[REVIEW] Precisamos falar sobre: Lollapalooza Brasil e o cenário eletrônico

Nos dias 23, 24 e 25 de março, São Paulo recebeu mais uma vez o Lollapalooza Brasil no Autódromo de Interlagos. Reunindo diversos artistas desde o cenário eletrônico, indie, nacional e rock, o Lollapalooza definitivamente é o festival favorito dos brasileiros, afinal, ele reúne diversos artistas e estilos musicais em um único lugar.

Este ano, para nós, chegados em música eletrônica, o Lollapalooza trouxe diversos artistas inéditos, como também clássicos. Sem mencionar a oportunidade para nossos artistas nacionais que ele abre as portas! Nessa edição de 2018, tivemos em torno de 27 atrações de eletrônica durante os 3 dias, sem contar com os DJs que tocaram nas after partys que aconteciam nos espaços vips do evento.

MAS O QUE ISSO REPRESENTA NO LOLLAPALOOZA?

Nessa edição, o cenário eletrônico ficou muito mais evidente para quem passava no festival. Afinal, assim que você entrava, o primeiro palco que você dava de cara era o palco Perry’s by Doritos. Independente se a pessoa gostava ou não do gênero, o palco de eletrônica serviu como trilha sonora de quem tirava foto no logo do Lollapalooza de entrada, ia para o palco da atração que gostaria de ver, recarregava sua pulseira ou até mesmo se fosse andar na roda gigante que ficava de frente ao local.

Nas edições anteriores, para quem bate cartão nesse festival, sabe muito bem a evolução que o palco Perry passou, desde quando acontecia no Jockey Club. Tamanha proporção de público e visibilidade desse cenário, fez com que nessa edição, ele tivesse um local propício e que comportasse todo esse público. Afinal, na primeira edição no Autódromo de Interlagos em 2014, o espaço de eletrônica não passava de um espaço com uma tenda, sendo que na edição de 2015 durante o show do Steve Aoki, pudemos ver que aquele espaço não comportava mais esse público, pois ficou muita de gente de fora. Já na edição de 2016, o palco Perry, ganhou um espaço diferenciado e um palco de fato, onde durante o show do Zedd, o espaço também não deu conta de tanta gente, atrapalhando o fluxo de pessoas e até mesmo entrada para esse local. Em 2017, não poderia ser muito diferente, com Martin Garrix encerrando o festival no Perry (simultaneamente com Flume) o palco com um novo design e estrutura, lotou completamente o espaço e uma coisa era fato: o Perry era muito pequeno para o público que tava ali presente.

Pensando nisso, a edição de 2018, não podíamos botar defeito na localização. Logo ali, na entrada, espaço propício, atrações em peso, o Lollapalooza acertou em cheio na nova localização do Perry. E não somente na localização, como no line up. Afinal, com o Ultra Music Miami rolando simultaneamente com as datas do Lolla, eles ainda conseguiram trazer atrações inéditas, como também grandes nomes que não vimos com frequência por aqui. Isso fica cada mais evidente que o eletrônico anda dominando e ganhando importância em diversos locais. Vide um grande exemplo como o palco Sahara do Coachella que será expandido em 25%.



RESUMO DOS 3 DIAS:

Em destaque de apresentações por dia, na sexta (23) tivemos Kyle Watson, que apesar de tocar em uma after party no Air Rooftop, é impossível não destacar uma apresentação desse homem que SEMPRE manda muito. What So Not, com álbum novo e tocando pela primeira vez em São Paulo, assim como Alison Wonderland, tiveram uma presença de palco incrível e mostraram que a Austrália está com tudo. DVBBS, que na minha opinião, era uma das apresentações que tinha de tudo para ser uma das melhores da noite, acabaram atrasando quase uma hora e saíram muito prejudicados com o tempo. Quando eles iniciaram o set, parecia que era uma das propagandas que aparece durante os intervalos de show. Começou do nada e terminou de uma forma muito rápida. Infelizmente a apresentação deles no Lollapalooza Argentina e Chile foram muito superiores, mas o Galantis soube muito bem como animar o pessoal que já estava bem cansado e roubar toda a atenção para eles com a presença de palco maravilhosa.

No sábado (24), basicamente todos foram destaques. Whethan e Louis The Child, animaram o público que estava no solzão e ainda tiraram fotos com os fãs depois dos sets. NGHTMRE e Deorro, também souberam fazer jus ao sucesso que fazem por aí. Sem mencionar Yellow Claw, que animou o público de ínicio ao fim que esperava DJ Snake que roubou toda atenção do público para si e fez deixar de desejar o show do Kygo, que tocava em outro palco nesse mesmo horário.

No último dia (25), tivemos muitas atrações nacionais em peso no line up. JØRD fez uma apresentação incrível e que definitivamente ficou marcada em sua carreira, assim como os meninos do Cat Dealers. Thomas Jack, que na minha opinião, fez uma das melhores apresentações no dia, se apresentava no mesmo horário que os meninos do Tropkillaz e que destruíram tudo também mesmo tocando em palcos diferentes. Cheat Codes que se apresentava pela segunda vez no Brasil, já se mostrava em casa. E Alan Walker, nem se fala! Além de tocar no palco Perry, tocou na After Party do Lolla Lounge. Dillon Francis e Hardwell, fizeram história e tocaram hits brasileiros, mostrando que estão sempre antenados e fazendo a noite de todos ali valer à pena – mesmo a maioria estando com inveja de quem estava no Ultra Miami podendo assistir Swedish House Mafia.



SOBRE AS AFTER PARTYS:

As after partys do Lollapalooza esse ano também foram muito melhores. Tivemos side shows de Kyle Watson e Thomas Jack no Air Rooftop, como também Louis The Child, NGHTMRE, VINNE, Eli Iwasa, RDT, Alan Walker, etc, tocando nos espaços VIPs do festival. As festas aconteciam até às 2h da manhã e contou com a presença de diversas pessoas que denominamos como “digital influencers“.



E O QUE PODEMOS ESPERAR DAS PRÓXIMAS EDIÇÕES?

O que podemos esperar daqui pra frente no Lollapalooza especialmente sobre as atrações de eletrônica é: maior visibilidade. O Perry se tornou um dos principais palcos do Lollapalooza e não mais um palco coadjuvante do festival. Nessa edição de 2018, ficou muito claro isso, ainda mais com a nova localização e tamanho dedicado ao público. Atrações que gostamos nunca irá faltar. Vemos isso em todas as edições, desde a atração inédita, repetida ou até mesmo desconhecida. O único ponto a ser questionado ainda são os valores dos ingressos que desse ano foram bastante salgados e a tendência é piorar… Mas enquanto isso, aproveitamos a visibilidade e destaque que este cenário anda ganhando e a diversão que é única e indescritível de quem frequenta. Até 2019, Lolla!

Adora entrevistar DJs e é viciada em batata frita - não pode ver batata em festival que já quer!