ENTREVISTA: Meduza nos conta sobre o começo da carreira, sua mais nova parceria com Dermot Kennedy, “Paradise”, e Brasil

Multi platina, reconhecido mundialmente, o trio de produção italiano Meduza uniu forças com o astro irlandês Dermot Kennedy no novo single “Paradise”, o mais ultimo single. Meduza explodiu em cena no ano passado com ‘Piece Of Your Heart (ft. Goodboys)’, uma quebra global que atingiu mais de um bilhão de streams combinados desde seu lançamento e recebeu uma indicação ao Grammy.

Isso foi seguido pelo também bem sucedido “Lose Control”, uma colaboração com as artistas britânicas Becky Hill e Goodboys, outro sucesso global de venda de platina, que chegou a #11 na parada de singles do Reino Unido e acumulou mais de um bilhão de streams sozinho.

Bom, dá pra perceber que Meduza são os mais novos hitmakers da música eletrônica, e assim expandido seu som atingindo sempre o topo das paradas e que está presente em todo lugar. Tivemos a chance de ter uma conversa com Mattia, um dos integrantes do trio, e ele compartilha conosco a história de Meduza, experiência no Brasil, criação de ‘Paradise’ entre outros. Confira a seguir:

WiR: Olá Mattia! É tão bom finalmente falar com você. Minha primeira pergunta é sobre seu sound design. Seus maiores sucessos são Piece of Your Heart e Lose Control, ambas as faixas são bem diferentes, mas similares, e gostaria de saber se trabalhar com Goodboys ajudou no processo de criação do sound design de Meduza? E Como descreveria seu som?

R: Cada momento no estúdio é crucial na formação de músicas, aliás Josh do Goodboys ainda trabalha conosco e escreveu Paradise com a gente também. Ele ainda é parte do time. E obviamente quando você tá no estúdio e você tem essa química, que somos mais amigos do que apenas pessoas fazendo o mesmo trabalho, e toda vez é diferente. Toda vez você quer tentar algo novo, compartilhar ideias e tentar mudar algo. Eu não sou músico, mas eu tento achar melodias, Luca faz o mesmo, Josh também, Simone… A pegada de ‘Paradise’ é mais pop, mas sempre estamos tentando manter a assinatura do nosso som vindo do nosso mundo, que acreditamos que é importante ter.

WiR: MEDUZA é novo na cena, mas aposto que com tanto talento vocês estão fazendo música há algum tempo. Pode nos contar como Meduza foi criado? Porque quando pesquisamos sobre Meduza não há quase nenhuma informação, e eu realmente adoraria saber a história de como todos vocês se uniram como um grupo e se conheceram.

R: Isso é um dos top segredos mundiais (risos). Basicamente Luca e Simone começaram a trabalhar juntos em outros projetos uns 10 anos atrás, e eles decidiram sair porque não tinha eu no grupo, então não era forte o bastante (risos). Conheci Simone 2014 e começamos a trabalhar juntos no estúdio, mas não tivemos tempo para estar no estúdio trabalhando porque estávamos fora, então decidimos ter Luca para ele ser o homem do estúdio, que pode estar criando algo novo no estúdio ficando lá, fazendo música, e para fazer música você tem que estar focado no estúdio provavelmente por 1 dia, 2 dias, 1 semana, 1 mês, depende da faixa. Sempre tem algum de nós no estúdio, então sempre podermos estar trabalhando em algum projeto sem perder tempo.

WiR: Você esperava que sua música atingisse as paradas? Foi surpreendente? Como todos vocês reagiram?

R: Ver nossas track no topo a gente se sentiu sortudo, e abençoados por ter essa oportunidade que obviamente não foi esperada. Mas eu me lembro que em 2018, viramos número 1 no UK e estávamos feito crianças, gritando e se divertindo. Para os amantes de futebol, é como se ganhássemos o Champions League, é um sentimento especial. Não sei como descrever mas é como se a melhor coisa da sua vida acabou de acontecer e você está lá celebrando, bom, esse tipo de sentimento.

WiR: Algumas pessoas não sabem que Meduza é na verdade composto por um trio, um trio italiano. Qual é o papel de cada um na produção de música? É difícil equilibrar as ideias no estúdio? Vocês brigam muito?

R: Luca: SEMPRE!

Mattia: Mas somos amigos primeiro de tudo, e brigamos por uma boa causa e pelo benefício do projeto. E quando são 3 cabeças pensando na mesma coisa, com 3 ideias diferentes sobre o que fazer e em qual caminho fazer não é fácil, mas o lado positivo disso é que há outros pontos de vista que talvez possa mostrar o que é errado e certo e você pode ajustar algo, e quando estamos todos em acordo temos 100% de certeza que aquela música é a coisa certa.

WiR: Um dos principais DJs do Brasil, Alok, fez um remix de Piece of Your Heart e essa música está sempre tocando em todos os lugares. Quando você ouviu o remix pela primeira vez, o que você achou dele e você está sempre em contato com Alok ou planejando lançar algo juntos no futuro?!

R: A gente achou um remix super legal para mostrar ao mundo, porque o “Brazilian Bass” estava e está bem em alta, e ele é como o criador desse som, e então foi muito bom para ‘Piece of Your Heart’. Não estamos em contato direto com ele, apenas nas mídias sociais, mas possivelmente vamos se encontrar em algum lugar do mundo quando possível. Eu não acho que podemos trabalhar juntos em alguma track, pois estamos em dois mundos diferentes musicalmente falando, estamos mais focados no House e Alok no Brazilian Bass, a gente nunca sabe na vida.

WiR: E com outros artistas brasileiros?

R: Estou tendo contato com Vintage Culture, eu não posso vazar essas coisas mas ele está me mandando mensagem agora que ele está ansioso em lançar o remix de Paradise. Nós dois estamos ansiosos e ele é um cara muito talentoso.

WiR: O impacto da pandemia na indústria da música foi algo bem marcável, e também em nossas vidas. O que os deixou inspirados e o que estão preparando quando tudo voltar ao normal? Alguma tour, alguma live ou algo do tipo?

R: Queremos fazer nossa tour promovendo nosso novo single, que não é Paradise mas o próximo single mas terá uma tour global que não pudemos fazer em 2020, tentaremos fazer os mesmo shows mas agora não há um plano porque as coisas ainda estão mudando todos os dias aqui, então agora só estamos tentando focar na música. Tentando preparar o máximo possível para o ano que vem, lançamentos para clubes e para rádios.

WiR: Você conseguiu vir ao Brasil em 2019 e 2020. E durante o Carnaval, você tocou em um dos maiores clubes do Brasil, o Ame Club! Dividindo o palco com muitos artistas brasileiros. Você poderia nos contar sobre sua experiência aqui no Brasil? E o que você mais sente falta do nosso país?

R: Eu sinto falta do sentimento, porque eu estava literalmente ao redor das pessoas, no palco e fora do palco. Sinto falta da vibe que vocês tem, vocês tem algo que eu nunca vi em outro lugar. Vocês tem o jeito de dançar e aproveitar qualquer tipo de música, em um jeito que é diferente do mundo, parece que vocês tem a música dentro de vocês, então eu realmente sinto falta disso. Honestamente, o carnaval foi uma das melhores experiências na minha vida, eu toquei no Ame, Green Valley, e a experiência não foi incrível, foi mais que incrível.

WiR: Seu último lançamento chamado “Paradise” é tão profundo e dançante. Como foi unir forças com Dermot Kennedy? Eu acho que ele é um cantor incrível e eu fiquei muito feliz vendo que vocês lançaram uma música juntos! Como foi a criação dessa faixa?!

R: Descobrimos a voz dele remixando ‘Power Over Me’, e achamos que a voz dele combinou muito com o nosso som, e durante a pandemia nós decidimos escrever uma música. E queríamos escrever sobre a distância que temos vivendo no mundo, distância que temos das pessoas mas lugares, lugares que te fazem se sentir especial, então a distância também é isso. Dermot imediamente amou a ideia e decidiu participar porque ele estava compartilhando o mesmo sentimento que nós, porque ele é um músico e viaja o mundo, e terminamos a gravação em poucas horas.

WiR: Muito obrigado por essa entrevista, meninos. Para terminar da melhor maneira, há algo que você gostaria de dizer aos seus fãs brasileiros?!

R: Fiquem saudáveis, se cuidem e espero ver vocês no próximo carnaval todos juntos!

Fã de música eletrônica, sempre em busca de aprender mais. Choro em shows.