Por: Vinicius Pierozan
Imagem de capa: @bibofotos
Em um sábado de sol depois de 944 dias da última edição, o XXXPERIENCE estava acontecendo novamente. Chegou a hora de ter que decidir qual palco assistir enquanto grandes atrações nacionais e internacionais acontecem no mesmo horário. Saudades desta tradição que já acontece entre eu e meus amigos desde 2013.
Aliás, é difícil falar da XXXPERIENCE sem usar a palavra tradição, ainda mais em uma edição comemorando 25 anos de um festival que começou em 1996 organizado por apenas três pessoas em um pequeno sítio no interior de São Paulo.
Porém nem tudo são flores, enquanto a tradição de englobar todos os estilos e públicos permanece os problemas enfrentados também são recorrentes e falaremos sobre eles mais para frente.
Este ano o festival ganhou um novo palco, o Solta o Grave que tomou o lugar do antigo Up Club. O nosso querido Pedrinho também conhecido como ILLUSIONIZE foi a estrela do palco e tocou tanto solo quanto em um b2b muito esperado com Victor Lou e Visage.
Infelizmente por ser o menor palco do festival em alguns momentos o som acabava sendo “engolido” pelos palcos mais próximos como o Joy Stage ou o Union porém nada que estragasse a experiência daquele público que ali estava e recebeu o que foi prometido: muito GRAVE!
No Joy Stage, os amantes do tech house puderam conhecer dois dos principais sucessos mundiais: Wade e Cloone e eles não decepcionaram, eles receberam a pista quente dos hit-makers Biscits e entregaram sets muito dançantes que mostraram o quanto o estilo está crescendo não apenas no XXXPERIENCE mas em todo o Brasil.
Já o palco Peace Stage, para muitos o mais tradicional do festival, que nasceu do psytrance, trouxe nomes consolidados na cena e contou com uma decoração muito bonita, o som estava muito bom e o destaque do palco ficou para Vegas e Neelix, o brasileiro atraiu muito público e entregou um set forte repleto de sucessos que contagiou a pista e contou com a ilustre presença do Illusionize como uma boa surpresa. Já o alemão Neelix trouxe o seu trance progressivo e em uma aula que deveria ser vista por outros djs para lembrarem que nem sempre é necessário usar o microfone.
O Union Stage veio com um line-up de peso que bateu de frente com qualquer festa de techno que tenha acontecido no Brasil este ano, com nomes consolidados como Pan-Pot , Nicole Moudaber, Ilario Alicante e com nomes que estão se destacando no mundo afora como Anfisa Letyago e Mathame.
O destaque fica para o duo brasileiro Binaryh que teve a difícil tarefa de substituir o duo Fidelis, que cancelaram por conta de um problema de saúde, e entregou um set muito melódico que fez o público esquecer da ausência do duo da afterlife. O DJ Rebuke também teve que cancelar sua apresentação já que não tomou a terceira dose da vacina a tempo suficiente para entrar na frança para pegar o avião para o Brasil, o que foi decepcionante para os fãs brasileiros que estavam na expectativa de assistir o dj irlandês.
Não podemos deixar de falar sobre a apresentação da Anfisa, a carismática dj tomou conta da festa às 6:30 da manhã e não deixou o público cair com uma apresentação cheia de energia um set forte recheado de Hard Techno que provou para o Brasil o porquê dela ser considerada um dos grandes nomes da nova geração do Techno.
E por último o palco Love, palco apenas disponível para aqueles que compraram o convite backstage foi o local do EDM. Recheado de grandes nomes nacionais como KVSH, Dubdogz e Liu, e internacionais como Morten, Imanbek e a figurinha repetida Timmy Trumpet.
Cantando todos os vocais, o público do love se manteve animado durante a noite toda, desde os novos talentos nacionais Daft Hill que segue impressionando a cada apresentação como Jord x Zuffo que emocionaram contando a história em que alguns anos antes eles estavam no meio do público sonhando com a oportunidade de um dia tocar no festival.
O destaque fica para o dinamarquês Morten, o grande sucesso do Future Rave que fez um set inesquecível para os amantes do EDM.
Infelizmente precisamos citar também alguns dos problemas que ocorreram, roubos e agressões novamente tomaram conta de alguns locais do evento. E uma triste cena, onde no final alguns seguranças agrediram várias pessoas demonstrando uma extrema falta de preparo mantendo a tradição de que o evento não seja tão seguro assim.
Torcemos para que a XXXPERIENCE consiga resolver esses problemas no futuro já que o festival é apelidado de “mãe dos festivais nacionais” é um importante evento no calendário do amante da música eletrônica e temos certeza que a segurança e bem estar de todos aqueles que atendem ao festival é o principal interesse de todos os organizadores.