Red Axes conta sobre novos projetos, vida de estúdio e mais

Por: Maria Eduarda Pisani e Gabriel Zannucci

Consagrado por seu estilo único, Red Axes é o duo formado pelos israelenses Dori Sadovnik e Niv Arzi. Sua sonoridade singular é conhecida por suas referências variadas, passando desde house e techno até vertentes de post punk e rock psicodélico.

O projeto teve início após o fim da banda Red Cotton, que era dedicada a sons de new wave e post punk. Sadovnik e Arzi viajaram para a Europa, onde entraram em contato com a forte cultura do Dance Music, o que levou ao fim de Red Cotton e introduziu os amigos a um mundo de novas possibilidades para criação musical.

Fica evidente que as raízes da banda influenciam a dupla até hoje em suas produções como Red Axes, fazendo com que suas produções quebrem os paradigmas tradicionais do que é considerado “padrão” dentro da cena eletrônica mundial. A mistura entre as referências post punk, new wave e industrial criou uma identidade sonora nunca antes imaginada, unindo estilos de uma forma inovadora.

Em sua passagem pelo Brasil neste mês de dezembro, o duo aceitou o convite da Wonderland in Rave para contar um pouco sobre seu processo criativo, influências, novos projetos e muito mais. Confira!

WiR: Oi pessoal! Primeiro, gostaríamos de agradecer por aceitarem o convite para esta conversa com o time da Wonderland in Rave. Elaboramos algumas perguntas que nossos leitores estão curiosos para saber sobre vocês. Vocês tocaram no Brasil mais de uma vez e o público adora tê-los aqui. Como vocês se sentem tocando aqui?

Red Axes: Nós amamos tocar no Brasil! O público é muito receptivo e enérgico. Adoramos o calor e carinho que recebemos e sentimos isso desde a primeira vez que tocamos aqui.

WiR: Vocês fizeram alguns projetos com o brasileiro Abrão. Como vocês o conheceram e como foi trabalhar com ele?

Red Axes: Nós conhecemos Abrão em 2005, quando ainda éramos uma banda. Ele cuidava do som durante nossas apresentações e depois produziu nosso primeiro e único álbum.

Alguns anos depois, tivemos a ideia para um para fazer uma colab com vocal e enviamos a track para ele. Foi assim que surgiu a música “Caminho de Dreyfus”.

Desde então, trabalhamos juntos em diversas tracks e fizemos muitos shows no formato live com ele. Abrão é um indivíduo único!

E caso não conheça, vale a pena conferir a banda que ele teve nos anos 1980, chamada “Kafka”.

WiR: Estamos curiosos para entender como funciona o processo criativo de vocês no estúdio. Vocês têm alguma rotina ou cada vez é uma experiência diferente? Como funciona a dinâmica de vocês?

Red Axes: O processo varia de projeto para projeto. A ideia central é tocarmos os instrumentos e brincarmos com os equipamentos e a partir daí, filtramos o que gostamos ou não.

WiR: Quais são suas principais referências quando o assunto é arte e música? Quais referências são usadas em seu processo criativo?

Red Axes: Primeiro, nós dois temos que nos sentir tocados pela arte. O mundo tem referências ilimitadas, mas tentamos ser precisos com o que pode ser considerado parte da estética do Red Axes, evitando limites e privações.

WiR: Os álbuns “Trips” são um sucesso com os fãs brasileiros e gostaríamos de saber se vocês estão trabalhando em mais álbuns ou se estão planejando algo similar.

Red Axes: Nós pensamos nisso frequentemente. É um projeto importante e muito especial para nós. Estamos esperando o momento certo para desenvolvermos algo parecido.

WiR: Quais são os planos para o próximo ano? Algum projeto especial para vocês que gostariam de compartilhar?

Red Axes: Estamos trabalhando em um novo álbum que deve ser lançado no próximo ano. Também temos vários EPs e tracks para lançarmos.

Em março faremos uma turnê na Europa em que faremos DJ sets apenas com sons autorais – músicas originais, edits e remixes – a noite toda. Fizemos isso pela última vez em 2020, logo antes da pandemia de Covid-19, então estamos muito animados para fazer isso de novo.

WiR: Uma última pergunta. Vocês poderiam indicar três artistas que o público deve ficar de olho?

Red Axes: Ah, boa pergunta! Vamos lá.

“Quest” é um DJ insano! Com certeza um dos melhores para ficar de olho. Muito talento para mixagem e bom gosto musical.

Nossos irmãos do “Dresden”, Manfredas e Ivan Smagghe. O som deles atinge novos patamares de groove e sintonia de frequência. Seus long sets são masterclasses recomendáveis para qualquer DJ.

“Autarkic”, nosso querido amigo, que vai lançar um novo álbum pela Mule Music. Som de alta qualidade! Recomendamos muito!

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