Swedish House Mafia retorna com estilo diferente e bastante novidades

Após 9 anos em um hiato que deixava os fãs com a “pulga atrás da orelha”, finalmente o trio sueco está de volta e com música nova. Axwell, Ingrosso e Steve Angello cederam espaço para a Billboard e contaram sobre o retorno, mudanças de equipe e novo álbum.

Swedish House Mafia/Reprodução/Facebook

O trio se reuniu com os jornalistas Katie Bain e Alexei Barrionuevo para tratar um assunto que estava em pauta há anos: o tão esperado retorno de Swedish House Mafia. Em uma entrevista descontraída e sincera, os artistas detalharam como chegaram até aqui.

Em 2018, o trio se reuniu no aniversário de 20 anos do Ultra Music Festival, em Miami. Em seguida, vieram inúmeras perguntas se aquele set era real e se a volta estaria próxima. Mas tudo passava de rumores e informações incompletas, ninguém sabia exatamente o que se passava na cabeça dos suecos e como reagiriam a uma possível volta. E, se voltasse, como seria este novo projeto tão aclamado.

 

Quando voltamos, foi como se tivéssemos que nos redescobrir e ver como era isso” – Steve Angello.

2018 – A REUNIÃO

Swedish House Mafia/Reprodução/Facebook

Após cinco anos separados, Axwell seguia com Ingrosso e Steve Angello fazia carreira solo e ambos faziam muitos shows e lançaram várias músicas de sucesso que conhecemos hoje, como: Sun Is Shining, More Than You Know, Wasted Love, Remember e muitas outras que serviram como hinos em seus shows.

Embora o momento em março seja um marco na história da música eletrônica e para o Ultra, a tarefa de reunir e montar todo esse espetáculo foi um desafio e tanto. E a lição que eles poderiam tirar naquele fatídico dia seria uma nova versão. Uma espécie de Swedish House Mafia 2.0, as mentes criativas de Axwell, Ingrosso e Angello pediam por um renascimento e uma nova maneira de transmitir suas emoções através da música.

Foi tipo, ‘O que diabos nós faremos? Como voltaremos? Será que damos a eles outra [versão] do que fizemos antes?’”, comentou Sebastian.

Os preparativos para o retorno começaram a rumorar no outono de 2016, quando o trio se preparava para se reunir na Suécia. E o encontro aconteceu, em dezembro de 2017, com uma reação inesperada de Steve ao encontrar a dupla sentada com a agente Amy Thomson.

Começamos a rir… Foram memórias atrás de memórias, e então vinho, e então carne, e então cigarros, e então mais vinho. Acho que chegamos em casa às duas da manhã.” – Ingrosso.

Após o encontro, poderíamos ter a certeza de que algo poderia surgir. Mas o quê? exatamente.

Logo surgiu a oportunidade de Adam Russakoff, produtor executivo do Ultra, abordar os suecos em todas as oportunidades ao redor do mundo para oferecer uma proposta desafiadora. No Ultra Singapore 2017, Adam apresenta a Angello: “por que não se reunir para o evento de 20 anos em Miami?”. Um mês depois, no Ultra Europe, Russakoff apresenta a mesma proposta à Axwell e Sebastian Ingrosso: “Está na hora!”.

Foram 3 meses de preparo em um armazém, o trio estava hospedado em hotéis separados, daí surgiriam inúmeros rumores para uma possível volta. Com o line completo, o Ultra escondia uma única atração, e todos os fãs esperavam ninguém mais, ninguém menos que Swedish House Mafia.

Por mais que a apresentação fosse um espetáculo aos olhos dos fãs que estavam anestesiados com tanta nostalgia e músicas icônicas. Porém, algumas coisas não saíram como planejado e resultou, com bastante irritação de Angello, a demissão de toda a equipe participante da produção daquele show.

Tivemos muitos problemas… As luzes não acenderam na hora designada, o tempo dos efeitos visuais foi desligado e, em um ponto, uma parede de fogo queimou alguns ladrilhos de LED…” – Steve Angello.

Com toda essa confusão, sobrou a emoção. “Havia alguns DJs chorando, literalmente chorando”, alega Ingrosso. “Adam chorou, eu chorei”. E após este dia, surgia as perguntas se realmente a volta era real.

Mas essa volta foi o desafio do trio para planejar como seriam os próximos passos.

MUDANÇAS

Swedish House Mafia/Reprodução/Facebook

A dança das cadeiras iniciou e logo muita coisa mudou, Amy estava projetando com gravadoras para firmar um novo contrato, tentou BMG, mas a proposta foi tratada como irreal já que não tinha músicas a serem apresentadas para os gestores da BMG.

Amy Thomson renunciou amigavelmente com os suecos e daí, deu início a largada de uma nova era. Nova gravadora? Novo Manager? Quem iria assumir o que estaria por vir?

O trio assinou com a Patriot Management, gestora de artistas como Pharrell Williams, porém a Patriot não tinha a experiência de dirigir um trio de DJs renomados e com muita história na bagagem. As buscas por uma nova gravadora estava em andamento e ainda surgia a dúvida em qual barco seguir naquele momento.

Em dezembro de 2018, se reuniram com a Universal Music, mas a proposta multimilionária espantou o executivo da UMG. Como a gravadora iria dar confiança aos produtores? Eles ainda não possuíam nenhuma música pronta em mãos para demonstrar o quão firmes estavam em sua proposta.

A Universal até tentou uma proposta, mas a Columbia Records estava batendo na porta oferecendo propostas “bastante equilibradas”, segundo Angello.

O negócio envolvia muito dinheiro, mas a incerteza ainda pairava no ar pois o trio ainda não tinha música ou álbum para apresentar.

Acabou que Swedish House Mafia assinou com a Columbia em 2019, porém Steve se mostrava cético com a intenção da gravadora em relação ao que eles esperariam do SHM. “A gravadora estava interessada no passado e não estávamos mais lá”, conta Steve Angello.

Com os planos quase alinhados, surgiu a turnê em 2019 e os DJs aproveitaram para desbravar suas novas produções levadas para países como Alemanha, Suécia, Cingapura, México e muitos outros. O trio já havia entregado cerca de oito músicas e a Columbia demonstrava animação com o que foi apresentado.

Logo após tantas apresentações e movimentações nos bastidores encerra-se a turnê e dá início a uma temporada incomum. A pandemia da Covid-19 toma o mundo e surgiu a oportunidade dos suecos, que estavam “meio fora dos holofotes”, focarem mais em sua nova versão que viria à tona mais tarde.

Rimos das primeiras ideias e pensamos: ‘P*ta m*rda – deveríamos lançar isso?” – Steve Angello.

O relacionamento entre SHM e Columbia Records foi esfriando. O trio devolveu os estimados US$ 5 milhões, de acordo com fontes, e a partir dali o contrato foi encerrado amigavelmente. Tudo estava positivo, porém, com a distância, essa relação acabou.

Quase todos os dias os DJs estavam juntos, no estúdio, planejando e produzindo o que seria a versão que falei no início dessa matéria. Você lembra? Não? É o Swedish House Mafia 2.0.

Nessas idas e vindas atrás de um gestor, Ash Pournouri, ex-empresário de Avicii, sugeriu ir atrás de Wassim “Sal” Slaiby. Mesmo com pouca noção do tamanho que Swedish House Mafia teria, Sal Slaiby enxergou onde esse trio poderia chegar com turnês, shows e muita parceria exclusiva. Se conheceram através de vídeo chamada no Zoom, Wassim disse: “Esses caras são meus”.

Com essa nova parceria, veio também um novo contrato, esse sim firmado, a nova casa do SHM é na Republic Records que tem grandes artistas como The Weeknd. Monte Lipman disse: “O novo trabalho não é nada menos que espetacular e só vai acrescentar ao seu legado”.

 

Amo a atitude deles de querer fazer o melhor show e não perder nada com o criativo.” – Wassim Slaiby.

PARADISE AGAIN

Depois de dias e horas no estúdio, surgiu o primeiro resultado: “It Gets Better”. Lançado nesta última quinta (15/07), provou que esta nova versão promete e muito.

Paradise Againé apenas o começo”, disse Angello. O novo álbum está previsto para o final deste ano.

Estamos juntos. Estamos fazendo música. Estamos aproveitando… A única coisa que importa é o que vamos nos encontrar dentro de algumas semanas. Nós vamos fazer um churrasco e rir, e vamos dizer, ‘Olhe para este álbum de m*rda’.” – Steve Angello

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Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.