Nos dias 11 e 12 de novembro ocorreu mais uma edição da Time Warp aqui no Brasil.
O festival, que ocorre em terras tupiniquins desde 2018, sempre foi sinônimo de música boa e apresentações memoráveis, e desta vez, não poderia ser diferente. Adotando um formato diferenciado, com uma pista única na Arca, tivemos a presença de grandes nomes da eletrônica mundial.
Outro fator que sempre podemos contar que estará presente nos eventos da Time Warp é a decoração, aliado com os novos telões da ARCA, tínhamos no teto uma série de leds interligados inspirados em um dos famosos palcos da edição Alemã, uma surpresa boa para os fãs mais assíduos que tem vontade de conhecer o festival em sua terra natal.
Na sexta feira tivemos um line-up que englobou diversos estilos musicais, começando com Vermelho, que para mim é o melhor DJ brasileiro quando o assunto é animar uma festa no começo da noite, é simplesmente incrível a seleção de tracks do nosso querido Márcio Vermelho.
A missão de preparar a pista para o Techno melódico do Mind Against ficou para Kenya20hz, a brasileira já tinha tocado na edição de maio deste ano e tocou para grande público que chegou cedo na festa. Acostumados com apresentações de Long set no Brasil, esta foi a primeira vez que vi a dupla italiana tocando um set curto, o duo acabou focando em músicas com transições mais rápidas e ficaram dentro do seu tradicional techno melódico flertando com algumas músicas de drops mais pesados como “Noir – Bataille”.
Logo após os italianos, entrou o nosso querido papa, Sven Väth, dono de um dos melhores sets da edição de maio, o Alemão fez uma apresentação de luxo, mostrando toda sua categoria começou com Techno, teve uma sequência incrível de house e seus novos lançamentos como “Butoh”, “We Are” e “Nyx”.
Desde que o line-up por dia foi anunciado e Mind Against e Michael Bibi ficaram no mesmo dia, muitos questionaram como seria a transição do som entre um e outro, a resposta foi simples: Colocar Sven Väth entre os dois, com muita maestria o alemão entregou a pista pronta para o britânico.
Sim, é verdade que o som da Solid Groves, o característico do Bibi, não combina com a Time Warp, mas quem acompanha o trabalho do DJ sabe que ele consegue se adaptar de forma primorosa em diversas situações, um grande exemplo é o seu set de 9 horas no Sunwaves Festival, onde ele misturou o tech house com o minimal e é um dos melhores sets que escutei até hoje.
Na Time Warp não seria diferente, Bibi trouxe um tech-house com grandes influências de acid house, lembrando muito o set de Jamie Jones tocado na Time Warp Brasil 2019. O britânico decidiu acabar o set tocando o clássico “Pump up the Jam” às 8h da manhã.
Já no sábado, o estilo predominante foi o house, desde o warm-up com Gezender passando por Valentina Luz com sua característica mistura entre funk, house e techno, até Kim Ann Foxman que fez um set repleto de clássicos.
O momento mais esperado da noite claramente era o início da talentosa Peggy Gou. O set da Sul Coreana foi extremamente enérgico e dançante, e assim como na Time Warp de 2019, ela trouxe muitas influências do acid house. Certamente o momento mais marcante da noite foi vivenciar a empolgação do público ao ouvir seu principal sucesso, “Starry Night”.
Depois da Peggy, era o momento do techno no sábado, com o professor Ben Klock dominando a pista desde o primeiro minuto com um set intenso que fez com que muitos ali que já estavam no seu segundo dia de festa se sentirem no começo da noite, o alemão fechou a segunda time warp do ano de maneira magistral.