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ENTREVISTA: DJ Samhara conversa conosco sobre desafios, conquistas e projetos futuros

Dj Samhara é uma digna representação da força feminina na música eletrônica. Ultrapassando barreiras e conquistando públicos por onde passa, ela foi a primeira e única mulher a tocar no palco principal do Tomorrowland Brasil. Sendo atração principal das mais renomadas festas eletrônicas premium do Brasil, a DJ tem uma agenda de shows bem abastecida, milhões de players no Spotify e quase meio milhão de ouvintes na plataforma musical. Sem dúvidas, Samhara é um dos maiores destaques nacionais atualmente no universo eletrônico.

No início deste ano ela esteve nos Estados Unidos para dois shows, em Los Angeles e San Diego, e também visitou o México. Samhara tem planos de conhecer outros países ainda este ano e contou-nos um pouco sobre a representatividade feminina no mercado musical, dificuldades na carreira, sucessos musicais e projetos futuros – nacionais e internacionais. Confira abaixo:

Você foi a primeira e única mulher a tocar no palco principal do Tomorrowland Brasil. Até que ponto essa apresentação influenciou na sua carreira?

Até hoje me lembro desse momento com muita emoção e orgulho. Ser a primeira é fazer história e isso estará marcado para sempre na minha carreira e na música eletrônica.

Sua parceria com o DJ KVSH e a Banda Lagum “Eu Não Valho Nada” é definitivamente um hit, contando com quase 13 milhões de players no Spotify e tocando em diversas festas pelo Brasil. Você imaginou que tomaria toda essa proporção? Foi feita alguma produção mais específica na música?

Nunca imaginamos. Acredito que o sucesso se deve à letra que tocou muitas pessoas e o que vivem atualmente. Eu conheci o Luciano (KVSH), queríamos fazer um som juntos, logo nos encontramos com o Pedro do Lagum e saiu Eu Não Valho Nada. Os três estavámos na mesma sintonia, queríamos fazer algo diferente, mesclar um MPB com eletrônico, algo diferente, e acredito que conseguimos. Todos estamos bem felizes com o resultado.

A cena eletrônica ainda é dominada majoritariamente por homens no nosso país. Contudo, as mulheres mudam essa realidade cada vez mais, e você é uma das nossas maiores representantes femininas como DJ. Nesse sentido, existe alguma dificuldade específica que você enfrenta?

Sempre enfrentei e ainda enfrento. Há um preconceito por sermos mulheres e isso é nítido; quando nos dizem “não”, alegam que nosso som não é o da festa mas colocam um homem que toca o mesmo que você. Infelizmente ainda colocam nossa sexualidade à frente do nosso talento.

No mês de abril você tocou em Los Angeles e San Diego. Como foi essa experiência?

Muita lembrança me veio na cabeça. Começar em outro país é como lembrar de como você começou na sua cidade.  Carreira internacional nunca foi meu objetivo, mas há alguns meses recebi convites para tocar fora e estou tentando encaixar nas datas do Brasil.

Além do México, pretende visitar algum outro país este ano?

México é uma surpresa, não esperava nunca ir este ano. Estive no começo do ano lá para passar férias, minha assessoria pediu para aproveitar a visita e dar algumas entrevistas e logo em seguida chegou o convite para me apresentar na capital, Cidade do México. No momento tô muito feliz, ainda não sei quais outros países vou este ano por agenda no Brasil, mas estamos trabalhando nisso!

Quais djs você mais gostaria de colaborar?

Alesso é um DJ que eu gosto muito e admiro muito sua história. mas também amo David Guetta, acho que seria a realização de um sonho. Fechei o show dele em Goiânia e foi uma energía inesquecível, imagina uma colaboração? Não consigo imaginar! hahahah

O que podemos esperar das suas produções e apresentações daqui pra frente?

Estou preparando bastante coisas. Tenho algumas músicas já prontas, estamos em fase de planejamento. Nos shows, terminamos de fazê-lo e já está na pista! Quem vai ao meu show já sabe, estamos com show novo, efeitos, vídeos e vai malurcao remix, com participação da própria. Fico muito feliz de poder contar com o apoio da minha mãe e tê-la nos meus shows.

Deixe uma mensagem para todos os seus fãs e, especialmente, para as mulheres que pretendem seguir nessa carreira de DJ.

Uma mensagem para as mulheres em geral, acredite em você e orgulhe-se do que você é e como é. Por todos os lados há preconceito, machismo e vão tentar nos diminuir; erga a cabeça, acredite nos seus sonhos, no teu potencial e faça das críticas uma fortaleza. Meus fãs, só tenho a agradecer por estarem comigo desde sempre, me apoiarem, me aceitarem como sou e serem como são. Somos cheios de defeitos e felizes como somos. Só tenho a agradecer por essa comunidade maravilhosa que construímos ao passar dos anos. Obrigado por serem reais e me aceitarem como sou.

Matéria e entrevista por: Hellen Wanderley.

Redação WiR

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