KVSH e Exotique contam a história por trás da polêmica ‘Bugs’

O novo single do KVSH em parceria com Exotique traz um tema um tanto quanto polêmico. Na letra temos uma pessoa questionando se ser DJ seria realmente um trabalho, além disso, essa pessoa questiona qual a verdadeira função do DJ, se seria apenas “apertar o play”. Esse tipo de pensamento costuma ser algo muito comum à pessoas que não entendem realmente o que é ser um DJ, muitas vezes, essas pessoas acreditam que esse trabalho envolve apenas escolher uma música e ficar “com as mãos para cima”, como diz a letra da música.

No livro “Last Night a DJ Saved My Life – The History Of The Disc Jokey” , Bill Brewster e Frank Broughton retratam a história da discotecagem e, para explicar a função do DJ, os autores dizem que: “O que um DJ faz é isto: ele entende de música. O DJ conhece mais de música que você, melhor que seus amigos, melhor que qualquer um na pista de dança ou nas lojas de discos” e completam “o verdadeiro trabalho de um DJ não é ficar de pé atrás dos decks por algumas horas (…) é canalizar o vasto oceano de som gravado em uma única noite inesquecível.”.

Ser DJ envolve estudar músicas e gêneros musicais que vão ajudar a entregar uma performance inesquecível para o público, é pesquisar e estudar músicas e suas estruturas para que isso possa ajudar na produção de novas músicas e remixes. As pessoas que fazem as afirmações como na letra de ‘Bugs’ não levam em conta que DJs e produtores trabalham diariamente por um longo período de tempo para entregar seu trabalho no fim de semana.

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Em meio a toda essa polêmica, KVSH e Exotique contam a história da ‘Bugs’ e relatam como é a vida do DJ. Confira a entrevista:

WiR: Como surgiu a idea do seu último single “Bugs” com Exotique?

KVSH: A ideia com a ‘Bugs’ foi buscarmos um follow up para ‘Sicko Drop’ – hoje com 40M streams no Spotify, 243M views no Tiktok e 320k buscas no Shazam – bombou demais, e a Sicko tem um elemento surpresa, o efeito reverso do spin, que chama a atenção da galera ao ouvi-lo.

Me veio a ideia de fazer algo que chamasse atenção das pessoas novamente, assim como na Sicko. Algo que despertasse “Caraca, o que é isso?!’. Foi aí que eu decidi que a “Bugs” teria a “sambada” na track, uma situação muito comum, afinal, todo DJ já sambou.

Tentei, depois disso, escrever alguma coisa para a música, gravando algumas ideias de vocais… Como minha voz não é muito boa, chamei o Buno (Exotique) que é um amigão meu, ele tem um vocal rapper, mandei para ele, ele gravou e finalizamos a track juntos.

Se você é DJ e alguém já te perguntou: “além de ser DJ, qual sua profissão? Você trabalha ou só fica muito louco?”. Nao desista! Bem vindo ao clube. A Bugs retrata justamente essas situações dos “haters”. Infelizmente grande parte da sociedade acha que ser DJ é muito simples, que basta você ter um pen drive e dar play que tudo acontece sozinho.

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WiR: Recentemente você presenciou ou viu algum caso que tenha motivado a escrever esse single?

Exotique: “Na verdade, é uma situação que acredito que todos os DJs, produtores e músicos já vivenciaram alguma vez na vida. A falta de conhecimento leva a crer que não existe um trabalho muito serio e empenhado por trás de tudo. Mas quem mexe com música certamente já escutou uma tia, avó, mãe de namorada falando: “mas você trabalha com o que?”

WiR: Você acredita que essa é uma situação comum a grande maioria dos DJs?

Exotique: “Com certeza! Acredito que sim, o DJ se tornou o novo superstar, enchendo festas, estádios e festivais, com isso muita gente ainda acha difícil acompanhar o raciocínio e a evolução do mercado e da música. Além de ser uma trajetória não convencional, em um país onde se acreditava tanto em um modelo de vida ideal.

WiR: Esse é um problema que ocorre apenas com DJs mundiais? Ou é o público brasileiro que não respeita essa profissão?

Exotique: “Acredito que seja uma questão de mudança no comportamento mundial. Hoje já podemos ver a questão em pauta e DJs em posições de muito destaque, o que causa uma disruptura da imagem de que não da para viver de música. Quando morava na Europa, já era super comum a pauta do DJ, já que lá é um dos berço da musica eletrônica.”

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WiR: Fora o trabalho na pista, conta pra gente como é o seu trabalho durante a semana. Quanto tempo você gasta produzindo, pesquisando músicas, fazendo edições…

Exotique: “Então, eu vivo para música, essa é minha vida já se fazem 11 anos. Tudo o que eu faço envolve música, do momento que acordo, ate quando vou dormir. Se recebo um áudio engracado no whatsapp, já penso em como posso trazer isso para música, conectando as pessoas com a vida real. Passo pelo menos 6 horas por dia sentado na frente do computador, seja me aventurando nas profundezas do soundcloud, ou no ableton live, ou até mesmo discotecando e testando transições e mixagens.”

WiR: Tem algum recado para mandar para os “haters”?

Exotique: “Cara é aquela famosa frase: “if you got haters you’re doing something right”

 

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