite dinâmica e diversificada, que nos despertou diferentes sensações e emoções.

Estamos animados com o que está por vir no ano de 2023 e, falando nisso, já foi anunciada a data do próximo ritual: 19 de fevereiro, com Nina Kraviz.

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