Neste último final de semana, tivemos mais uma edição da Time Warp no Brasil, em uma casa nova: o icônico Vale do Anhangabaú. O espaço proporcionou ao evento a oportunidade de adicionar mais um palco.
Com uma expectativa de receber 15 mil pessoas por dia, o line-up se dividiu entre os três palcos, que acabaram não recebendo nome. Porém, o floor 1 manteve-se como a “Cave”, o palco fechado com uma bela decoração no teto. O floor 2 foi o característico Palco Open Air da edição brasileira do evento, e o floor 3 foi o terceiro palco, localizado na Praça das Artes, também palco do After do evento.
Uma das principais preocupações pré-evento seria a possibilidade de ocorrer algum tipo de vazamento de som de um palco para o outro, devido à distância curta entre eles. No entanto, graças a um sistema de monitoramento de som e à presença de containers para evitar a propagação do som, esse problema não ocorreu em nenhum momento durante o evento.
Agora, falando um pouco sobre as apresentações: enquanto, durante anos anteriores, a Cave ficaria responsável pelos sons mais pesados, este ano, devido à presença do show audiovisual de BICEP, essa história mudou (em partes). No primeiro dia, a sonoridade pesada reinou na cave, com os destaques sendo Richie Hawtin e I Hate Models, enquanto no segundo dia tivemos uma sonoridade um pouco mais leve devido à presença do show audiovisual “BICEP PRESENT CHROMA”. Destaque para o grande set de Sven Vath, que começou com grandes tracks como “Don’t Want – Tal Fussman”, “Do My Thing – Dixon” e “Meditation – Jimi Jules”, todas com um BPM acelerado. Maceo Plex também surpreendeu com um ótimo set, que serviu como um pedido de desculpas em relação às suas últimas apresentações em solo brasileiro.
Já o Floor 2 foi dominado por sonoridades dançantes no primeiro dia. O house com influências britânicas de TSHA colocou o público para dançar logo cedo, e após isso, o fenômeno do deep tech Chris Stussy tomou conta, não deixando de tocar seu último single “Desire” e outros grandes sucessos como “Midtown Playground”. Mochakk teve a difícil missão de assumir a pista após Stussy, mas efetuou com maestria. Infelizmente, não gostei da escolha de Black Coffee para finalizar o palco, mas os amantes do AfroHouse mantiveram o palco cheio o tempo todo. Durante o segundo dia, o Floor 2 ficou responsável como casa do Hard techno, e embora algumas pessoas não tenham gostado da ideia de amanhecer ao ar livre, quando a Sara Landry começou a derrubar tudo com o som nascendo, ninguem reclamou.
Acho difícil falar sobre o Palco 3 sem me emocionar um pouquinho, pois esse palco me proporcionou grandes emoções durante o fim de semana. Nem mesmo o cancelamento de Hot Since 82, um grande DJ que eu estava muito ansioso para assistir, fez com que eu ficasse triste, já que Chaos in the CBD fez uma ótima substituição. O palco responsável pelo After foi dominado pela house music, e preciso destacar aqui o artista Mall Grab, que foi provavelmente o show mais lotado deste palco durante o evento e que totalizou, contando seu b2b com Skin on Skin e a apresentação no After, mais de 5 horas de música. Não poderia existir estreia melhor no Brasil.
Por aqui, gostamos muito da nova casa da Time Warp. A estética e toda a questão cultural do evento combinam muito com o Vale e só têm a agregar. Com um contrato de 5 anos com o Vale do Anhangabaú, torcemos para que seja possível a realização do evento neste mesmo local pelos próximos 4 anos.
Não deixe de seguir a Time Warp Brasil no instagram, clicando aqui