Neste ano, fomos agraciados com o retorno de um festival grandioso como o Ultra Music Festival. Em um line up repleto de artistas de peso na atual cena nacional e internacional, o Ultra Brasil explorou todas as essências da música eletrônica em dois dias.
Nos dias 21 e 22 de abril, o Vale do Anhangabaú se tornou um epicentro da música eletrônica. Quatro palcos trouxeram os principais estilos que predominam nosso país em diversas festas no ano, seja o techno e o melódico no Resistance, nos grandiosos headliners no Ultra Mainstage, os brasileiros e suas sonoridades no UMF Radio e os destaques do Tech House e Trance nacionais no Worldwide Stage.
A proposta de ser um evento no mais tradicional estilo “Ultra” ficou ainda mais surpreendente, mesmo com os inúmeros comentários negativos antes do acontecimento. Sob muitos relatos de “o Ultra calou a boca de muita gente” ou “foi mais do que esperava”, o Ultra Brasil confirma sua estadia para os próximos anos com uma atmosfera única no local que foi designado.
ESTRUTURA E LOCALIDADE
O festival ocorreu no questionado Vale do Anhangabaú, um parque com gestão de iniciativa privada que começou a receber diversos eventos na Copa do Mundo de 2022 e em 2023 também.
A insegurança causada pelos males da sociedade e a desorganização do poder público, fizeram com que os fãs ficassem desanimados com o anúncio do local. Porém, a organização do festival garantiu a segurança de todos os presentes com equipe de segurança particular e Polícia Militar em todos os acessos do Vale.
E era o que realmente tinha ao chegar no Vale, em todos os acessos, seja por transporte público ou por aplicativo, todas as equipes de segurança com dezenas de guardas no entorno de toda a localidade.
Inclusive nas saídas, haviam postos móveis da Polícia Militar de São Paulo e dezenas de policiais observando e assegurando os fãs que estavam presentes.
O evento contava com duas entradas, ambas próximas aos pontos de transporte público. Uma mais ao norte, abaixo da Prefeitura de São Paulo e outra na Praça das Artes. Ambas as entradas eram tranquilas e acessíveis.
Todo o entorno do festival contava com banheiros químicos, geralmente tinha fila. Um ponto importante é que tinha água gratuita para hidratação durante os dois dias.
Já nos bares, para beber você teria que comprar um copo juntamente com a bebida. Isso é uma medida para ter menos lixo com copos e outros artigos descartáveis. Então, na primeira vez que fosse comprar seria o valor do copo + bebida, a tirinha que segura o copo não vinha incluída e também era pago.
Haviam diversos bares para a retirada de bebidas, os caixas eram móveis e estavam em todo o entorno do Vale. Para comprar algo, você teria que adquirir um cartão pré-pago.
Havia, também, uma praça de alimentação com muitas opções de comida onde o preço variava entre R$20 e R$50, dependendo do que for pedido. Tinha empanados, hambúrgueres, pizzas, vitaminas e sucos.
Não tinha uma “área de descanso”, para descansar tinham bancos ao redor do Vale para sentar durante os intervalos.
Por mais que alguns fãs tivessem receio da sonoridade e da localidade em que os palcos estavam, tudo foi extremamente confortável em relação ao som. O som sempre estava em volume padrão de grandes festivais e não havia conflito com outros palcos. O conflito só acontecia caso não houvesse som ou em pausas feitas nos intervalos ou nas viradas que os DJs faziam, mas nada que atrapalhasse a experiência.
Um fator bastante interessante a ser destacado foi a acessibilidade para deficientes, tinham diversas pessoas que davam suporte, como: linguagem de sinais, orientação de locais, banheiro exclusivo para deficiente e rampas de acessibilidade em pontos exclusivos de acesso. Isso é uma iniciativa que não é nova, mas deveria ser aplicada a outros eventos do setor de música eletrônica, promovendo o acesso para todos que é o que deve ser feito.
O local era muito limpo, mesmo sendo um festival com dezenas de milhares de pessoas. Os funcionários da limpeza sempre estavam ativos, cuidando de todo o entorno do Ultra Brasil. Realmente foi algo surpreendente não tropeçar ou se deparar com lixo, como em outros eventos.
A loja disponível no festival continha pouca diversidade de produtos, o preço era salgado mas era padrão de qualquer evento grandioso.
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PALCOS
Como citado anteriormente, o maior medo dos fãs era o som dos palcos entrarem em conflito. Isso não aconteceu, quando você entrava na pista dos quatro palcos disponíveis, o som de cada palco era evidente e não havia conflitos consideráveis.
Todos os palcos tinham um design atrativo e moderno, que combinam com o estilo “Ultra” de ser. A escuridão do underground no Resistance, a superestrutura do Worldwide Stage, a semelhança artística de formas quadradas do UMF Radio que se misturava com a arte ao redor da Praça das Artes e a imponência do Main Stage que é característica essencial do festival.
O público estava sempre alegre e vibrava com todas as atrações, a empolgação de uma grande festa sempre eleva o nível e a satisfação de todos que estavam ali. Todos os palcos tinham espaço suficiente para o público curtir confortavelmente.
Apesar das reclamações anteriores à realização do Ultra Brasil em relação ao line up, todos os artistas conseguiram mostrar o seu trabalho de forma impecável, tirando todas as “negatividades” que alguns se queixaram anteriormente nas redes sociais.
A iluminação de todos os palcos estava impecável, além de todos os efeitos pirotécnicos funcionarem perfeitamente, sempre proporcionando um “a mais” a cada apresentação artística.
O QUE PODEMOS CONCLUIR DO ULTRA BRASIL?
A sensação que a maioria teve é que o festival se encaixou perfeitamente, seja na data, seja no local, por todos os motivos. O fato de estar cercado de prédios ao redor de todo o Vale do Anhangabaú, é um sinal de ambientação incrível que só São Paulo pode proporcionar.
É meio que você se sentir abraçado pela urbanização característica do que vemos em arranha-céus ao redor do Ultra Miami, um tom de algo mais urbano mesmo estando em um “parque público”.
Mas, em São Paulo, é um sentimento exclusivo. Você se sente dentro de uma grande (ou gigante) cidade, ao redor de prédios no coração da capital paulista, abrigado por uma cidade que sempre está em movimento, assim como a música eletrônica. Um espaço que abraça todos os estilos, independente do que você curte.
A pluralidade das atrações tem que permanecer, sempre respeitando quem se destaca e abraçando todos os estilos proeminentes em nosso país. É importante para um festival, como o Ultra, abraçar todos os artistas para que possam mostrar sua arte, tanto para os aspirantes quanto para os veteranos.
Um estilo tão agraciado em nosso país que é o psytrance e todas as vertentes que o acompanham tem que seguir no Ultra Brasil, mostrando toda a diversidade e o que somos bons em fazer e o que nos sustenta como um país destaque na música eletrônica internacional.
Esperamos que a edição do Ultra Brasil em 2024, seja um sucesso em todos os aspectos mencionados neste review. E que o evento traga mais atrações exclusivas para a consolidação do Ultra em nosso país.
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