[Review] Mais uma vez o Lollapalooza nos surpreende com um festival de primeiro nível

Nesse último final de semana, nos dias (25 e 26), aconteceu em São Paulo, no autódromo de Interlagos, o festival Lollapalooza, e que festival inesquecível! Com muitas atrações sensacionais, shows incríveis e muita polêmica, essa edição do Lollapalooza superou todas expectativas e quebrou o recorde de público com quase 200 mil pessoas nos dois dias.

O festival movimentou muito as redes sociais, com as pessoas que acompanhavam a transmissão ao vivo, principalmente do Palco Perry, que se manteve sempre lotado, mostrando que a eletrônica não para de crescer e em breve precisaremos de um palco tão grandioso quanto os palcos principais. Os grandes destaques foram: The Chainsmokers, Martin Garrix, Flume, The Weeknd, Marshmello, mas iremos contar mais sobre as melhores apresentações posteriormente.

Estrutura

Com uma estrutura impressionante mais uma vez, o festival contou com 4 palcos com estruturas gigantescas e soundsystems de extrema qualidade, o palco Perry voltado para a música eletrônica se manteve sempre muito lotado e durante a apresentação do ícone Vintage Culture superlotou, a ponto de ninguém mais poder entrar, podemos dizer que a eletrônica está quebrando todas barreiras e quem sabe ano que vem teremos um palco ainda maior? Vale mencionar também o show do The Chainsmokers que atraiu mais público que um dos shows mais importantes do festival, a banda Metallica.
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Comodidade e Experiência

O Lollapalooza forneceu um sistema único de compras dentro do festival, com o Axe Cashless, facilitando a vida pra quem queria comprar bebidas ou lembranças dentro do evento. As filas dos bares e banheiros apenas acabavam lotando nos horários entre os shows e apresentações, quem já conhecia os horários acabou não tendo nenhum problema nesses quesitos. Mas, para os momentos que as filas estavam um pouco maiores, vendedores ambulantes da Skol estavam posicionados em diversas áreas do festival, o que também facilitou bastante a vida de quem não queria sair do palco em nenhum momento, uma excelente ideia seria mais vendedores ambulantes, pois, muitos elogiaram o serviço, então fica a dica para a próxima edição!
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Arte, Cultura e Diversidade

Além de ser um festival de música, o Lollapalooza assumiu um formato mais aberto, focando em outras formas de se expressar, dentro do festival foram expostas diversas obras de arte, que davam um visual muito bacana ao evento. Além disso artistas sempre estavam fazendo performances, o que deixava o festival mais vivo. E pra quem gosta de expressar a arte no corpo, o Lollapalooza contou com um espaço exclusivo para tatuagens e pintura facial/corporal.
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Público, Looks, Moda

O Lollapalooza tem um dos públicos mais únicos e diversificados de todos festivais, trazendo todas tribos, culturas e estilos pra um único lugar e nesse ano não foi diferente. Além de toda energia contagiante que a galera levou para o festival, muitos trouxeram looks criativos, com as melhores tendências. O Instagram Looks 4 Festivals mostrou a variedade de looks na edição desse ano do festival.
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Line Up

Com um line up incrível em todos os palcos, o Lollapalooza surpreendeu em mais um ano, trazendo grandes atrações como Metallica, The Strokes, Melanie Martinez, The Weeknd, Flume, Marshmello, Martin Garrix, The XX, Tove Lo, The Chainsmokers e muitos outros. Porém, vamos focar nas apresentações dentro da cena eletrônica, que por sinal foram inesquecíveis:

Sábado

Vintage Culture
É difícil descrever em palavras o que foi a apresentação do fenômeno Lukas Ruiz, a única apresentação que acabou superlotando o palco Perry, o que mostra o quanto ele está em alta na cena e o quanto a música eletrônica não para de crescer. Com o seu clássico estilo variando entre o Nu Disco, Deep House, G-House, Tech House, com muitas melodias e vocais marcantes e contagiantes, o brazuca iniciou o set com o remix para a faixa Drinkee, que foi cantada por todos ali presentes. Mais para frente no set, ele tocou um remix da música mais tocada dos últimos, This Girl do projeto Kungs, seguido de uma versão em Future House da histórica Sweet Dreams e por um remix da faixa Shooting Stars do Bag Raiders, que ficou bastante conhecida atualmente pelos memes criados com a música. Uma das faixas mais importantes de Vintage Culture, Wild Kidz ao lado de RICCI, ganhou uma nova versão que foi tocada nessa Lollapalooza e a faixa de encerramento foi talvez uma das melhores do set, o remix de Céu Azul feito por ele mesmo ao lado de Santti, um set inesquecível do brasileiro!
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Marshmello
Um dos grandes fenômenos da cena “EDM” atual, o grande nome em ascensão do bass music, Marshmello, fez uma apresentação impecável, fazendo o público vibrar do começo ao fim. Sua abertura foi com sua faixa mais famosa, “Alone”, em uma versão para intro, o misterioso dj passeou entre o trap, o dubstep e o future bass com maestria, tocando diversas produções próprias como Chasing Colors, com Ookay, uma de suas mais recentes faixas que se destacou muito. Na metade do set, Marshmello mandou a versão original da faixa Alone, o que imediatamente levou o público ao delírio, com essa faixa cheia de energia. Falando em energia, isso realmente não faltou para o mascarado, que teve uma presença de palco incrível, além da destreza nas mixagens. Marshmello encerrou sua apresentação com o sucesso Ritual ao lado de Wrabel.
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The Chainsmokers
Uma das atrações mais aguardadas do festival, talvez a mais aguardada por muitos, devido aos seus últimos sucessos como Roses, Paris, Closer, essa última que por sinal eles abriram o set com ela, porém para surpresa de todos, viraram um dubstep contrastando com a versão mais calma e ”pop” original. Por sinal o set deles foi um dos mais diversificados, passando pelo dubstep, trap, future bass, electro house, progressive house, bounce e big room, além de ser um dos mais surpreendentes também, por contar com muitas versões remixadas de suas faixas de sucesso, como a primeira faixa de sucesso da dupla, #SELFIE que foi tocada em uma versão insana no festival. A faixa Roses foi tocada na metade do set, seguida por Setting Fire, o que deixou a galera em êxtase, a partir daí o duo focou bastante no 128 BPM, que marcou bastante a carreira deles, com muito big room, electro house e progressive, incluindo uma versão de Something Like This tocada por Alesso no Ultra desse ano, que está pra ser lançada em breve. Para o encerramento do set, Andrew pediu para a pista cantar junto com ele o mega hit Closer, e assim foi cantada em coro pela multidão presente no Lollapalooza, e finalizando com um mashup com Coldplay e Don’t Let Me Down.
O duo também dos mashups de bandas e cantores como Red Hot Chilli Peppers, Blink 182, Florence and The Machine, Ed Sheeran, Tove Lo e foram taxado como “piada” por alguns veículos de mídia, o que para nós verdadeiros fãs de música (não só eletrônica) foi uma apresentação histórica, que permanecerá em nossas memórias.
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Domingo

Borgore
O polêmico, DJ e produtor israelense fez um set com muito dubstep e trap, com mixagens rápidas, não dando tempo nem pra pista descansar. O israelense iniciou o set com a clássica New Gore Order e continuou levando os bassheads a loucura com uma sequência de dubsteps mais pesados, puxados para o Riddim. Por volta dos 15 minutos de set, ele virou a clássica I Can’t Stop, de Flux Pavillion, levando a pista ao delírio. Borgore guardou algumas surpresas para o final do set, como as faixas nas quais ele canta, o remix de Sikdope para a clássica Zombie Unicorn Apocalypse e a faixa mais tocada do bass music atual, Like A Bitch de Zomboy. Um set de primeira linha do israelense.
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Martin Garrix
O atual #1 da DJ Mag veio para o Brazil logo após se apresentar no Ultra Miami, cheio de novidades e não decepcionou os fãs presentes. Com sua energia cativante e contagiante, o jovem holandês mesclou muito bem a sonoridade clássica com a atual, fazendo uma apresentação marcante. Garrix fez um set quase 100% de produções próprias, remixes e mashups também de sua autoria, provando o tamanho do seu talento também, o jovem astro tocou clássicas como Tremor, Gold Skies, Virus, Turn Up The Speakers, novos hits como Scared To Lonely e In The Name of Love, bem como novas produções como “Byte” ao lado de Brooks. O holandes encerrou sua apresentação com o super hit “In The Name Of Love” com todo o público cantando junto, um momento lindo encerrando o palco Perry no domingo.
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Flume
O gênio da música eletrônica atual, criador do future bass e uma mais bem trabalhadas apresentações ao vivo já criadas. Flume é um artista incrivelmente talentoso, com seu próprio palco e set up exclusivo que foi citado na matéria aqui, ele se apresenta no formato Live, dando vida as faixas ao vivo, uma apresentação que deixou o público boquiaberto. Também com uma apresentação quase 100% autoral, o australiano tocou todas suas músicas mais famosas como o remix para Tennis Court de Lorde, as colaborações com Pusha T, Kay e Tove Lo e outras faixas de seu projeto paralelo What So Not. A apresentação dele foi algo para ser vivido e sentido na pele, música muito além de apenas ouvir, e sim de apreciar, como uma verdadeira obra-de-arte.
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Conclusão

Um dos maiores festivais alternativos do país, senão o maior, nesse ano provou que a música eletrônica veio para dominar a cena musical no século XXI, estamos vivendo a era da e-music e não podemos negar. Com isso só podemos esperar que a nossa cena cresça ainda mais, ganhe mais espaço e que mais atrações venham nas próximas edições. Agradecemos ao Lollapalooza por essa experiência incrível que foi a edição de 2017, mostrando como se fazer um festival de primeira linha aqui no Brasil, estamos aguardando ansiosos para a edição de 2018! Até a próxima!

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