Em ritmo de comemoração, conversamos com Gop Tun e sua relevância para a música

Muito se fala sobre Gop Tun e poucos entendem o que de fato isso representa. Idealizado por Bruno Protti (TYV), Caio Taborda (Caio T), Fernando Nascii (Nascii) e Gui Scott, Gop Tun é um coletivo e selo musical fundado em 2012 com o objetivo de criar e difundir espaços para a música eletrônica, sempre de olho nas novas tendências musicais e diversificando os espaços a fim de encontrar “a melhor pista“.

Gop Tun, você deve ter percebido, é “Top Gun”, aquele filme Sessão da Tarde com Tom Cruise, com as primeiras letras de cada palavra trocadas.

Ditando tendências, evidenciando novos artistas, ajudando a fomentar a cena nacional e trazendo lugares inéditos para suas festas, Gop Tun é um selo grandioso e icônico que consegue casar a música com a “pista perfeita“.

No dia 2 de abril, a Gop Tun celebra uma década de forma grandiosa: o primeiro festival da Gop Tun. O Gop Tun Festival chega com 48 artistas, 20 horas de festa e 4 palcos (Main Stage, Danceteria, Supernova e Não Existe). B2B imperdíveis, live sets, atrações da América do Sul, como também de outros países, o festival acontecerá em um local inédito: o Live Stage, o antigo complexo aquático no Canindé. Ou seja, uma coisa é certa: o evento será histórico!

Aproveitando a onda de novidades e celebração do selo, batemos um papo com Caio Taborda do Gop Tun DJs, leia na íntegra a seguir e entenda um pouco sobre o que se passa nessas mentes geniais, que são o quarteto:

WiR: Celebrando uma década em grande estilo, o Gop Tun Festival é um dos eventos mais esperados do primeiro semestre, que reúne um line up diversificado e de qualidade. Como surgiu o conceito de fazer o festival, identidade visual e a curadoria do mesmo?

Gop Tun DJs: “Bom, na verdade, é isso né? São dez anos de Gop Tun. Eu acho que sempre tivemos vontade de fazer um festival nosso com a nossa assinatura, com a nossa cara, na nossa cidade natal. Então, acreditamos que não haveria momento melhor para isso do que nesse momento celebração de uma década de festas. Acho que o festival, conceitualmente falando, acaba trazendo muito do que foram esses últimos anos de festas da Gop. Então os próprios palcos do festival, são palcos que já foram nomes de pistas nossas ou de projetos nossos. Tem a ‘Danceteria‘, tem a ‘Supernova‘, que foram dois palcos que durante os últimos cinco, seis anos fizeram parte das nossas festas. Tem o ‘Não Existe‘, que foi um projeto que a gente desenvolveu durante a pandemia, um festival online, no qual foi transmitido da Oca do Ibirapuera e traz na sua programação, uma série de apresentações inéditas, colaborações e com foco grande no que é a música autoral, a música que é apresentada ao vivo, digamos assim. Acho que quando se fala da programação e da curadoria do festival, que na nossa opinião, é uma das coisas mais especiais do festival em si. Nós abordamos muitas áreas, muitos gêneros de muitos lugares diferentes. Tem inúmeros artistas que vem de fora, são artistas que ou já fizeram parte dos nossos eventos, por exemplo o Skatebård, da Paramida, que tocaram em eventos nossos do passado. Como também uma série de artistas que sempre foram sonho nosso trazer para uma festa da Gop Tun, como por exemplo Motor City Drum Ensemble (Danilo Plessow), que e é um dos headliners do festival. Temos uma série de artistas da América do Sul, no qual para nós, estar inserido na cena de uma cidade que faz parte da América do Sul, acreditamos que é muito importante estar conectado com as diversas cenas incríveis que estão ao redor do nosso país, e que muitas vezes acaba não se conectando tão bem. Então, temos DJs que estão vindo da Argentina, do Paraguai, da Colômbia, do Chile. Temos a América do Sul de certa forma, muito bem representada. Além de inúmeros artistas que fazem parte dessa nossa comunidade, dessa cena local. O que para nós, é algo crucial, que todos esses artistas e movimentos que dos quais nós fazemos parte, estejam inseridos nessa grande celebração que vai ser o festival da Gop Tun. Quando se fala também da parte de comunicação visual do festival em si, tivemos trabalhando com o Gabriel Finotti, que é o nosso designer de longa data e o Pedro Saci, que é um artista tatuador, que também ajudou a desenvolver um pouco do que são aquelas letrinhas de carinhas, que trouxeram vida para identidade visual do festival.

Divulgação: Gop Tun @ Fabriketa

WiR: Abordando ainda sobre o festival, a localização é em um local inédito: antigas piscinas do Estádio do Canindé. O que podemos esperar do festival referente a estruturação? Poderiam nos dar algum spoiler?

Gop Tun DJs: “Falando um pouco do local, neste complexo aquático do Canindé, local onde ficava o parque aquático, o estádio do Canindé, é um reduto da colônia portuguesa, então, quando você fala das décadas de sessenta e setenta, você percebe que esse era um lugar de muita “pompa”, frequentado pela colônia portuguesa que morava aqui em São Paulo. Com ótimos restaurantes, um baita de um parque aquático e como muitos outros lugares aqui da cidade, acabou virando um lugar completamente decadente. Então, a parte aquática acabou sendo aterrada, acabou virando estacionamento, mas agora está abrindo espaço, para tornar um local de eventos. É um lugar que é interessantíssimo, que tem muito verde, que tem ruínas, que remontam um pouco do que foi a história ali de trás. Então, quando vistamos esse espaço pela primeira vez, nós realmente enxergamos ali, o festival, e vimos o festival encaixado no que é esse espaço. Em termos de estrutura, acho que viemos realmente para apresentar para o público, uma das melhores estruturas que nós já tivemos em eventos nossos. Desde o projeto de iluminação dos palcos, até o projeto de cenografia e como está inserido num lugar que tem uma história própria e respeitando um pouco do que é essa história. Nós já participamos de projetos muito legais quando se fala de toda a parte visual e do projeto de cenografia, como por exemplo Dekmantel e o que o público realmente pode esperar, é algo do mesmo nível. Estamos muito ansiosos para mostrar para o público tudo aquilo que viemos criando nesses últimos meses.

WiR: As festas da Gop Tun sempre nos surpreendem com line up impecáveis e localizações que dão todo o charme e toque diferenciado no evento. Como vocês entram nesse consenso de busca de lugares e quais critérios são adquiridos quando estão buscando a localização “ideal”?

Gop Tun DJs: “Bom, acho que a Gop Tun e sua história, ela sempre teve como norte, buscar e apresentar lugares inéditos e de certa forma inusitados, das nossas festas. Acho que lá atrás, há dez anos atrás, quando começamos a fazer festa, nós já tínhamos essa pegada. Fizemos festa em estufa de planta, em heliponto, em clube da terceira idade, então acho que isso realmente sempre fez parte do nosso dna. Falamos isso porque acho que o lugar ideal paras nossas festas, não é que existe uma fórmula, mas sempre acabamos criando conceitos em cima dos lugares que a gente ocupa. Já fizemos festas em lugares completamente fechados, com uma vibe mais “club”, assim como, fizemos inúmeras outras festas em lugares abertos, lugares que a gente possa começar a festa de dia. Acho que essa é realmente uma marca registrada da Gop, encontrar um lugar que seja ao ar livre, para que a gente possa começar o evento durante o dia, comece o evento com sol. E sempre buscamos lugares que, de certa forma, mantivessem sua alma ali, de quando esse espaço estava acontecendo. Porque acabamos ocupando espaços que não existem mais ou espaços que de certa forma não estão sendo ocupados. Uma coisa que acabamos fugindo, são espaços que foram ocupados e que de repente sofreram alterações e que nada mantém a sua originalidade. Manter a originalidade do espaço sem o espaço aberto, sem um espaço com cantinhos que possamos criar ali a atmosfera, no final das contas, são os espaços que acreditamos serem ideais para os nossos eventos.

Divulgação: Gop Tun DJs | Créditos: Felipe Gabriel

WiR: Podemos considerar vocês visionários e que ditam tendências de novos talentos nacionais. Conta para a gente, quais são os 3 artistas brasileiros que o pessoal deveria ficar de olho?

Gop Tun DJs: “Falando um pouco sobre esses três artistas brasileiros que as pessoas devem ficar de olho, sempre ficamos muito felizes por poder dar espaço para uma galera que ainda não teve espaço para se apresentar e vemos que muitos desses artistas realmente despontam, de uma maneira que a gente acha super legal. Temos também outras iniciativas como o Promocast, que foi um um projeto do ano passado, no qual abrimos inscrições para DJs enviarem sets e acabamos escolhendo dois sets vencedores, e que depois disso, essa galera começou a tocar e tá rodando por aí. Inclusive um deles tocou agora em uma das festas que tivemos dia 12 de março, que é o Bayma. E se for para falarmos de três nomes para ficar de olho seria: Agrabah, que é uma menina de Curitiba, que lançamos há pouco tempo, vem tocando em alguns dos nossos eventos e vem inclusive recebendo aí atenção de selos de fora e artistas de fora. O Benjamin Sallum, um artista supernovo, fez parte do Red Bull Music Academy alguns anos atrás e a gente acha muito interessante a pesquisa musical que ele aborda. Não só isso, mas também toda a parte de técnica. E o Kauan Marco, um artista que lançou seu primeiro álbum há alguns anos, lançou há pouco tempo pelo selo da Gop Tun também, e achamos que é um artista extremamente talentoso. Ele é músico, pianista e ele tem aí com certeza, uma pegada e linha musical que brilha nossos olhos, digamos assim. Então, deixamos esses três nomes aí.

WiR: E o que podemos esperar da Gop Tun este ano? Quais são os próximos passos de vocês para 2022? (desde festas, gravadora, carreira e afins).

Gop Tun DJs: “No momento, todas as nossas atenções e esforços agora estão direcionados para o Gop Tun Festival que acontece agora no dia 2 de abril. Esse realmente é o momento mais importante do nosso ano e além disso, temos planos de eventos para o futuro. O futuro seria após o festival e segundo semestre. Vamos ter as festas de Carnaval da Gop, que vão acontecer durante o feriado de Tiradentes. Carnaval é sempre um momento muito aguardado do ano para nós. Temos também uma novidade muito bacana, que vai ser a edição do Festival Não Existe, dessa vez com público, já que a primeira, por conta da pandemia, não pudemos receber pessoas, e será no segundo semestre. E a agenda de lançamentos do selo da Gop Tun, a Gop Tun Records, que continua a todo vapor. Tem muitas coisas interessantes e legais aí por vir. Como por exemplo, está por vir um lançamento do Vermelho Wonder, que deve acontecer nos próximos meses. E continuamos a todo vapor com a nossa agenda de gigs, sejam aqui na nossa cidade São Paulo, no Brasil ou mesmo gigs de turnês internacionais, que estão planejadas para esse ano. Enfim, uma das coisas que mais nos dá prazer, é tocar. E sabemos que esse ano, deve acontecer bastante.”

Não deixe de celebrar esse momento tão importante da Gop Tun, no GopTun Festival no dia 2 de abril em São Paulo. Os ingressos ainda estão disponíveis (clique aqui). Para mais informações, acesse: https://goptunfestival.com.br

Adora entrevistar DJs e é viciada em batata frita - não pode ver batata em festival que já quer!