Falar de Kasino e não lembrar do grande hit “Can’t Get Over” é impossível! O projeto formado em 2003, foi confundido muitas vezes como um projeto “internacional“, devido as letras em inglês e sonoridade diferenciada nos anos 2000.
Fundado por Fher, Ian Duarte e Mister Jam, Kasino foi um projeto que teve grande visibilidade em rede nacional e foram grandes pioneiros da cena do e-music no Brasil. Ano passado, fomos surpreendidos nas redes sociais com o retorno de Kasino, bem como suas músicas disponíveis nas plataformas de streaming.
Mas o que o projeto pretende fazer daqui para a frente? Conversamos com Fher, no qual nos contou um pouco mais sobre os EP de remixes lançados, novidades e mais. Leia a seguir:
WiR: Primeiramente, é um prazer enorme falar contigo! Ano passado, no começo da pandemia, fomos pegos com a mega novidade do retorno do projeto Kasino. Como surgiu a ideia desse retorno?
Kasino: Eu e o Fábio Almeida (Mister Jam), estávamos conversando sobre a possibilidade de um retorno mas eu estava um pouco resistente pois eu já achava que era um ciclo fechado pra mim. Então fui surpreendido por um vídeo do Dubdogz enviado por uma amiga minha tocando “Can’t Get Over” numa live. Fiquei muito feliz, pois sempre gostei do trabalho deles. Mandei uma mensagem agradecendo, e eles falaram que sempre curtiram meu trabalho. Comentei com o Mister Jam, e ele falou: tá vendo só? Então, achei que era hora de voltar e de dar esse presente aos meus fãs que esperam por esse comeback.
WiR: A formação original do Kasino era composta por você (Fher), Ian Duarte e o Mister Jam, qual foi o seu maior aprendizado em ter trabalhado com esses artistas?
Kasino: Eu e o Mister Jam temos uma amizade de longa data, aprendi tudo com ele. Foi ele a pessoa que me inspirou a cantar e começar na música. Estar com ele em estúdio e na estrada, fazia com que eu aprendesse muito o tempo todo. O Ian Duarte é um cara que me ajudou muito com uns toques importantes, ele era o cara da tecnologia no Kasino, ele me ensinou muitas técnicas na hora de gravar pois ele já tinha anos de bagagem em estúdio, e sabe mixar como poucos.
WiR: Atualmente, a Dance Music Nacional ganhou grande notoriedade e valorização através de artistas como o Alok e Vintage Culture, que representam fortemente nosso país, até mesmo no exterior. Alok, inclusive, foi um dos artistas que conseguiu marcar presença em grandes programas de TV em rede nacional. Antigamente, você já havia conquistado esse marco em veículos de mídia, tanto que as pessoas o confundiam com um projeto internacional. Como foi essa experiência de poder participar de programas de TV com uma sonoridade diferente do que era comercializado?
Kasino: Foi simplesmente mágico! Me lembro até hoje do dia que fiz meu primeiro programa de TV com o Kasino que foi o Superpop da Luciana Gimenez. Eu fui junto com Lasgo, que era uma grande influência pra mim, Ian Van Dahl e o Double You. Também já fui na Hebe, que foi um momento único, pois costuma ver com a minha mãe e até pedi pra Hebe mandar um beijo pra ela, rs. Sinto que o Kasino abriu uma portinha pra isso acontecer, e hoje ver o Alok, Cat Dealers no BBB, entre outros programas, me deixa feliz. Espero que a música eletrônica tenha espaço cada vez mais na TV.
WiR: Fazendo um comparativo de mercado de quando começou e atualmente, quais foram os maiores desafios naquela época e quais são os atuais na sua opinião?
Kasino: Na época meu maior desafio foi aprender tudo muito rápido, já que o Kasino estourou me pegando totalmente de surpresa. Eu fazia aula de canto, mas nunca tinha me apresentado profissionalmente. E aí, me vi da noite pro dia, tendo que gravar clipe, ensaiar shows e com apresentação marcada, abrindo para artista internacional. Foi louco!
Acho que os maiores desafios atuais são reinventar o projeto, para reposicionar o Kasino, e fazer o nome voltar a ganhar força dentro da cena eletrônica atual.
WiR: Além das faixas nas plataformas de streaming, você lançou 2 EP de remixes, no qual contou com outros nomes prodígios nacionais. Como surgiu essa curadoria?
Kasino: A ideia veio de uma conversa minha com o Mister Jam. Nós achavamos importante dar novas versões para as duas músicas de mais destaque, até porque vários nomes de peso tocaram Kasino em lives na pandemia, como: Liu, Vintage Culture e Dubdogz.
Então, chamei alguns DJs amigos para fazer o remix e o resultado está sendo muito bom. Foi muito legal trabalhar com o Lotten, Prinsh, Balma e o Flakkë, que tem me dado toques muito importantes nesse retorno. Quando o convidei e ele aceitou, foi uma honra. Também convidei o Duda Santtos, que me apresentou a Sam Ferry, pois eu também queria uma mulher remixando. O casamento desse remix foi perfeito e ela é maravilhosa!
WiR: Com o seu retorno, muitas pessoas estão curiosas para saber onde você pretende direcionar seu projeto, bem como, novidades. Para essa versão 2.0, madura e com muita bagagem de conhecimento, qual sonoridade pretende seguir?
Kasino: Eu acho que o Kasino precisa e vai reciclar sua sonoridade, sem perder a sua essência.
Eu ainda não defini muito uma sonoridade específica, mas acho que o electro house é um caminho.
WiR: Mesmo com o hiatus do seu projeto, você sempre se manteve muito ativo na cena eletrônica e com um networking muito rico. Seu amor pela música eletrônica, sempre foi algo que você deixou claro nas suas redes. Desses artistas que você conheceu neste tempo de aprendizado, qual deles foi o que mais te marcou e inspirou a voltar com o projeto Kasino?
Kasino: Eu posso citar de internacionais como o Maurice West, que conheci pessoalmente na Holanda, e o Julian Jordan, que é uma das minhas maiores influências atualmente e vi que vocês acabaram de entrevistar ele. E também o Don Diablo, que é um cara que me identifico muito. De nacionais, eu destaco o Cat Dealers que são pra mim uma grande influência, também o Pontifexx e o Liu.
WiR: Você sempre demonstrou ser grande fã do Dubdogz, Martin Garrix, Pontifexx. Inclusive, o Dubdogz já tocou sua música em set. Você pretende trabalhar com algum desses artistas que admira? Quem e por quê?
Kasino: Com certeza! O Dubdogz ia fazer um remix da Can’t Get Over, mas acabou não acontecendo por conta da agenda deles de lançamentos. Eles já falaram comigo sobre uma collab e se rolar no futuro, eu acho ótimo! O Pontifexx é um grande amigo, viajamos para a Holanda e ele é um cara em que sonho trabalhar. Também gostaria de trabalhar com o Santti, tenho gostado muito das produções dele, e acho que combina muito com o que busco para o Kasino.
Na Internet os fãs pedem muito uma collab entre Alok e Kasino. Já fizeram até uma FanArt de um single meu com ele, quem sabe? Seria épico!
WiR: Provavelmente, você deve estar trabalhando em músicas novas e gostaríamos de saber: quais são suas maiores inspirações atualmente na hora de produzir? O que você anda ouvindo?
Kasino: Eu estou ouvindo muito future house, bass house e edm, que eu escuto sempre. Tenho também, muita influência do indie rock. Minhas inspirações hoje acho que são o Cat Dealers, Pontifexx e o Julian Jordan. E também o Future Rave, nova sonoridade do David Guetta.
WiR: Em um cenário de melhoria (referente a pandemia), qual seria o evento/festival ideal para seu retorno aos palcos?
Kasino: O Rock in Rio é um sonho antigo! Já que só teremos em 2022, quem sabe né?
Mas tem uma festa aqui no Rio, a House4U, que seria perfeito para fazer meu retorno aos palcos!
WiR: O que podemos esperar do projeto Kasino nos próximos meses? Existe algum lançamento à caminho? Nos dê algum spoiler!
Kasino: Já estamos produzindo o single novo, devo gravar no final de abril. Mas vamos lançar em maio! Podem esperar uma nova identidade visual, sonora e também nos shows.
WiR: E por último, mas não menos importante, quais artistas você acredita ter grande potencial para estourar nos próximos anos?
Kasino: Eu aposto muito no Prinsh, Balma, Lotten, Lukks e Strom que trabalharam nos remixes do Kasino.
Mas eu aposto minhas fichas também no Cevith e no Menchio.