Review: Time Warp faz mais uma edição histórica no Brasil

Por Vinicius Martini e Luis Redfern

O Time Warp retornou ao Brasil depois de uma longa espera dos fãs devido a pandemia. A expectativa de todos era muito grande e houve um esforço enorme da produção para atender essa expectativa. O festival alemão abriu suas portas para dois dias de muita música boa no nosso querido país.

Estrutura

Ao chegar no festival, ao lado esquerdo se encontrava uma praça de alimentação bem servida e uma área de descanso, que ficava próxima de alguns banheiros. Essa região do festival comportou bem todos os presentes durante os dois dias, mas ao lado direito da pista Outdoor haviam outros banheiros que geravam filas durante quase todo o festival.

O bar tinha preços comuns aos que frequentam festivais desse porte, com pontos de suporte em locais estratégicos onde apenas serviam água e cerveja. No geral, o bar comportou bem o festival, mas durante a manhã do segundo dia demorava quase meia hora para conseguir uma água nos bares principais e os funcionários não estavam atendendo todos de uma maneira coerente.

Visão aérea do palco Outdoor durante a Time Warp 2022. Foto: Time Travelers.

Primeiro dia de evento: Palco Cave

No primeiro dia, logo dois live sets de brasileiros, dois sets bem interessantes e melódicos. O primeiro deles foi o de Blancah, que contou com seus famosos vocais e com suas batidas melódicas e introspectivas. Seguido por Victor Ruiz, o DJ também fez um set melódico e com vários clássicos, dentre eles “Breath” de The Prodigy, “Children” de Robert Miles, o seu remix de “Para Não Dizer Que Não Falei Das Flores” e, claro, seu single “Nimbus”. Na sequência tivemos Marcel Dettman, que não se apresentou junto ao Bem Klock, como previsto, devido a problemas de saúde. Marcel parece ter se segurado um pouco, “cozinhando” um pouco a pista, apresentando um som bem fechado como de costume, porém tocando com a sua classe de sempre.

Show de luzer do palco Cave no primeiro dia de Time Warp. Foto: Time Travelers.

Grande nome da noite, Charlotte de Witte fez um set simplesmente impecável! A pista foi à loucura quando a belga tocou seu remix de “Age Of Love”, para muitos o melhor set do primeiro dia. Para finalizar, Kobosil acelerou a pista como previsto e fez um set extremamente agressivo, o que levou a pista ao delírio.

Um dos grandes nomes do palco Cave: Charlotte de Witte. Foto: Time Travelers.

Primeiros shows do palco Outdoor

No lado de fora, no palco Outdoor, Palms Trax e Ben Ufo foram os grandes destaques da noite, assim como o B2B de Seth Troxler e Tiga, que divergiram opiniões ao tocarem um funk durante o set. Um ponto positivo a se destacar é que no primeiro dia, o palco comportou muito bem o público, estava extremamente confortável e longe de estar vazio.

Imagem tirada durante apresentação no palco Outdoor. Foto: Time Travelers.

Segundo dia: Cave

Quando chegamos ao palco Cave, Giorgia Angiuli estava apresentando a live. A italiana executou com muita habilidade e utilizou objetos inusitados para produzir sons, como bichos de pelúcia, algo que é corriqueiro nas apresentações da artista.

Em seguida entrou o lendário Sven Väth, que trouxe toda a bagagem de um dos pioneiros da cena Techno alemã em um long set perfeitamente feito com vinil, onde controlou a pista com diferentes intensidades numa viagem de quatro horas. Logo depois Maceo Plex agitou a pista, misturando seus sucessos como “Insomnia 2021” e “Revision” com músicas de tirar o fôlego. O americano conduziu a pista com maestria, mas dividiu opiniões no final do set ao fechar com uma sonoridade Trap, o que não manchou a performance memorável.

Fechando o palco, Reinier Zonneveld chegou com os dois pés no peito trazendo a sonoridade característica de sua gravadora “Filth On Acid”, que deixou todos os fãs felizes do começo ao fim.

Sven Väth no palco Cave, com vários discos de vinil utilizados durante a apresentação. Foto: Time Travelers.

Palco Outdoor

Diferente do primeiro dia, o palco Outdoor estava muito cheio durante alguns shows, dificultando a audição de quem estava mais ao fundo. A noite começou com um set de tirar o fôlego do Folamour que tocou Houses clássicos e funkados com uma presença de palco sem igual. Logo após, foi a vez de Monolink, que superlotou o palco e entregou uma apresentação incrível. O alemão tocou seus clássicos como “Sinner”, “Return To Oz”, “Father Ocean” e “The Prey”, um set no formato live com guitarra e com vocais inconfundíveis. Também com vocais porém na CDJ, Bob Moses fez um club set incrível que levou o público ao delírio. Como dito em entrevista a Time Warp, este foi o maior público do duo em suas passagens pelo Brasil, e como de costume, com o público muito entusiasmado e cantando muito os seus singles. Já os ucranianos Artbat, entregaram um set cheio de músicas novas e ainda não lançadas, além de terem tocado seus tradicionais singles de sucesso como os remixes de “Hypercolour” e “Return To Oz”, além dos hits “Best Of Me” e “For A Feeling”.

Artbat entregam set cheio de músicas novas no palco Outdoor. Foto: Time Travelers.

Para fechar o Outdoor tivemos Kolsch, que também impressionou a todos com um set muito animado e melódico, como de costume. Kolsch tocou seus tradicionais singles como “Grey” e “HAL”, encerrando o segundo dia com muita maestria.

O Festival alemão novamente impressionou até os mais críticos com uma volta triunfal ao Brasil. Já podemos deixar marcado a data da próxima: 05 e 06 de Maio de 2023. Nos vemos lá!

Vitor Gianluca tem 26 anos e é formado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), desde 2020. Curte um Techno Melódico e escreve para a WiR há mais de dois anos.