O House Music brasileiro nunca esteve tão forte e tão confuso

Não é de hoje que ouvimos falar do glorioso House Music, mas não podemos deixar de lado o boom que o gênero sofreu no Brasil e no mundo durante a pandemia.
Aqui no Brasil, quem trouxe novamente o House Music para os holofotes foi Vintage Culture, com seu lançamento “It Is What It Is” na gigante Defected.

Com isso, muitos de seus seguidores começaram a ir atrás de sonoridades de House e começaram a produzir House também. Boa parte deve ter percebido que a tarefa não é fácil, já que para produzir o gênero precisa de bastante conhecimento de teoria musical e instrumentação.

O que vem chamando bastante atenção na cena é a apropriação inadequada do House Music, com produtores de outros gêneros se intitulando produtores de House. Sabemos que gêneros como o Progressive House, Tech House e Deep House são subgêneros do House, porém não é correto chamá-los de House quando falamos de gênero musical, uma vez que as sonoridades são distintas.

Tal apropriação tem confundido o público e também prejudicado os verdadeiros DJs e produtores de House no Brasil. Vou listar alguns aqui que tem chamado atenção e falar um pouco deles.

Aline Rocha: A representante do nosso país no Defected Festival tem chamado muita atenção por seu incrível repertório e dedicação ao gênero.

DJ Meme: Trabalhou com nomes notórios da música brasileira como Lulu Santos e Gabriel o Pensador e com artistas internacionais como Shakira, Gloria Estefan, David Morales, Frankie Knuckles (Lenda do House) e Dimitri from Paris.

DJ Marky: Apesar de ser focado em Drum’n’Bass, o lendário Marky também faz sets de House e é conhecido por entender muito do gênero.

Eli Iwasa: Apesar de ser conhecida como DJ de Techno, com seu repertório vasto, Eli faz sets de House únicos e promove o gênero no seu Club Caos.

Julio Torres: Com mais de 25 anos de carreira, é pioneiro da música eletrônica brasileira e trabalhou ao lado de nomes como Roberto Carlos, Jota Quest, Lenine e Maria Gadu. Atualmente, faz parte do MANIMAL em parceria com Junior Lima. Além disso, Julio coleciona prêmios como Prêmio Cool Awards de Disco do Ano para o álbum “Humanized” e o DJ Sound Awards de Melhor Live.

Leo Janeiro: Residente do Warung Beach Club, Leo Janeiro é dono da Cocada Music, que é parceira da Get Physical e um dos precursores do House Music no Brasil.

Renato Ratier: Símbolo de versatilidade, inovação e evolução, Renato é provavelmente o maior nome da cena underground brasileira. O grande diferencial dele é que promove boa parte dos gêneros da música eletrônica de qualidade com seus eventos, sets e produções, o que inclui também o House, como ouvimos em seu Remix para Rita Lee.

Esses nomes são consolidados dentro do House, mas há também uma nova geração vindo com grandes feitos, com nomes como Alex Gewer, JOMAQ, Lucena, MITA (BR), Nytron e Softmal.

Gostaria de lembrar que existem outros DJs e Produtores brasileiros de House que não foram citados aqui, pois falo sobre o que é de meu conhecimento.

Espero que isso tenha aberto sua mente em relação ao House Music, pois todos os que citei tem feito um ótimo trabalho. É importante saber separar o joio do trigo, já que nossa cena vive um momento em que precisamos ser fiéis à música.

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