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Entrevista: Innellea fala sobre passagem pelo Brasil, NFT, Live Act e mais

Por: Gabriel Zanucci.

Innellea é atualmente um dos nomes mais respeitados na cena do Techno Melódico. Com uma sonoridade única, o artista combina as raízes do Techno de uma forma muito criativa, chamando a atenção em palcos ao redor do mundo e lançando em selos de renome como Afterlife e Innervisions.

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Em sua passagem pelo Brasil para tocar no DGTL São Paulo, o artista bateu um papo com o Wonderland In Rave que abordou diversos assuntos como suas inspirações, collabs e NFTs. Confira a seguir:

DJ e produtor alemão Innellea esteve no Brasil, na última semana e conversou com a WiR. Foto: Robin Scherm

WiR: A pandemia nos afetou de diferentes formas e provocou diferentes sentimentos. Como foi esse período para você e como essa situação influenciou o projeto?

Innellea:Bom, basicamente altos e baixos. Felizmente, pude estar em uma posição em que posso tirar as coisas positivas disso, então eu reestruturei meu cotidiano. No começo eu era super produtivo, ia para o estúdio todo dia, mas depois de uns 3-4 meses, perdi quase toda minha inspiração. Olhando para trás, digo, ainda não acabou completamente, mas esses últimos 2 anos foram, para mim, muito excitantes e positivos.”

WiR: Pode nos contar um pouco de como foi o processo de desenvolvimento do Live Act? Quais peças do setup você considera essenciais?

Innellea: “O processo ainda está em andamento, eu acho que você nunca encontra a perfeição. A peça central, tenho que admitir que é o MacBook com o Ableton, depois vem a interface de áudio. O que estou fazendo no momento é: eu tenho equipamentos adicionais, então estou às vezes mudando, tipo, os hihats, baterias, as melodias, coisas assim, mas também consigo usar os áudios para o pior cenário, caso perca minha bolsa ou algo tenha algum problema. Então meu setup básico é o MacBook, a interface e o controlador customizado que uso agora. O resto é adicional, se eu quero adicionar ou substituir alguma coisa.”

Innellea durante apresentação Live Act, no DGTL São Paulo 2022. Foto: Guilherme Oliveira.

WiR: Você conseguiu, através do seu projeto, criar uma identidade musical única. Quais são as maiores inspirações na hora de produzir?

Innellea:Bom, eu diria que a inspiração sempre vem também do cotidiano para ser honesto, mas se eu olho para o que eu admirava, eram artistas que tinham uma abordagem completa, tendo uma identidade visual, vídeo clipes e claro, música. Então para nomear alguns, posso citar ‘Justice’, por exemplo, Max Cooper que tem sempre vídeo clipes e conceitos incríveis. Então coisas assim, que você se sente cativado não só pela música, mas por todo o projeto.”

WiR: E como você descreve seu processo criativo?

Innellea: “Sigo o fluxo. Eu sinto que quando não estou seguindo o fluxo, não funciona”.

WiR: Recentemente, você tem feito projetos de collab e apresentações com outros artistas, como Colyn e Kevin de Vries. Poderia falar mais sobre como esses projetos foram desenvolvidos? Podemos esperar novas collabs entre vocês?

Innellea: “Claro! Vocês podem sempre esperar colaborações. Nós somos amigos e foi assim que tudo começou, nós nos conhecemos e sentimos que gostamos muito um do outro em um nível pessoal, então decidimos juntar nossas forças e fazer algo juntos. Acho que isso deu um resultado muito bom. Com Kevin, o EP foi feito em uma semana e com Colyn a track foi super rápida também. Estou muito feliz vendo os resultados.”

WiR: Presenciamos na Afterlife Brasil a premiére do NFT ‘Angel 1’, que tem como trilha sonora sua collab com o Anyma. Como você vê a ascensão dos NFTs e de todo esse movimento no Metaverso?

Innellea: “É muito interessante, e também sendo totalmente honesto, se você lança uma música pelos royalties que vai receber, você não vai ganhar um valor suficiente para pagar o aluguel. É muito doido, mas com NFTs, além do dinheiro, você consegue criar algo como um todo, uma experiência, uma peça de arte. E claro, se conseguir vendê-lo, você provavelmente vai conseguir pagar o aluguel ou pelo menos, receber mais com isso do que lançando por alguma gravadora. Eu acho que é o futuro para ser honesto e Matteo (Anyma) tem a oportunidade de juntar forças com os melhores artistas visuais, e você consegue ver o resultado disso.”

Angel 1 durante o evento Afterlife, em São Paulo, em março de 2022. Foto: Divulgação

WiR: O último EP ‘Distorted Youth’ nos surpreendeu com quatro tracks muito bem produzidas e um music vídeo incrível. Pode nos falar um pouco sobre o conceito desse vídeo?

Innellea: “O vídeo é sobre Transtorno de Estresse Pós-traumático. Eu não quero explicar muito, porque se você ver, isso desperta um certo sentimento e provavelmente pessoas que passaram por uma situação traumática podem se identificar, cada um pode ver sua história no vídeo. Acho que este é um tópico que precisamos falar sobre, porque sempre esteve presente. Eu acho que uma em cada duas pessoas já sofreram algo assim, por isso surgiu o nome ‘Distorted Youth’ (Juventude Distorcida).”

WiR: Recentemente, você tocou na reabertura do Warung Beach Club, em Santa Catarina, e agora se apresenta aqui na DGTL novamente. Como está sendo esse contato e essa relação que você vem criando com o público brasileiro?

Innellea: “A primeira vez que toquei no Warung a energia foi incrível e a pista estava curtindo muito. Eu senti que eles sabiam quem eu era e o que eu estava fazendo ali, e hoje (no DGTL São Paulo) foi a mesma coisa, eu senti o mesmo. Toquei no Warung Day Festival, em Curitiba, algumas horas atrás e vim para cá e o público brasileiro é incrível!”

WiR: Para finalizar, pode nos dizer três artistas para ficarmos de olho?

Innellea: “Ok! Massano, Yubik e Sam Shure.”

Agradecimentos: Vitor Gianluca.

Redação WiR

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