O retorno de Skrillex irá marcar mais uma revolução na cena?

Há quase 10 anos, Skrillex lançava o último álbum. Nesse tempo, o DJ americano acumulou diversas parcerias com grandes nomes do mainstream internacional como Justin Bieber, J Balvin, Swae Lee, e Ty Dolla $ign.

Agora, com um vídeo teaser anunciado no Twitter, Sonny Moore anuncia que vai lançar pelo menos dois álbuns em neste ano. Gerando euforia para todos os fãs, mas afinal, o que isso significa para a cena da música eletrônica?

Bom, Sonny Moore começou a carreira como vocalista de uma banda de Post-hardcore, chamada From First to Last, e no ano de 2010, ele começou a produzir musica eletrônica com o nome conhecido nos dias de hoje por todos nós, Skrillex.

Naquele momento, a cena EDM era dominada por subgêneros como Progressive House e Electro, com destaque para grandes álbuns que se mantém relevantes até hoje, como “Ready for the Weekend – Calvin Harris” e “One More Love – David Guetta”, “Bromance – Avicii” e “One – Swedish House Mafia” presentes no aftermovie do Tomorrowland de 2010.

Porém, em apenas cinco anos, Skrillex foi o nome que fechou o palco principal do Ultra Miami, no último dia de evento. Incrível, né? Mas como e por que isso aconteceu? Para entender, primeiro precisamos falar sobre o dubstep.

O dubstep é um gênero que nasceu nos anos 2000, na Inglaterra, como uma forma de contra cultura ao crescente “UK Garage“, estilo que dominava as noites de Londres envolvendo uma cultura de consumo e ostentação.

Com a característica de ser um som mais introspectivo, com a bassline pesada, os sons sombrios, o estilo se popularizou rapidamente pelas ruas de Londres, com grandes nomes como Skream, Mala e Coki.

Sei que você deve estar pensando: “Ué, mas essas características citadas acima não lembram o som do Skrillex, certo?“. Bem, assim como quase todo movimento underground, a popularização trouxe novos públicos e alguns jovens produtores como Caspa e Rusko, que começaram a ver a oportunidade de popularizar uma nova linha de som, um pouco mais dançante, menos introspectivo e mais orientado para um público de festa.

E foi assim, que influenciado pelos últimos lançamentos de Rusko, Flux Pavilion e 12th Planet, Skrillex criou um novo sub-gênero, algo único, que lançaria o dubstep para uma dimensão jamais imaginada antes. Fechando sets no mainstage dos principais festivais do mundo e se tornando um dos maiores DJ’s do planeta.

Depois dos primeiros lançamentos de Sonny Moore, muitos ingleses não gostaram e acabaram chamando esse novo sub-gênero de “Brostep“, um termo de caráter ofensivo com a intenção de associar esse novo estilo de musica a jovens universitários que só ligam para festa.

A grande questão é: não importa se é brostep ou dubstep. Skrillex mudou a música eletrônica para sempre, e agora, com dois álbuns anunciados para este ano o que podemos esperar? Será que ele irá causar mais uma revolução dentro da cena?

No último lançamento, há 10 anos, “Rumble” de Skrillex mostra uma grande influência do dubstep UK, com uma bassline hipnótica que remete muito ao som introspectivo do início do gênero, lá no inicio dos anos 2000.

O que será que vem agora?

A recente amizade com Fred Again.. e Four Tet, dois produtores completamente criativos incentivaram Sony Moore a produzir mais e obter uma nova visão da cena que esta cada vez mais perdida, o Big Room.

O Big Room está cada vez menor, o tech house e o techno melódico estão ganhando espaço, mas ao mesmo tempo sofrendo para conquistar o público casual, aquele que lota os mainstages dos principais festivais ao redor do mundo.

Além disso, Skrillex, Fred Again.. e Four Tet andam fazendo sets exclusivos, inusitados e icônicos, e claro, Skrillex de volta aos palcos.

Será Skrillex a salvação deste lado da cena EDM? Como um amante da musica eletrônica só posso dizer que: Eu espero que sim!

Vinicius Pierozan
Vinicius Pierozan
not your average bald and bearded clubber.

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