Por Vitor Gianluca e Amanda Nakao.
No final de semana, a cidade de São Paulo recebeu finalmente um dos eventos mais aguardados do ano, o Afterlife. Adiado duas vezes durante a pandemia, o evento que passou por remarcações ocorreu nos dias 11 e 12, em São Paulo, com um line up que soube servir com maestria e trazer um pouco a imersão da festa do selo nas terras tupiniquins. Nós da WiR, estivemos presente nos dois dias do Afterlife e preparamos um review completo do que foi a experiência techno imersiva, show de luzes, apresentações e tudo mais. Vem com a gente!
Estrutura
Iremos começar pela estrutura, que não teve muitas ressalvas. O ARCA comportou muito bem o evento em espaço, som e ambiente. Mesmo com os ingressos esgotados, havia espaços para transitar com mais facilidade nas laterais da pista principal. Havia dois bares e quatro banheiros espalhados pelas laterais da pista, além de um pequeno espaço para alimentação no fundo do galpão com dois food trucks.
O show de luzes do Afterlife foi um show à parte e trouxe uma nova perspectiva de excelência. Com luzes nas pilastras do galpão, espalhadas no teto e no palco, a experiência foi de tirar o fôlego, de fato, entregando uma imersão pra lá de especial e marcante. Já na questão da sonoridade, o ARCA também merece elogios, isso porque, as caixas iam subindo o volume conforme o avanço das apresentações, até o momento em que o corpo pulsava junto a pista, algo que só quem já viveu sabe, é indescritível.
A única ressalva com relação à estrutura, fica por conta da ventilação do centro da pista, que contou com alguns ventiladores nas estruturas laterais, mas que com a quantidade de pessoas, deixou a desejar.
Apresentações
Adriatique, ANNA, Colyn, Denis Horvat e Tale of Us já imaginavam que muitas pessoas ansiavam por vê-los, mas não tinham dimensão do quanto. Com uma hora e meia de set para cada atração, exceto para o Tale of Us, o Afterlife foi extremamente pontual na programação e soube dosar para quem foi aos dois dias: invertendo a ordem de apresentação Denis Horvat e Colyn no line up. Afinal, abrir um evento tão esperado é uma mega responsabilidade, mas Horvat soube conduzir perfeitamente na sexta-feira e contou até mesmo com a participação no backstage de Lelah, ou melhor, Ashibah (o famoso vocal feminino nas tracks Noise e Humble Fragility), no qual se abraçaram e comemoraram esse momento tão esperado no palco.
A última vez que Denis Horvat havia se apresentado no Brasil foi em 2019, no D-EDGE. Logo, quem estava com saudade de vê-lo, com certeza não teve o que reclamar. No segundo dia, Horvat apresentou um set diferente, para quem achava que iria repetir o repertório do primeiro dia e pode contar com maior parte do público dentro da casa, esquentando a pista e entregando um set muito bem construído.
Pela primeira vez no Brasil, Colyn estreou de forma elegante e provou o porquê de ser um dos nomes da label de grande destaque da atualidade. Dias atrás, ele havia se apresentado no Cercle e apesar de algumas faixas do repertório não mudarem, o holandês provou que o hype que carrega não é em vão. Técnica de mixagem, repertório impecável e muitas ID’s que deixaram o público satisfeito. Entre os dois dias de apresentações, o primeiro foi melhor, porque no segundo, o DJ abriu o warm up e acabou contando com um público menor e poucos efeitos de luzes.
ANNA chegou para fazer barulho e mostrar que ela é a dona do Brasil. Rever ANNA nos palcos nunca é demais. Com um sorriso contagiante e dancinhas sincronizadas, a brasileira transitou para o agressivo e melódico com muita classe. Mas, sem dúvidas, o set do segundo dia foi outro nível. Não é à toa que a artista é aclamada por onde passa. Essa mulher incrível é o nosso verdadeiro orgulho e foi com certeza, um dos destaques da noite.
Após a brasileira, foi a vez do duo Adriatique, que passou recente pelo país no final de janeiro e mostrou o motivo de serem um dos artistas com mais re-bookings em nosso país. Dois sets diferentes, com vibes nostálgicas durante o repertório e com muita elegância. E não tem jeito, a track “Home” virou o novo hino do Adriatique, uma das músicas mais aclamadas durante o set, trazendo uma energia sem igual ao público, que não via o tempo passar com tantas apresentações irreparáveis.
Agora, o que dizer sobre Tale Of Us? Uma coisa é fato: Matteo e Carmine não brincam em serviço. Toda a admiração e o império que construíram com o projeto e selo, provam o quão visionários e únicos eles são. Desde ditar tendências com apresentações NFT, que Matteo fez com a música no projeto Anyma e que já viralizou nas redes sociais com vídeos, bem como, o visual impecável durante todo o set. Além de muita qualidade sonora, neste momento do evento, presenciamos uma linda apresentação de luzes, que foram capazes de complementar toda a experiência do set e trazer uma imersão inédita ao público paulista.
O que tornou o segundo dia especial, foi um presente que os fãs ganharam. Um b2b de Tale Of Us e Adriatique, um daqueles que você sempre almejou ver e que de fato rolou. Um momento único e especial, onde Carmine, Matteo e Adrian Shala encerraram as apresentações do evento de uma forma inacreditável e que ficará marcado em nossos corações.
Afterlife São Paulo 2023?
E para quem não teve a oportunidade de ir ao evento, ANNA já deixou os spoilers no post do seu Instagram dizendo que prepararam uma novidade que vamos amar e o anúncio será em breve. Palpites de que possa ser o anúncio oficial do Afterlife São Paulo 2023.