Trajetória, inspirações e saúde mental. Batemos um papo com FTampa

Quando pensamos em um grande destaque sempre com novidades e com um som fora da curva, lembramos de Ftampa. Responsável por tantas músicas memoráveis, convidamos para conversar conosco sobre sua trajetória, altos e baixos, pandemia e suas novas produções. Além disso, falaremos sobre o mercado da música internacional e brasileira destacando altos e baixos que serviram de aprendizado para o que temos hoje no cenário.

(Ftampa/Divulgação)

Música sempre fez parte da vida de Felipe, atualmente é um dos maiores produtores e especialistas do ramo da música eletrônica onde coleciona vários hits que você provavelmente já deve ter ouvido em algum lugar. Hits como “Stay“, “Kick It Hard“, “Love Is All We Need“, o famosíssimo “That Drop” e entre muitas outras.

Ele passou por diversos festivais no mundo todo e foi destaque ao tocar no Tomorrowland Bélgica e no Tomorrowland Brasil, Ultra Brasil e muitos outros. Ftampa é certamente um dos maiores nomes da música eletrônica nacional. E para isso, chamamos para um bate papo debatendo os principais temas envolvendo música nova, pandemia, produção musical e outras declarações.

David (WiR): Ftampa, é um prazer estar conversando contigo, você está bem nessa pandemia? Como é que está a mente?

Ftampa: “Ah, mais ou menos, mais ou menos (risos). Cara, eu confesso que eu já tive meu surto. Mas eu estou lhe dando bem assim, mas é, cara, está foda, né? Ninguém aguenta mais, né mano?”

David (WiR): Para quem está acostumado com os palcos da vida, sinto que foi um baque muito grande. Sempre estar em volta de muita gente e, de repente, ter que ficar em casa sozinho.

Ftampa: “E assim, cara, live é uma parada muito difícil para quem é DJ, porque o show eletrônico tem muita energia, saca? Se é um show sertanejo, que é mais aquela vibe que todo mundo está cantando, mais quieto. Aí dá para você fazer uma “voz e violão” e tal, mas o eletrônico é muita energia, então, a live não é a mesma coisa, a gente sente muita falta, sabe? Mas vamos vivendo, né? (risos).”

David (WiR): E por falar em produção, com esse tempo em casa. Deve ter aumentado o tempo no estúdio, não é?

Ftampa: “Cara sim, mas eu usei muito, aí que está. Eu usei muito esse tempo para poder testar muita coisa nova. Então, assim, não necessariamente eu fiquei focado em fazer tracks para eu lançar. Eu fiquei testando muita coisa nova. Todo mundo sabe como é que eu sou, sou insuportável, eu gosto só de fazer coisa diferente então eu fiquei fazendo um monte de coisa nada a ver, até eu achar um estilo. Eu acho que a Avec Moi que é a minha nova track ela é muito o que eu quero, sabe? É uma mistura do house com o pop, que era o que eu estava fazendo mais pop, né? Então, é uma mistura boa dos dois. Mas eu fiz muita track diferente, tem muita coisa aí que o pessoal vai ficar em choque.”

David (WiR): Ah, eu imagino. Essa Avec Moi me pegou de surpresa. A letra foi uma mistura que deu certo, uma mistura de espanhol, inglês e francês com a melodia. Como foi o processo criativo dessa música? Isso realmente me deixou curioso!

Ftampa: “Sim, foi muito louco, a gente já queria fazer uma track juntos, já tinha um tempo. Resolvemos fazer uma sessão no estúdio, a gente ia fazer uma de pop normal, assim, só que aí na hora do estúdio, começou a vibe da parada de fazer uma track mais house. E nós criamos a melodia muito rápida. Aí a Luisah começou a escrever em inglês, só que ela é espanhola, né? Então, ela começou a colocar umas paradas de espanhol, que a gente achou que ia ficar massa. Nós não tínhamos um refrão. Eu tinha dado a ideia nós fazermos: “Ah, oh na na na, ah uh La La, Ai Ai Ai Ai”. Só que a gente só botou isso porque não tinha o que botar, geralmente, quando você está fazendo uma música, você sempre coloca umas coisas que não existe, tipo, “garigare”, né, que a gente fala. E depois põe a letra. Daí, a gente fez um refrão, eu mandei para o meu empresário e ele também escreve. Ele falou: Cara, você tem que manter aquele ah, uh lalá, porque aquilo é muito bom. Aí eu falei: Será, mano? Aí ele falou: Não, e como você está fazendo esse negócio de línguas, coloca Avec Moi, é francesa. Cara, a gente testou e casou!”

(Ftampa e Luisah/Facebook/Ftampa)

David (WiR): Casou pra caramba. Além da harmonização da música em si, o instrumental, o vocal completou praticamente tudo com a música.

Ftampa: “Sim, com certeza. Foi uma parada realmente que deu certo.”

David (WiR): Mudando de assunto, vamos de produção. Você começou em uma banda e depois migrou para a música eletrônica. O que te inspirou nessa mudança? Vi em outras entrevistas que você tem uma paixão por rock e por DJs como Skrillex e Deadmau5.

Ftampa: “É, eu tenho muita influência, para ser sincero, eu tenho assim, desde o rock ao pop, hoje em dia eu pego muita coisa que eu acho legal de funk. Eu já fui um cara muito focado no rock, no passado eu era mais do rock, era mais de ouvir muita banda, tipo Foo Fighters, Guns, essas paradas. Só que com o tempo, eu fui perdendo um pouco esse negócio de focar em uma parada só, daí eu comecei a fazer, tipo assim: Ah, é legal essa fita de tal música, é legal essa de outra. E aí, mano, eu saio misturando tudo e tentando chegar num som, saca? Essa Avec Moi é bem o house mesmo, aquele pianão do house e tal. misturei um pouco com esse lance do daquele baixo bem antigo de eletro. É aquele baixo bem clássico com o vocal mais pop atual, uma bateria meio garage. Véio, eu saio misturando tudo. Meu rolê é esse. É fazer essa diferença, né? (risos)”

David (WiR): Como funciona o processo criativo de suas produções? Como você pega as referências e depois forma uma track de qualidade?

Ftampa: “Isso é muito louco, porque isso varia muito, assim, às vezes, você ouve um sample e você tem uma ideia de música, às vezes eu estou brisando no piano. A Avec Moi foi assim, a gente estava brisando no piano, eu estava fazendo umas paradas e aí eu fiz uma sequência e a Luisah falou: Pô, isso é bom. Aí decidimos tentar fazer alguma coisa em cima disso. E foi muito bizarro, porque a música saiu muito rápido. Mas, muitas vezes, eu pego o violão, briso no violão, saca? Tem regra não. Às vezes eu ouço qualquer coisa que me dá um gatilho, eu falo: Isso vai ficar legal numa música. E aí, eu começo a desenvolver. Já tem um tempo que eu não faço uma música de Big Room. E o Big Room existe uma fórmula para fazer. É aquela forma sempre, você vai mudar, vai tentar inovar, mas é sempre a mesma fórmula. E o estilo de som que eu faço agora não é uma fórmula. É um negócio mais de teste. Então, vamos testando tudo até uma hora sair algo.”

(Ftampa/Facebook)

David (WiR): Essa dinâmica é bem diferenciada. Semana passada fizemos uma homenagem ao Avicii e falamos sobre essa variedade musical que ele tem em suas músicas. Causou uma explosão naquele tempo, ele tocou Wake Me Up, com violão e tal e o público achou meio ruim…

Ftampa: “Eu lembro disso, eu estava lá, foi muito louco, porque ele tocou com banda e ninguém entendeu nada, porque ele parava cada vez que acabava. Mas foi um gênio, né, mano? O homem inovou a parada de um jeito muito ligado.”

David (WiR): No início das produções surgiu uma dúvida em relação a personalidade que você queria colocar em seu som? Você quer ser criativo, mas quando finaliza a música acaba falando que tal track está parecida com tal artista. Foi mais ou menos assim no início da tua carreira?

Ftampa: “Foi. Quando iniciei, gostava de muito Daddy Lounge, curtia muito Deadmau, Felguk até então, minhas músicas tinham muitas influências daquela sonoridade e estava rolando um movimento que era aquele eletro bem misturado, cheio de coisa, enfim, era um estilo meio maluco. E eu gostava muito esse estilo, muito forte no mundo, Porter Robinson, o próprio Daddy Lounge, o Wolfgang Gartner. E eu achava muito foda. Então, eu meio que fazia mais ou menos a pegada deles. Quando eu fiz a Kick It Hard que foi a primeira minha de EDM, eu meio que nem sabia que isso estava rolando, saca? A história da Kick It Hard é muito doida, porque eu dava aula de produção nessa época e aí eu fui dar uma aula para o John do Clubbers e aí o John queria aprender a fazer um kick de Hardstyle, queria aprender isso na aula. E eu fiz para mostrar a ele, esse kick ficou lá. E eu nem sabia essa fita só tinha uma música que era aquela música do Showtek com Hardwell. Aí eu peguei, fiquei brisando na guitarra. Daí eu falei: Pô, isso aqui fica legal. E aí, eu fiz, lancei a música. A história, a galera já sabe como foi.”

Ftampa complementa dando uma dica sobre produção e como ser autêntico e de que forma isso influenciou em sua carreira: “Mas, assim, foi uma brisa. Eu já não estava muito mais focado em tentar fazer um som parecido com o do pessoal. Tanto é que depois da Kick It Hard, todo mundo esperava que eu fosse fazer outra música de kickzão e eu fiz uma música que chama Hero, que não tem nada a ver. Porque não gosto muito de seguir a tendência. O grande diferencial é que a molecada não percebe tão facilmente, é que se você seguir a tendência, você nunca vai ser destaque. Então, você tem que tentar criar uma identidade, saca? Você tem que tentar criar um som seu para você se destacar entre o pessoal, saca? Isso faz com que os artistas cresçam, todo mundo que faz isso, vira um grande nome, é porque criou uma identidade, sabe?”.

Outro assunto abordado foi a transformação de Ftampa em seu variado estilo musical. E como isso afetou ele em relação ao seu público. Além disso, o produtor fala da cena brasileira, o que desagradou e o quais são os destaques da música no atual momento.

David (WiR): Conhecemos essa trajetória quando você explodiu com Kick It Hard e isso foi uma explosão naquele tempo com Hardwell, na Revealed e muito mais. Você ficou conhecido pelo Big Room, o público “oldschool” ainda questiona muito sobre isso. Como foi essa transformação de algo “EDM” para algo mais House mais Pop e como você se portou diante essa mudança?

Ftampa: “Vamos lá. Isso é uma boa pergunta. Eu acho que eu nunca respondi exatamente o que aconteceu do porquê que eu mudei meu som, porque que eu quis focar no pop. Vamos lá. Primeiro que sempre quis fazer pop, eu amo vocal, amo música pop e sempre quis fazer. Desde sempre. Quando estourei no Big Room, eu tentava puxar coisas do pop, tanto é que várias músicas minhas tem vocal. Só que não dava para eu simplesmente largar o festival e mudar para o pop naquele momento. Todo artista tem evolução, né? Se você for parar para pensar, tem mais tempo que eu faço pop do que fiquei fazendo Big Room. Eu fiquei dois anos fazendo Big Room. E deve ter quatro anos que faço pop, cinco anos. E o pessoal ainda fica pedindo Big Room. Eu poderia estar fazendo big. Eu acho que ainda tem como fazer umas coisas inovadoras no Big Room. Mas vai ser mais do mesmo, não é uma parada que vai surpreender, saca? Porque antes existia como você fazer muita coisa, mas o pessoal esgotou a fórmula, porque foi muita gente que começou a fazer e o som a ficou muito igual e ficou meio fácil.”

(Ftampa/Facebook)

Ele complementa: “Quem pegou a fórmula, sabe exatamente o que fazer para funcionar, para ter sucesso e tal. E te perde um pouco de desafio. Aconteceu que depois que eu toquei no Tomorrowland Bélgica no Main Stage, eu fiquei no limbo, véio. Eu já tinha atingido o maior festival do mundo no palco principal e eu disse: Mano, e aí? Eu tenho duas soluções. Ou fico fazendo esse som? Tipo mais Big Room aqui no meio do bolo, porque eu não virei o Hardwell, fiquei aqui entre “a galera boa”. Então, eu falei: Eu posso ficar aqui ou eu posso tentar evoluir o meu som para eu realmente virar uma referência de som foda? Aí migrei para o POP, a primeira música que eu fiz foi a Stay. Depois, foi a Strike It Up, o primeiro pop que eu fiz. E cara, eu achei muito bacana. A Stay demorei cinco anos para lançar ela, esses dias eu até postei a primeira versão dela. A partir daí, eu quis mudar o som.”

“O pessoal ficava pedindo o Big Room. Aí fiz um EP Club que é a EDM Sucks. Só que, claro que não vai ser igual o estilo antigo, porque o meu musical evoluiu, agora eu quero fazer umas coisas mais diferentes, mais complexa e tal. E eu não vou fazer mais uma igual que eu fazia antes, porque é uma parada que não funciona mais para mim, saca? E é muito, como eu te falei, não tem desafio. E não tem desafio, tipo, não tem graça”, completou Ftampa.

David (WiR): Nesse processo que faltava de transformação, né? Veio o famoso Br Bass, destaque da cena eletrônica nacional. Isso foi um fator para tu buscar novos horizontes como a mudança para os Estados Unidos, por exemplo?

Ftampa: Nunca pensei em fazer parte da cena do Brazilian Bass, porque eu acho horrível o som. E assim, hoje em dia, é muito diferente o som. Mas quando começou, aquele lance, para mim, uma música que era: Kick, clap e um bass. Isso não é música. Era uma coisa muito genérica, todo mundo fazendo a mesma coisa. É a coisa mais fácil do mundo produzir um Br Bass. Eu fiz boas músicas que estouraram na pista como Ghost e ninguém sabe, mas foi eu quem fiz, eu fazia porque é muito simples. Hoje chamam de Slap House é mais evoluído. Aquele som que estourou no Brasil era um som muito diferente. Quem é das antiga lembra do Electrix, lembra do Miles Dyson. São caras que a molecada nova não conhece, mas são os caras que foram ícones na música. Basicamente, era o que eles faziam há quinze anos com um BPM devagar, entendeu? A música evoluiu. Então, para mim, aquele som era voltar para trás, saca? E tanto é que não bombava no mundo. Todo mundo fala: “Ah, mas agora bomba no mundo”. Mas é claro que bomba porque o Imanbek estourou no Tik Tok com as crianças. Saca? Então, beleza. Aí, todo mundo resolveu fazer o mesmo som e já ficou chato de novo, porque todas as músicas que lançam são esse estilo. Eu acredito muito no lance da sua individualidade como produtor.”

David (WiR): Você enxerga uma transformação, vê alguma tendência aqui no Brasil, que possa estar andando, que possa investir, possa fazer ou algo do tipo, um estilo novo, um estímulo que pode voltar à tona, aí na mídia?

Ftampa: “Essa pandemia deu a chance da molecada que é boa aparecer, por quê? Não tem pista. Se tem pista, o pessoal que está sempre tocando, meio que domina o estilo, aí acaba não dando chance para quem é muito bom aparecer, por quê? Porque a galera da pista só ouve aquele som ó e não aparece, só que aí como parou tudo e não tem pista, a molecada muito foda, começou a aparecer. Então, tipo, o Kohen ganhou um destacasso, o Nuzb um destacasso que são produtores, velho, que tão trazendo coisa nova, tão tentando fazer um show mais cheio, mais trabalhado, sabe? E talvez, se estivesse rolando pista, eles não estariam nem, nem, ninguém estaria falando deles, porque eles não tão fazendo o som do Brasil, sabe? Então, assim, e vários outros, né? A gente sabe aí que está parecendo vários outros caras muito bons. Quando retornarmos as pistas, o pessoal vai querer um som mais agitado.”

Mês passado fizemos a semana do Avicii destacando sua carreira e as consequências que essa rotina causou no artista. O debate sobre a saúde mental tornou destaque no cenário e conversamos sobre como o Felipe trata essa questão.

Ftampa: “Já fui uma pessoa louca de não ficar muito preocupado com essas coisas e acabar pagando da pior forma que era entrando em paranoia e tal. Músico é muito sensível. Então, todo mundo que trabalha no mercado da música, tem uma sensibilidade diferente. Eu me considero uma pessoa muito sensível. E, às vezes, eu entro em paranoia. Eu tive crises de ansiedade agora, eu nunca tinha exposto isso, já tinha falado sobre depressão, porque eu tive e tal, mas não sobre as crises. Eu resolvi falar porque todo mundo fica mandando mensagem, perguntando. Então, eu falei até para ajudar. Eu fui atrás de um psicólogo, psiquiatra também. Meus amigos daqui ajudaram pra caramba e eu fiquei bem de novo. É muito tempo sem evento, sem show, é muita pressão, música eletrônica não está indo bem, você lança as músicas, não tem tanto destaque porque não tem pista, a música não bomba tanto. Isso é muito ruim, porque você se mata, fazendo tudo certo e, às vezes, você não tem a recompensa, que é o reconhecimento da música, o show e tal. Então, você fica maluco, fora os problemas pessoais, que todas as pessoas têm, né? Independente, né, velho? Não, não existe mais esse negócio de “porque está na Covid, mas o rico, não sei o que. Ah, mas o pobre não sei o que”. Cara, está todo mundo na mesma. Tipo, a doença veio para mostrar que todo mundo não importa o que você tem, todo mundo está na mesma. É uma parada que todo mundo vai entrar em paranoia. Hoje eu cuido, cuido de verdade da cabeça, porque hoje eu evoluí para saber que tem hora que tem que fazer uma terapia, um psicólogo. melhorar para você colocar suas ideias no lugar. Ver uma opinião de fora, de uma pessoa que não está emocionalmente envolvida com você. E, pô, se eu puder indicar alguma coisa, faça terapia. Isso é uma coisa muito importante.”

David (WiR): Felipe, tem alguma consideração final que possa dar ao nosso público?

Eu acho que os produtores têm que arriscar mais e saírem do genérico. Perder um pouco o medo de tentar fazer o diferente, o seu próprio som, saca? Não fica esperando a galera que é famosa te impressionar. IMPRESSIONE A GALERA, sacou?

Os artistas que estão fazendo o seu próprio som, estão conseguindo o maior destaque, eu acho muito foda isso! E não tem uma dica maior ou melhor que essa.

 

 

Escrevo o que eu vejo de interessante na cena, estudo jornalismo e pretendo fazer disto a minha vida. Unir a música eletrônica e a vontade de mostrar os inúmeros elementos que compõem ela, me faz tornar vivo e ser quem eu sou. Escuto de tudo por aí... Inclusive o que a maioria não curte ou julga.