Review: Evento da Defected Records estreia no Brasil com muito Tech House

Por Vitor Gianluca e Luis Redfern

No último final de semana, o evento da Defected Records desembarcou em terras tupiniquins e trouxe muito House, como esperado, além de transitar em muitos momentos para o Tech House. Antes de iniciarmos este review, lembramos que o evento teve duas datas no Brasil e nós da WiR, acessamos apenas a primeira, na Arca Spaces, em São Paulo. Por isso, este review estará focado em trazer todos os detalhes do primeiro dia da festa, ok? Dito isso, vamos nessa!

Estrutura

Muitas pessoas já conhecem o galpão da Arca, afinal, vem sendo um dos lugares mais utilizados para eventos de música eletrônica na capital paulista, capaz de receber bem eventos dessa proporção. Mais uma vez, a Arca comportou bem o público presente e havia espaços para transitar com facilidade pelas laterais do evento.

No último review que fizemos, da Afterlife, que também ocorreu na Arca, citamos a falta de ventilação da pista, com poucos ventiladores voltados ao público da parte central, no verão, isso causou um leve desconforto. Já neste evento, não havia ventiladores de fato, mas como não estamos mais no verão, as condições estavam mais agradáveis.

O espetáculo de luzes que a Arca é capaz de proporcionar é algo a ser elogiado sempre. Desta vez, as laterais do telão principal estavam divididas, com faixas “penduradas” para frente, proporcionando um visual diferente, além disso, as luzes laterais, colocadas nas pilastras, também estavam “deitadas” e mudaram o visual do evento, que se tornou único. A única ressalva em termos de estrutura, foi o som que pareceu estar um pouco desequilibrado, com muitos graves e poucos agudos e médios. O volume em alguns momentos da festa poderia estar mais alto também.

Show de luzes da Arca Spaces durante o evento da Defected Records no Brasil. Foto: Divulgação

Apresentações

Com a responsabilidade de abrir os shows da noite, Aline Rocha, uma das pioneiras do House nacional, iniciou muito bem. Demonstrou que de fato conhece muito, trouxe um set muito bom e cheio de House, com músicas que o público ansiava, Aline conduziu muito bem o público para o restante da noite.

Aline Rocha durante apresentação na Defected Records Brasil. Foto: Divulgação

Após a primeira apresentação, Ashibah trouxe um outro estilo para a pista, mais focado no Tech House. Com grande experiência e repertório, Ashibah também demonstrou talento na condução do set e animou o público em uma apresentação cheia de dancinhas coreografadas.

A dinamarquesa Ashibah tocando na Defected Records Brasil. Foto: Divulgação

Sam Divine é conhecida como The First Lady of Defected e é uma das DJs mais influentes da gravadora e é figura constante nas festas da Defected. Não é para menos, ela transita muito bem no Tech House, desde as clássicas até as músicas com mais elementos de House.

Sam Divine entrega set memorável Defected Records Brasil. Foto: Divulgação.

A apresentação de John Summit era muito aguardada, afinal, o ano de 2021 foi muito marcante em termos de crescimento para o artista e esta seria a estreia dele no Brasil. No set, John Summit trouxe várias músicas conhecidas pelo público, que cantou a plenos pulmões “Deep End”, “Sun Came Up” e o hino “Human”, isso sem contar, o lançamento de Summit para 2022, “La Danza”. Uma mistura de Tech House e House, John Summit fez jus a espera do público e entregou um set muito bem construído.

John Summit estreia no Brasil em grande estilo. Foto: Vitor Gianluca

Após a grande apresentação de John Summit, o duo Gorgon City assumiu as pick ups e coordenou a pista com excelência, mais um set muito bem desenvolvido e divertido, animando muito o público. Com elementos de House, Tech House e Melodic, o duo transitou bem em diferentes estilos de sonoridade e entregou um set diferente do que havíamos presenciado na noite até então.

Duo Gorgon City durante a Defected Records Brasil. Foto: Vitor Gianluca

O aguardado b3b

Exclusivamente para a edição São Paulo, foi confirmado um b3b entre Vintage Culture, Gorgon City e John Summit. Vintage entrou ao lado dos demais produtores antes mesmo do horário do set e já estava se divertindo muito com a apresentação do Gorgon City e a recepção do público, que claro, não deixou de aplaudir o DJ na entrada.

A apresentação foi muito boa e animada, com as melhores músicas de cada artista. Algumas músicas já tocadas por Gorgon e Summit retornaram no durante a apresentação conjunta e o público adorou. Vintage tocou as principais canções já conhecidas pelo público, que cantou durante os momentos em que o artista assumiu as pick ups. “Drinkee”, remix feito por ele e Summit; o remix de “Show Me Love”, de Steve Angello, Laidback Luke e Robin S; “Free”, de Vintage, Fancy Inc & Roland Clark, foram algumas das tracks que subiram a temperatura da pista.

O b3b foi marcante e mostrou como os três DJs têm técnica de sobra quando o assunto é construção de set. Todos eles estavam se ajudando no decorrer da apresentação. John Summit se mostrou muito empolgado com a estreia no Brasil e com a recepção do público, comandando a apresentação em vários momentos com um largo sorriso no rosto. Durante a apresentação, pudemos acompanhar também a alegria de todos eles, que além de não deixar a temperatura baixar, estavam brincando entre si e se divertindo muito com o evento.

Vintage Culture b3b Gorgon City b3b John Summit, em. Foto: Alisson Demetrio

Considerações finais

A estreia do evento da Defected Records, no Brasil, foi excelente. A cena brasileira está em ascensão há algum tempo e além de muitos artistas talentosos, temos um público muito caloroso e que merece eventos deste porte. Em São Paulo, teve mais Tech House do que imaginávamos, por ser um evento da maior gravadora de House do mundo, mas nada que tenha prejudicado a experiência, afinal, todos os DJs foram ótimos e entregaram sets divertidíssimos. O evento proporcionou uma experiência muito boa aos presentes e com certeza, deixou a galera com um gostinho de quero mais para o próximo ano.

Agradecimentos: Luis Redfern.

Vitor Gianluca tem 26 anos e é formado em Comunicação Social - Jornalismo, pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), desde 2020. Curte um Techno Melódico e escreve para a WiR há mais de dois anos.